Yasuhiro e Yoruichi #8


- Senhor! Seu kimono chegou!

- Saki, não grite, minha audição é bem delicada e quero socar você quando faz isso.
- Sim senhor... Quer provar sua roupa?
- Não. 
- Mas senhor... 
- Não estou muito afim. Talvez depois. 
- Mas e se der problemas no dia...?
- Então não teremos casamento.
- Hum... Seu primo veio trazer o kimono, me pediu para chamá-lo.
- Meu primo? E ele agora trabalha na loja de kimonos?
- Não, mas ele passou para pegar o dele.
- ... Certo, já estou descendo.
Yoruichi disse e colheu a última flor, completando a pequena cesta com as florzinhas vermelhas, e desceria em direção a própria casa.

Yasuhiro sentou-se deliberadamente, acomodando-se num dos bancos do jardim. À mesa, era acompanhado pela própria tia, que se sentava consigo e aguardava pelo chá na ausência de seu filho, tentava sempre perceber quais feições esboçava sempre que mencionava seu primogênito, parecia querer aprovação ou saber se detinha aceitação para com seu garoto e próprio primo. Mas deixava claro que não tinha muitos agrados sobre ele, talvez fosse um pouco sádico por gostar de provocar a própria tia.
- Eu juro que não olhei o kimono, Oba-san.

- Não pode ver seu noivo com ele, ou mesmo ele antes do casamento, dá azar.
O moreno adentrou a própria casa, deixando as sandálias ali fora e tomou os sapatos usados no interior da casa, seguindo em direção a cozinha onde deixou as flores e logo seguiu para a sala, deparando-se com o primo ali e a própria mãe, conversando sobre algo que não ouvira.
- ... Bom dia.

- Sim, eu sei. Eu não vi, eu o trouxe bem escondido.
O loiro tranquilizou-a, já pela milésima vez. E em seu olhar ao dono dos passos e mesmo o cheiro, voltou-se em mesma direção, observando o moreno.
- Bom dia, Yoru-chan. - Brincou.

- Yoruichi. - O menor falou e suspirou em seguida. - Me disseram que trouxe meu kimono.
- Yoruichi! Que roupar são essas? Parece um camponês, vá se vestir!
- ... Eu estava colhendo flores, ora.
- Ora oba-san, é assim que você tem certeza se seu genro não pretende devolver seu filho, quando ele o vê com roupas sujas, sem adornos habituais e não encontra problemas nisso.
- Sinto muito, Yasu-san. Volte pra cima e se arrume, Yoruichi!
- Ta bem... Que inferno.
- Não é necessário, acabo de dizer. O vestido está aí, vim saber como está a noiva nesse período turbulento, mas não parece muito disposto. Não pretendo importuna-lo.
- Estou disposto, só não para lidar com os termos de beleza da minha mãe, estou indo até o rio, quer vir comigo?
- Você é de que tribo?
Yasuhiro indagou, provocando-o sobre seus modos de contato com a natureza. Ao se levantar, seguiu até ele, cumprimentou-o com uma reverência leve com a cabeça, mas na proximidade discreta, disse ao pé do ouvido.
- Posso lhe dar banho.

- Muito engraçado. - O moreno falou a ele e fez a mesma reverência, abrindo um pequeno sorriso nos lábios. - E o que acha que eu vou fazer no rio?
- Sei que vai tomar banho, mas estou sugerindo uma banheira com água morna e sabonete.
- Não tenho isso na minha casa. Nunca tomei banho quente.
- É só aquecer a água, meu primo. Colocamos no fogo, aquecemos de leve, colocamos numa banheira... E assim por diante.
- Você é um vampiro, como pode gostar de água quente? Venha comigo, vou pegar algumas toalhas.
- É só um pouco de temperatura, traz um bom relaxamento, algo confortável. Está pensando em ir pro rio?
- Sim, sempre tomei banho lá. Acha melhor ir para as termas então?
- Disse que nunca tomou banho quente.
- Sim, porque eu ia as termas só para relaxar, não... Tomar um banho.
- E não entrou na água?
- Sim, mas não pra me banhar.
- Você é vampiro, como poderia gostar de água quente?
Yasuhiro indagou, jogando as palavras usadas por ele mesmo.

- Ora, então vamos ao rio.
- Vamos até a fonte.
- Hai.
- Então vamos.
Disse o maior, baixo, audível somente a ele e não a tia, que continuava a beber de seu chá.

- Vou pegar as roupas e toalhas, me espere lá fora.
- Bem, estamos fora, Yoru. - Disse a ele, mas deu alguns passos para trás, estando mais fora do que poderia estar. - Assim está bom?
O menor estreitou os olhos e seguiu para dentro, no andar de cima onde pegou as toalhas e as roupas, assim como trocou os próprios sapatos novamente e voltou a ele.
- Toma insuportável, me ajude a levar.

- Não sei porque tantas roupas.
Disse o loiro, o provocando a medida em aceitava suas peças de roupa, as toalhas de banho e levava, visto que de limpeza, as roupas eram muito melhores que a situação atual do moreno.

- Hum, só pra te avisar, eu não tenho roupa de banho.
- Não estou esperando roupa de banho.
- Hum, ótimo.
- Ótimo.
Yasuhiro disse-lhe o mesmo e seguiu com ele em sua caminhada, ocultando as roupas dele ou mesmo toalhas de banho, de sua mãe durante o chá. O moreno s
orriu a ele e seguiu junto com ele, seguindo pela estrada de terra, até as montanhas, onde haviam as termas.
O loiro traçou o caminho trilhado até a fonte, e bom, não tinha muito o que trocar de palavras com ele, senão uma provocação ou outra. E ao chegar, deixou ao lado, sobre uma pedra, limpa o suficiente, os tecidos para se secar ou para vestir. O moreno riu vez ou outra sobre o que ele dizia, e seguiu até a água, abaixando-se frente a ela e sentiu a temperatura, meio quente demais para suportar de início.
- Vai suportar? - Yasuhiro indagou e ainda assim, desenlaçava o obi.
- Talvez...
- Ok, provavelmente vai suportar mais a água do que me ver nu.
Disse o loiro e por fim virou, caminhou até a pedra onde suas roupas e após se despir das próprias, deixou-as com conjunto. Claro que lhe deu algum tempo para processar o fato de que estava pelado. Até então o dorso a mostra, mas uma hora se viraria, e não era cheio de pudor. Imaginava, que além de seu próprio corpo, provavelmente não havia visto nenhum outro.

Yoruichi passou a retirar as roupas, e manteve-se virado de costas a ele, ao contrário do outro, tinha o próprio pudor guardado e queria que ele visse a si somente na noite de nupcias, quer dizer, a parte íntima do corpo, até então, ele só havia visto a si parcialmente. Após retirar as demais roupas, manteve-se com o kimono fechado de qualquer jeito sobre o corpo e virou-se em direção a ele, só então notando que ele estava nu, e sentiu a face corar suavemente, mas não deixou de reparar em seu físico bonito.
- Espero que não seja tímido, priminho.
O maior disse a ele e se virou, esperando não ter nenhuma reação exagerada, mas claro, antes que se voltasse ao moreno, tomou liberdade com uma de suas toalhas e rodeou nos quadris, escondendo o sexo, embora deixasse a região pélvica visível, cedendo a ele a possibilidade da imaginação, da curiosidade, sobre o que poderia existir mais embaixo, se é que ele tinha esse tipo de desejo, e se não tinha, bom, ajudaria-o a despertar.

O menor observou-o suavemente, meio de canto, e não queria demonstrar muito interesse, embora estivesse quase babando como uma adolescente na flor da idade. Quase nem notou que prendeu a respiração e soltou-a quando o viu virar-se com a toalha, e bem, queria ver... Ali. Suspirou e logo se encaminhou para a beira.
- ... Vamos entrar.

Yasuhiro quase podia jurar que havia visto a direção de seus olhos um pouco mais pra baixo. Mas ele era sutil, contrário de si, que se pudesse, olharia mesmo. Notava a pequena fenda de seu quimono, mas que estrategicamente escondia seu corpo tímido. Caminhou até a beira e ao lado do moreno, deixou a toalha de lado, com isso é claro que expôs o alvo de sua curiosidade, embora não tivesse certeza dele, e imaginava que ele não voltaria a cabeça na direção de uma forma tão descarada, mas claro que tentaria notar qualquer soslaio de seus olhos dourados. E assim, imergiu-se em água quente.
Yoruichi observou a toalha, que fora colocada ao lado, e como ele mesmo havia previsto, não era descarado, então, observou sutilmente, mas infelizmente nada pôde ver e até fez um pequeno bico com os lábios, retirou o próprio kimono, rapidamente e entrou na água junto dele, sentindo-a queimar a pele.
- ... Deus.

Ao vê-lo se despir, o contrário dele, o loiro voltou a atenção a seu corpo e pouco podia ver de sua intimidade que logo escondeu embaixo da água, mas bom, ainda que fosse turvo, alguma coisa dele ainda era capaz de ver, atrapalhado pela água ou pela fumaça úmida.
- Não precisava ser tão rápido. - Disse, brincando. - Se estiver muito quente, é bom sair.

- ... Eu aguento, tudo bem. O máximo que pode acontecer é minha pele derreter. - Riu. - Não seja tão pervertido, se eu te mostrar tudo agora, como vai ser depois do casamento?
- Não vai derreter, pode ser um pouco incomodo no começo, mas nada além disso. Além do mais o tempo está frio, o que torna a água menos agressiva pra nós. - Yasuhiro sorriu no entanto ao ouvi-lo com sua "ofensa". - Bom, vou descobrir um dia e em todos os outros eu vou continuar convivendo com ele, e é assim que será após o casamento.
- Pode perder o interesse por mim.
- Bem, e casado isso poderia ser diferente?
- ... Bem, impossível uma pessoa ter interesse por mim de toda forma.
- Cale a boca, não seja dramático. Tenha certeza que se fosse alguém tão desagradável eu já tinha fugido do país.
- Hum, já é?
- É claro.
- E iria pra onde?
- Não sei, talvez até a China.
- China é? E faria o que na China? Plantaria arroz?
- Não, sou um vampiro, não um humano.
- Boa resposta. - Riu.
Yasuhiro sorriu a ele, meio canteirinho.
- Trouxe seu sabão?

- Trouxe, está junto com as roupas.
- Hum, devia ter dito antes.
O loiro disse e bem, teve de se levantar e buscar o bloco de higiene com cheiro de flores, o que dava a ele ainda a vista dorsal do corpo, o que podia anular a possibilidade de render alguma exposição sexual ao moreno. 
Yoruichi observou o corpo dele, bonito e definido, mas infelizmente não conseguia ver a parte que mais queria, até desistiu, com um suspiro sutil.
- ... Pegou?

- Sim, está aqui.
Disse o loiro e imergiu-se em água ao regredir até ele, tornando-o incapaz de novamente ver algo, e claro que fingia-se desentendido. 

- Hum.
Yoruichi assentiu e recebeu o sabonete, junto da pequeno tecido que usaria para ensaboar o corpo, e assim o fez, deslizando pela pele, suavemente enquanto o observava meio de canto. 
Após entrar, o maior bem se acomodou à beira da fonte, observando o moreno, não discretamente. Não que pensasse que fossem ter algum contato, mas podia ver alguma coisa, assim como provoca-lo.
- Quer que eu faça isso?

O menor sorriu meio de canto ao ouvi-lo e assentiu, meio descarado, virando-se em direção a ele e entregou o tecido. Embora houvesse se surpreendido com a resposta, o maior não esboçou, e de bom grado aceitou o tecido macio e ensaboado o qual levou primeiramente sobre seus ombros. Yoruichi uniu as sobrancelhas ao vê-lo se aproximar e sentiu um suave rubor se iniciar na face, mas deixou-o ensaboar a si.
Yasuhiro vagarosamente deslizou o tecido na limpeza de seu corpo, seguindo de um ombro ao outro, pelas costas, por onde logo desceu, limpando os resquícios de seu trabalho com as flores. 
- ... Estou meio sujo, desculpe.
- É por isso que tomamos banho, porque nos sujamos.
O loiro retrucou e dos ombros e costas, passou para frente, ensaboando a seu peito plano, abdômen. 

- Hum. - Sorriu. - Minha mãe daria um berro se nos visse assim.
- Hum, ela deve saber disso. Parece eufórica sobre a possibilidade do casamento dar errado.
- Hum, ela nem imagina que posso estar fazendo isso com você.
- Bem, não sei. Se estivesse preocupada estaria nos seguindo.
O loiro disse e desceu um pouco mais, ocultando de suas vistas o passeio da mão, embora pelo toque em seu corpo ele soubesse por onde andava. Yoruichi u
niu as sobrancelhas ao senti-lo descer e sabia mais ou menos onde ele iria, até sentiu-o deslizar pela pelve, até segurar sua mão, e estreitou os olhos.
- Não.

- Calma, priminho, não vou tocar nessa parte, você mesmo poderá lava-lo.
O maior disse e por fim, após em suas coxas, finalmente entregou a ele o tecido, deixaria-o na vontade e curiosidade. Yoruichi a
ceitou o tecido e suspirou, tinha receio, por isso mesmo se aliviou ao fazê-lo e passou a lavar a si mesmo, ignorando-o ao lado.
- Hum, eu poderia ter dar uma boa experiência de banho.
- "Experiência de banho?"
- É, um banho gostoso.
- Hum, esse banho está bem gostoso.
- Se eu lavar todo seu corpo pode ser ainda melhor.
- Não pode me tocar na parte íntima, sabe disso.
- Por que não? Se o toco nos ombros, se beijo com a língua, somente tocar seu sexo não fará nada drástico.
- Só depois do casamento. Já lhe disse.
- Ah, quanto charme.
- Não é charme, são as regras. - O moreno falou a ele e suspirou. - Acho que já vou sair.
- Como sempre... Tsc.

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