Keisuke e Miruko #14


- Se precisar de alguma coisa você me liga. - Disse o rapaz após o desembarque do veículo. Observava o loiro pelo pouco da abertura da janela do carro. - Dois dias, Kei, dois dias. Cuide da sua namorada.
Disse ele novamente, tendo um tom imponente no começo da frase, deixando claro que dois dias era o que podia ter fora da escola. E no fim dela, já soava mais atencioso. Havia mentido, dito que tinha uma namorada e que ela havia se machucado e estava abatida. Era uma quase mentira na verdade, mas era suficiente para ganhar atenção do pai. Colocou a mochila nas costas e assentiu.
- Eu sei, pai. Valeu, até sexta.
Disse a ele e viu-o assentir com sua expressão intensa. Tinha cabelos escuros, eram diferentes dos próprios, o tom claro que tinha nos fios fora herdado pela mãe, o qual ele ainda gostava e tentava reatar o casamento, sabia que parte daquela moleza vinda dele, era porque de algum modo fazia-o se lembrar dela, ao menos nos cabelos. O viu partir e só então seguiu para a porta da casa, tocou o interfone e esperou ser atendido.

A empregada caminhou em direção a porta, a mãe de Miruko não ficava em casa, trabalhava muito, e quando ficava preferia fazer coisas sozinha, não culpava ela, parecia diferente desde que o pai havia se separado dela, desde então nunca mais o havia visto. Já a moça, era gentil, sorriu para o outro.
- Oi, posso ajudar?
- Sou o amigo do Miru. - Keisuke disse a ela, muito rápido na verdade, quase antes de saudar a jovem serviçal. - Aliás, bom dia.
Ela sorriu a deu espaço a ele.
- Ah entre, Miru está no banho, vai ficar muito feliz de te ver! Este tão tristinho.

- Miru é manhoso.
Keisuke disse a ela e sorriu após entrar com sua licença. Ajeitou a mochila nas costas e por fim esperou as coordenadas de seu quarto. 

- É só subir a escada, no fim do corredor, se ele precisar de ajuda com o banho, é só me chamar e eu o ajudo a sair.
Ela sorriu numa pequena reverência. 
O loiro assentiu a ela, imaginando-a ajudando o garoto com o banho e na verdade imaginava sua expressão, sorriu só de pensar, achando graça. Ao chegar na porta indicada, tentou ouvir o barulho da porta. Entrou sem bater, verificando se ele estava ali ou em seu banheiro.
Miruko suspirou, na verdade, estava na banheira espaçosa, fora a única coisa que a mãe havia dado a si, um bom lugar para de banhar. Encostou-se no local, a cabeça e fechou os olhos, estava triste por não ter as respostas dele no celular, já a algumas horas, deveria estar em aula. Ao ouvir a porta, voltou-se para a porta do banheiro.
- Yui? Ainda não terminei!

Keisuke sorriu, achando graça ao relembrar de imaginar o amigo saindo do banho pelas mãos de sua empregada. Ia seguir para seu banheiro, mas preferiu fazer um breve tour até que ele pedisse a ajuda de sua empregada, que não era de fato quem estava ali.
Yui? - Chamou novamente, sem resposta e suspirou. - Yui, pode me ajudar então?
Quando enfim terminou seu banho, o loiro pegou o roupão que estava pendurado, não era exatamente um roupão de banho, parecia macio demais para ser. Entrou no banheiro se escondendo atrás do roupão, embora não estivesse de fato tentando ser despercebido.
- Que homem despudorado, pedindo que uma garota o tire do banho.

Miruko desviou o olhar a ele conforme adentrou e uniu as sobrancelhas, não parecia ser ela, por um momento se assustou, esperava um ladrão e teria que bater nele com a costela quase quebrada, porém ouviu a voz do amigo e suspirou.
- Kei!
- O que faz aqui?- Vim ver que tipo de jogos baixou.
Disse o loiro e sorriu a ele, canteiro. Só então deixou o roupão de lado, buscando a toalha para ajudá-lo a se levantar. Miruko s
orriu a ele meio de canto.
- Estava com saudade. - Falou e com a ajuda dele, levantou-se, enrolando-se na toalha e devagar saiu da banheira. - Obrigado.

- Já? Nos vimos ontem. Está carente, é?
O maior indagou ao envolve-lo com a toalha, precisou ser demasiado gentil com o toque.

- E se estiver? Trouxa. - Miruko falou e segurou a toalha.
- Vamos ter que dormir na sua caminha. - Disse Keisuke ao encostar a testa contra a sua. 
- Hum, como se já não dormíssemos juntos.
- Mas não é na sua cama. Hoje é. Ou vai me por no colchonete?
- Não, vou dormir agarradinho.
- Agarradinho, ah? Não posso te segurar, vai machucar sua costela. Mas você está quase uma Angelina Jolie.
O menor desviou o olhar a ele e arqueou uma das sobrancelhas.
- Esses lábios carnudos.
- Eu vou te dar uma porrada.
- Tenta, eu posso tocar sua costelinha sem esforço.
O menor estreitou os olhos.
- Que maldade.

- Você quem está ameaçando. - Disse o loiro e por fim o guiou pelos ombros até seu quarto. - É aconchegante.Miruko riu e seguiu junto dele até o quarto, queria abraça-lo, mas não podia.
- Veio com a mochila é?
- Na verdade vim com meu pai, mas trouxe a mochila. Por que? Tem roupa nela.- Eu sei. Mas... Veio ficar uns dias comigo.- Dois dias mais precisamente. Disse meu pai, mas claro, dois dias será sexta, aí posso dar aquela enrolada.Miruko riu e assentiu.
- Tudo bem. Vou ficar feliz, mas vai ter que cuidar de mim.

- E eu já não cuido?
- Cuida sim. - O moreno sorriu e sentou-se na cama. - Certo, me vista.
- Hum, achei que tinha sido a costela e não os braços.
Disse o maior, mas claro que o ajudaria. Tocou-o com q toalha, tateando e secando sua pele. Miruko
 sorriu a ele, sentindo o toque gentil da toalha e ergueu a face, observando-o e sorriu.- Não posso te beijar, não adianta sorrir assim.
Disse Keisuke e de algum forma sabia que estavam falando agora mais como um casal do que como amigos. Miruko u
niu as sobrancelhas ao ouvi-lo e assentiu.- Você queria beijar? - O maior indagou, confuso pela expressão. 
O menor assentiu e sorriu meio desajeitado.
- Estou me sentindo um idiota... Fiquei com medo que ficasse com outras pessoas

- Está com ciúme...
Disse o loiro sobre o que dizia e se surpreendia pela sinceridade dele.

- ... Sei lá. Eu não... Não sei se isso é ciúme.
- E se eu ficasse com outra pessoa?
- Você me prometeu que não, então.
- E se eu ficasse?
- Bem, não ficaríamos mais.
- Então isso é ciúme.
- Não, isso é não querer que você me passe doenças venéreas.
- Pensaria a mesma coisa quando fizemos na primeira vez se fosse assim.
- Hum. Certo, então sou ciumento.
- Além de que, ficar não seria só sexo. Não te passaria doença venérea por beijar outro alguém. Além do mais, não sou porco assim.
- Hum. Mas somos tipo... Namorados não?
- É o que você está me dizendo. - Sorriu canteiro.
- Você não quer?
Keisuke levou a mão até os cabelos loiros e coçou a cabeça, não que tivesse de fato razão para fazer. Deu um risinho junto ao sorriso canteiro.
- Bem, vai ser meio esquisito.

- Já meio que estamos fazendo isso.
- Não te levo pra encontro, não andamos de mãos dadas, não fizemos nenhum plano.
- Bom, então tá bom, continuamos sendo amigos.
- Não disse que não, só disse que vai ser estranho. - Disse o loiro e tocou o topo se sua cabeça. - Não vai se confessar?
- Me confessar? Você é padre agora? - Riu.
- Bem, não tem porque namorar se não gosta de mim. Nesse sentido.
O menor desviou o olhar a ele e deu um pequeno sorriso, sentindo a face se corar.
- ... Bem, eu... - Abaixou a cabeça por um momento. - Eu sempre achei que gostasse de mulheres. Na verdade, depois que eu fiquei com você eu comecei a pensar se gostava de alguma coisa na minha vida, porque eu perdi o interesse por mulheres e por homens também. Eu tentei estar com outras pessoas, mas... Não eram você. E agora eu sei que... Você é a única pessoa que eu gosto de verdade.

- Hum.. Miruko, não sei como terminamos fazendo isso. Mas por um tempo comecei a perceber que te fazer feliz me fazia sentir bem, mais do que conquistar meninas na escola. - O risinho soou entre dentes do loiro. - Quando você olhou pra mim com aquela garota, você fez uma expressão que eu pensei "Uau, desde quando ele é assim tão bonito?" Mas também era uma expressão que eu não queria causar, porque eu sabia que era porque você estava triste por gostar de mim. Não quero te perder como amigo, somos diferentes pra caralho, mas aprendi a gostar disso, mesmo que no início eu tenha ficado perto só pra não judiarem de você por ser um nerd esquisito. - Sorriu canteiro ao provoca-lo. - Enfim, além de ser meu amigo, você quer namorar comigo?
Miruko desviou o olhar a ele, ouvindo-o silencioso e não esperava realmente a última frase, achou que ele fosse finalizar ali onde estava quando provocou a si.
- ... Você não vai poder me trair depois que eu aceitar, sabe disso não é?

- Não, não sei não. - Ironizou. - Eu nem estava namorando e não fique com alguém. Você ouviu o que eu disse? Não quero te fazer ter aquela expressão. É bonita, mas vou causar de algum outro modo.
Miruko estreitou os olhos, mas assentiu.
- Quero sim...

Keisuke assentiu e sorriu para ele.
- Okay.

- Então, sou seu namorado?
- É, eu perguntei e você disse sim.
- Ta bem. Ah... Agora... Me da uma roupa porque estou meio desconfortável por estar pelado.
- Qual roupa você quer? 
O maior indagou e deu uma apalpadinha em sua bunda. O menor assustou-se porém riu em seguida. 
- Qualquer uma.
Keisuke seguiu procurando suas roupas, aproveitou para dar umas conferidas no quarto, conhecer mais dele quando estava sozinho. Pegou uma camisa de botões, era um pijama e um short de tecido deslizante.
- Isso parece confortável.

- É sim. - Miruko sorriu e mordeu o lábio inferior.
- O que foi? O que é essa mordidinha? Já não é esta dolorido? - O maior indagou e seguiu para ele, tirou a toalha e passou a substituí-la pela roupa. - Ia deixar a bonitinha te vestir, é?Miruko negativou, havia sentido uma pequena fisgada, mas nada muito ruim.
- Nada, é que eu vou achar interessante você me vestir. Não né? Ela só ia me ajudar a sair. Bonitinha?

- E como você ia se vestir então? É, eu não sei o nome dela. - Após tirada a toalha, Keisuke vestiu seu short sem vestir uma roupa íntima. - Vai ficar de pau solto.
- Porra, Kei. - Riu. - É Yui.
- Porra por que? Vai ficar balançando.
- Quer ver meu pau balançando é?
- Não sou uma mulherzinha, Miruko. Sei o conforto de ficar sem boxer. - Disse o maior e logo vestiu sua camisa. - Aí, baitola.
Miruko riu e negativou.
- Baitola é você. - Falou e estreitou os olhos, deixando escapar um gemido baixo ao sentir a fisgada na costela. - Preciso usar faixa, mas não quero.

- Que faixa o que, só vai deitar e fica de boa. - Disse o loiro e tirou a mochila da cama, colocou ao lado. - Deita, princesa.
Miruko estreitou os olhos e deitou-se devagar.
- Hum... Porra que dor.

Keisuke o ajudou se deitar e feito isso, se cobrir. Sentou-se em sua poltrona próxima ao computador.
- O que fez hoje?

- Fiquei vegetando aqui. Vi tv, comi... Só.
- E vamos fazer o que agora?
- Hum... Estou com vontade, vem aqui e me masturba.
Keisuke franziu o cenho, ouvir aquilo repentinamente era muito esquisito.
- Você tinha que ver a sua cara. - Riu.
- Ah. - Disse o maior, ainda franzindo o cenho. - É que geralmente você fica com vergonha.- Eu sou um bom ator. - Miruko negativou e riu, observando-o. - Quer jogar vídeo game?
O loiro percebeu desse modo como era estranho pensar naquilo ao invés de fazer, falar de algo que entendesse que eram dois garotos tendo sexo.
- Se você quiser mesmo eu faço. Mas acho que vai contrair e vai doer as costelas.

Miruko desviou o olhar a ele e só então, dessa vez, se corou.
- Iie... Só estava brincando.

- Eu faço amanhã, hoje precisa ficar quietinho. Sei que sou irresistível, mas precisa se conter, vou até colocar umas luvas pra você não se sentir atraído por minhas mãos.
- Ora... - O menor riu e negativou.

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