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fevereiro 2018
Kaoru havia terminado todos os assuntos da gravadora, o notebook deixara sobre a mesa e tirava um pequeno tempo para descansar as vistas doloridas, havia tirado os óculos também, deixando-os sobre a mesa e deitara no sofá, só alguns minutos, dissera para si mesmo, embora soubesse que provavelmente não era verdade. Fechou os olhos, descansando a vista também e logo sentiu o pequeno corpinho pular sobre si, desviou o olhar a ele e sorriu, acariciando a pele do pequeno gatinho sem pelos, sentindo-o se deitar sobre o próprio abdômen, dormiria também, pensou e até riu em se imaginar como uma cama para gatos. Novamente, fechou os olhos e dessa vez, realmente pegou no sono, tanto, que até perdeu a noção da hora.
Atsushi bem havia se acomodado no sofá. Estava na poltrona e dela observava os gatos deitados no sofá, ou melhor, quase "os" gatos. O cotovelo tinha descanso no braço do sofá e o punho dava alguma comodidade ao rosto, sem qualquer atividade ficou por lá durante um tempo. Havia terminado os compromissos com a gravadora, ao sair tinha passado no mercado, mas na metade dos corredores decidiu que talvez ir até lá junto dele fosse melhor, nunca fazia aquilo, parecia interessante. E acabara ali, como estava. Não ousadia acordar seu descanso que parecia realmente proveitoso.
O guitarrista sentiu o pequeno gatinho se espreguiçar no peito, aparentemente havia sentido o cheiro de alguém novo na casa e resolvera se levantar, claro que, acabou acordando por seus movimentos e piscou algumas vezes, fitando a sala e o local quase escuro, naquele clima de quase noite.
- ... Atsushi? Oi... - Sorriu, arrumando os cabelos pouco bagunçados pelo sono. - ... Nossa, quanto tempo eu dormi?
Atsushi sorriu-lhe em cumprimento, enquanto ainda observava sua preguiça com o sono tirado. Do filhote ganhou a atenção especial nas pernas, por onde ele se roçava. Mas estava ocupado admirando a juba ondulada do moreno. Interrompeu porém num instante, ao olhar o relógio de pulso, tão logo respondeu sua pergunta.
- 2 dias. - Disse, sem ideia de quanto tempo havia passado de fato. - Que sono gostoso, hum?
Kaoru riu ao ouvi-lo e negativou, sentando-se no sofá e olhou o notebook, constando a hora.
- Nossa... Três horas.- Dormiu bem?
Atsushi indagou ao se levantar. Seguiu até o sofá e se abaixou a beijar sua bochecha, seu queixo. O menor assentiu e sorriu a ele, meio fraco e retribuiu os beijos.
- Hum, que sono.
Disse o maior e acabou por dar mais uma porção de beijos, vagarosos. Kaoru riu e deslizou uma das mãos pelos cabelos compridos dele, acariciando-o.
- Você está com um cheiro tão gostoso.
- Hum, é? Você está com cheiro de sabonete. Vim te buscar pra gente dar uma volta. Ir ao mercado ou talvez comer um lanchinho, ah?
Kaoru sorriu e assentiu.
- Hum, nunca fomos juntos ao mercado, acho que vai ser divertido.
- É, foi por isso que eu pensei. - Atsushi disse e tocou seus cabelos volumosos, deslizou até a nuca onde segurou. - Bonitão.
O menor desviou o olhar a ele num sorriso e puxou-o para si, selando-lhe os lábios.
- Hum, como é bom não acordar com gritos.
- O Kyo te acordar com frequência?
Atsushi indagou e embora o sorriso fosse sutil, deixava clara a brincadeira. Kaoru riu, na verdade, era um riso curto, mas achou tanta graça que não conseguiu conter o riso de imaginar o amigo gritando do lado de si. O maior sorriu de início, mas aos poucos riu em conjunto, contagiado por ele. Ao parar de rir, o menor mordeu o lábio inferior, beijando-o no rosto.
- Imagine o susto.- Se eu fosse ele, faria.Kaoru riu e negativou.
- Falava da minha esposa.- Eu sei, imaginei. Vamos lá?
O maior indagou e enfiou o rosto no meio de seus cabelos, em seu pescoço. O menor riu novamente e assentiu, mordendo levemente sua orelha.
- Tarado.- Tarado? Por que?
Atsushi indagou ao ser acusado, mas o beijou antes de se voltar para ele. O guitarrista riu e retribuiu seu beijo.
- Me beijando tanto, se enfiando no meu pescoço. Tarado. Não pare.
- Hum, é que eu gosto muito de você, mas não sou tarado.
Atsushi passou os braços em torno de seu corpo e o fez levantar. Kaoru assentiu num riso.
- Eu sei. Estou só brincando. - Em pé, ajustou a camiseta que usava, era larguinha pra ficar em casa. - Vou trocar de roupa
O maior deu-lhe uma apertada no abraço antes de deixa-lo se vestir.
- Talvez um pouco tarado. Mas a culpa é sua.
Kaoru riu novamente, negativando.
- Hum... Não me deixe te ver sem roupa.
- Hum, então você também é tarado.
- É, sou um pouco, por você.
- Oh, estão estamos na mesma. Vamos, eu taro você quando chegarmos.
- Ta bem. - Kaoru riu e mordeu o lábio inferior. - Vamos.
- Hum. Consiga um dos seus chapeuzinhos.
- Gosta deles?
- Gosto de você.
O menor sorriu.
- Também gosto de você, bastante.
- É. Devíamos mesmo casar.
Kaoru desviou o olhar a ele e já havia falado daquilo com ele antes, mas não serio.
- ... Casar?
- Hum. - Atsushi murmurou, o riso soou entre os lábios cerrados. - Vamos?
Kaoru sorriu meio de canto, e podia ouvir o coração bater firme no peito, sentiu o frio no estômago, arrepio pelo corpo, não era medo, era felicidade, estava mesmo sendo pedido em casamento por ele? Quer dizer, ele era homem dos sonhos de muita gente, e também dos próprios.
- ... Vamos.
- Casar ou ao mercado?
Atsushi indagou e não pôde conter o sorriso, achando graça na questão, embora fosse real.
- Casar... - Kaoru riu. - Vamos casar. - Disse e teve que pigarrear, a voz não saiu.
- Hum, e você quer casar depois de ter saído tão recente do seu casamento?
O maior disse e o virou de costas, levando consigo até o quarto, marchando logo atrás dele. Ali conseguiu seu mencionado "chapeuzinho", ao se virar para ele, o colocou em sua cabeça.
Kaoru seguiu com ele para o quarto, calmamente e sorriu ao sentir o chapéu sobre a cabeça.
- ... Eu sei que é meio rápido, mas... Estar com você... Digo... - Suspirou e pigarreou, tinha dificuldade em falar aquelas coisas pra ele. - Eu gosto muito de estar com você.
- Hum.
Atsushi murmurou e sorriu a ele, tocou seu rosto, deslizando os dedos em sua pele que ainda tinha algumas marcas de adolescência, parou no queixo áspero pela barba rala que ele mantinha, até mesmo porque gostava dela.
- É, acho que estou ficando romântico depois de velho.O menor riu baixinho e aproximou-se dele, selando-lhe os lábios.- Mas só se seu padrinho não for o Imai.O riso soou entre os dentes do vocalista.
- Claro. Vamos, desta vez ao mercado.- E eu prometo que o meu não será o Die. - Riu. - Mas não garanto que ele não vai ficar com rancor. Vamos.- Rancor, é? Ele gosta de você? Bem, eu não ligo pro Die. Você teve tempo demais pra escolher ele e não escolheu.Kaoru riu e negativou.
- Ele é o tipo de amigo que fica com ciúme de tudo.- Você pode sair com ele se você quiser.
Atsushi disse ao se fazer pronto para sair, assim como ele e seguiu rumo a saída do quarto, onde havia entrado recentemente. Kaoru trocou a camiseta por uma camisa branca, colocando um casaco e novamente o chapéu, seguiu com ele.
- Ah, eu chamo ele pra beber e ele fica com ciuminho.
- Parece criança.- Deveria ter se não chamasse. Vocês podem ir apenas os dois, diga a ele.
Kaoru riu e negativou.
- Tudo bem, não se preocupe.
- Sei que você é Sakuraissexual.
- É, sou mesmo.
Atsushi sorriu a ele, dando uma piscadela no meio do caminho. Ao descer tomou as chaves do carro, observou na sala o pequenino sem pelos tentando brincar com os maiores. O menor desviou o olhar para a sala e sorriu ao ver os gatinhos, gostava deles.
- Acho que estão ensinando o irmãozinho a brincar.
- Hum, parece que está adotando eles também.
Atsushi disse a ele ao vê-lo animado com os felinos. Ao desalarmou o carro entrou logo depois dele. Kaoru assentiu, seguindo junto dele para o carro.
- São umas graças.- Umas graças, hum?
O maior sorriu. Acendeu um cigarro antes de dar partida ao carro, entregou a ele o mesmo box de cigarros. Só então deu direção aquela atividade simples e que parecia divertida. O menor assentiu e pegou um cigarro também para si, guiando aos lábios e acendeu com o acendedor do carro.
- Hum... Talvez... Terno preto para os dois? Riu.
- Hum, vou por uma gravatinha borboleta em você.
Disse o maior, achando graça de seu assunto retomado. Kaoru riu e assentiu, tragando o cigarro e guiou aos lábios dele visto que estava dirigindo. Atsushi tragou do cigarro oferecido, ainda que tivesse um entre os dedos.
- Vai ficar bonito.- Você vai ficar muito mais. - Sorriu.
- Se quiser podemos fazer uma cerimônia de chá. Casamos de quimonos, preto e branco.
Kaoru sorriu novamente e assentiu.
- O que você quiser pra mim está ótimo.
- O que você gostaria?
- Hum, eu não... Não sonho com nada, eu só... Gostaria que fosse num lugar muito bonito. Sei que é meio gay, mas... Imagino você num jardim bonito, no inverno.
- Oh, e como eu estaria vestido nesse jardim?
- Não imaginei sua roupa. Mas... Penso no terno mesmo. Acho que combina mais com você do que um kimono.
- Ah é? Então pode ser com o terno, o que você achar melhor.
- Hum, concordamos muito. - Riu.
- Hum, a gravata será vinho?
- Claro. - Sorriu.
- A sua vai ser que cor?
- Hm... Roxa?
- Roxa, é? - Atsushi sorriu a ele, fitando-o de soslaio. - Bem, é sua cor.
- Sei lá. - Kaoru riu.- Ficará bonito.
O maior disse e tocou sua coxa. Na verdade estavam mesmo falando de casamento? Depois de velho havia ficado como um adolescente? Bem, gostava mesmo dele. Kaoru sorriu a ele, assentindo.
- Estamos chegando?- Aqui.
Disse o vocalista e parou numa pequena fila, aguardando a passagem de carros pela cancela ate entrar no estacionamento. Aquela altura ainda tinha algo do cigarro para tragar.- Será que não vão reconhecer a gente?
Dito, o menor ajeitou os cabelos abaixo do chapéu.
- Aqui.
Disse o maior e pegou as máscaras descartáveis no carro, pretas, tirando da embalagem transparente. Kaoru desviou o olhar as máscaras e sorriu, pegando uma para si, levando sobre o rosto.
- Obrigado.- Agora só eu sei a beleza desse rostinho.
Disse Atsushi e tocou seu queixo sob a máscara. Após usar a própria, saiu com ele, rumo à entrada do mercado onde já havia estado. O menor sorriu e negativou, seguindo para fora do carro a espera-lo por lá e seguiu com ele, preferiu não segurar sua mão.
Embora não tocasse sua mão, o maior tocou seu ombro, guiando no caminho desnecessariamente, sabia. Entrou no imenso estabelecimento, sentindo o jato de ar que tocava a pele logo na entrada. À direita já se iniciava com hortaliças e frutas. Com ele, Kaoru seguiu por dentro do local a observar tudo ao redor, não se lembrava de ja ter ido naquele mercado antes.
- Nossa, tem muita coisa aqui.
- Também achei interessante. Tem algumas frutas importadas. Vem.
- Hum, tem limão siciliano?
- Sim, acho que são aqueles.
Atsushi apontou a fruta, indicada sua espécie na pequena placa.
- Já comeu deles?
- Sim sim. - Riu. - Eu gosto de suco e musse de limão... Isso parece bem gay agora.
- Não sabia que homossexuais tinham um cardápio específico.
Atsushi sorriu, embora escondido pela máscara.
- É brincadeira. - Kaoru riu.
O maior tocou a nuca dele, acariciando seus cabelos.
- Tem mangas.- Hum, eu gosto de manga.- É, acho que você comeu um doce com manga quando saímos no começo.- Uhum. - Sorriu. - Hum, vamos levar algumas então.- Certamente. Se você souber como escolher.
Novamente o sorriso se revelava nos olhos do maior, já que a boca estava escondida.
Kaoru riu e seguiu para a sessão das frutas, escolhendo algumas mangas embora com alguma dificuldade.
- Hum... As maduras são as que não estão verdes. Me sinto um gênio.
- Oh, claro. Como nunca pensei nisso antes?
O menor riu e ao colocar no saquinho, deu um nó.
- Pronto.
Atsushi puxou a opção de carinho que estava por lá, colocou o pacote fechado e já escolhido por ele num dos andares dele.
- O limão, como escolhe?O menor observou o limão, que pegou a colocar no saquinho e sorriu a ele.
- Acho que é só pegar os que não parecem estragados.
- É, cadê sua tática do verde?
- Ah isso meio que não funciona aqui. - Riu.
O riso do maior soou abafado na máscara. Ao deixa-lo por um tempo, buscou maçãs verdes. Escolhia mais pela boa aparência de fato. Kaoru sorriu ao vê-lo escolher as maçãs e percebeu que fazia muito tempo que não fazia compras de fato, quem fazia para si costumava ser a empregada ou a agente. Suspirou e seguiu até ele.
- Gosta de maçãs?Como ele, Atsushi há muito não ia a um super mercado, mas gostava de escolher as coisas, por isso mesmo o programa quase noturno havia se tornado aquele. Se voltou a ser e assentiu com a cabeça.
- Das verdes.Kaoru assentiu e abriu um pequeno sorriso escondido.
- Odeio estarmos com máscara, queria ver seu sorriso bonito.
- Em casa eu mostro mais. - O maior afagou seus cabelos ondulados. - O que mais você gosta? Uvas?- Hum, não gosto muito das sementes.- Então pegamos as verdes.- Ta bem. - Sorriu.- Escolha a que você quer. Algumas verduras também.- Hai, tudo bem.
Dito, o guitarrista seguiu pelo mercado, pegando algumas batatas, cenoura e algumas verduras verdes, colocando no carrinho.Atsushi observou escolher a seleção de frutas, verduras. Na verdade, como ele, o agente e a empregada se encarregavam dos alimentos, porém, naquele dia imaginava como seria descobrir seu gosto, descobrir o que ele gostava, e descobria também como atividades simples poderiam se tornar algo prazeroso e divertido. Com certa sutileza tocou sua cintura, parado atrás dele.Kaoru sentiu o toque e num leve sobressalto virou-se em direção a ele, sorrindo conforme o toque e segurou também sutilmente sua mão. O riso do maior soou baixo, abafado nos dentes e mesmo na máscaras. Após solta-lo, pode ver uma criança que olhava curiosa, sorriu ao perceber-se vista e correu para pegar sua bandeja de morangos. O guitarrista desviou o olhar a pequena menina ao lado e sorriu por baixo da máscara, negativando. Vem, vamos pegar alguns doces.- Alguns doces, hum? Sai das frutas direto para os doces?- Ah e daí? - Riu.- Nada, trouxe você pra isso mesmo.Kaoru sorriu e mordeu o lábio inferior, caminhando para o corredor de doces a carregar o carrinho junto dele, porém cessou o passo conforme se apoiou no outro, em seu ombro, apertando-o suavemente, piscando algumas vezes e abaixou a máscara somente do nariz, tomando um pouco de ar.
- Desculpe, tudo bem.Atsushi seguiu caminho com ele, fitando os corredores, dispensou certas alas. Se virou para ele no entanto ao senti-lo se escorar.
- Hum? O que houve? A máscara te incomoda? Falta de ar?O menor desviou o olhar a ele e negativou.
- Não, só tive tontura momentânea.- Você se alimentou hoje?- Eu fiz tudo normal, acho que foi somente a luz, tudo bem.- Talvez devesse comer algo e depois voltamos aqui.- Iie, estou bem de verdade. - Sorriu. - Vamos continuar.
- Hum, se sentir algo mais nós podemos ir.Kaoru assentiu e deslizou a mão de seu ombro a seu braço.
- Tudo bem.Atsushi virou-se a fitar seus olhos pequenos acima da linha da máscara. Deu um risinho para si mesmo.
- Vamos.O menor seguiu com ele ate o corredor de doces e observou as opções de chocolate, pegando um ao leite. O maior observou com ele, acabou pegando um igual, mas um pouco mais amargo.
- Fica ótimo com café.- Com café é? Sorriu. Eu não gosto muito de café.- Eu sei, essa parte eu já conheci. Escolha mais.Kaoru riu e assentiu, observando a prateleira e pegou um pacote de marshmallows e jujubas, não gostava de jujubas, mas estava com vontade. Atsushi observou a seleção de doces, aqueles não imaginava que ele gostaria. Seguiu pelo corredor, observando a divisão tão organizada dos doces. Pegou uma lata de biscoitos amanteigados. Após os marshmallows, Kaoru pegou também algumas balas e chicletes, até estranhamente um saco de pirulitos.- Ah, Halloween?Kaoru desviou o olhar a ele e só então entendeu.
- Ah... É.- Por sinal, terá algum evento de halloween?
Atsushi indagou, referindo-se ao trabalho. Continuou passeando pelo lugar, selecionando visualmente o que tinha interesse. - Ah, o Shinya costuma ir a Halloween Party do Hyde, eu prefiro não ir. - Sorriu - Mas tenho um chapeuzinho com o Pikku-chan.
- Provavelmente vou ter algumas fotos no período da manhã. Mas a noite podemos ver algum filme, hum?- Hum, comendo doces? Eu ia adorar.
- Hum, é, posso levar devil's cake.- Como o do seu aniversário? - Sorriu.- Uhum. Pra combinar com a data.- Okay. Estava uma delícia.- Estava mesmo.Kaoru sorriu, queria beija-lo, mas não podia.
- ... O que mais vamos comprar?- Escolha mais, tem a confeitaria. Tem alguns bolos, tortas pequenas, aquelas de limão. Vi mais cedo.- Ah não... Eu já estou bem gordinho, sabe? - Riu.- Hum, você está bem. Tem um corpo tão bonito.- Hum, iie, tenho uns pneuzinhos.- Não tem não. Você emagreceu antes mesmo se eu ser capaz de tocar seus pneuzinhos.O menor riu.
- Queria ter um corpo bonito pra você, aí eu me matriculei na academia.
- Você tem um corpo bonito. Falar dele me dá ate vontade de tocar aqui mesmo no mercado.Kaoru sorriu, podia sentir a face tomar o tom vermelho por baixo da máscara.
- Estou com essa vontade há uns dez minutos, quando tocou meu ombro.
Atsushi sorriu, novamente não visto.
- Ah é? Vou poder te abraçar logo.
Ao mencionar o abraço, não se referia especificamente a um literal abraço.
Kaoru assentiu e tocou o braço dele sutilmente.
- Salgadinhos?
- O que você quiser. - O maior beijou seu ombro, sutilmente.
O menor sorriu e assentiu a ele, seguindo até o próximo corredor.
- Vou pegar os confeitos na padaria. Você gosta mais do limão ou do maracujá? Ou prefere bolo de cereja?
Atsushi disse, sabido de que ele era um apreciador nato dos doces, queria mima-lo.
- Hum... Nossa, da pra escolher tudo? - Murmurou e riu - Acho que limão... Ou maracujá... Ou cereja.O riso do maior soou abafado sob a máscara.
- Vou ver o que faço.- Estou brincando, acho que cereja é uma boa.
- Escolha o que você gosta. Pode ver as cervejas também.
Atsushi disse, deixando para escolher o que queria. No meio do caminho lembrava de que ele passava mal, decidiu pegar as sobremesas rapidamente, pegou todas as opções que já havia mencionado. Pegou também aqueles bonitos macarrons violeta.
Kaoru assentiu a ele num sorriso e seguiu para o corredor de salgadinhos, optou por pegar batatas fritas e aquele estranho de bacon que ele gostava, pelo menos já havia visto no armário. O maior após escolher os doces, voltou a procurá-lo pelo local. Colocou numa cesta os doces mais delicados e observou sua escolha de petiscos.
- Pronto?- Hai. - Sorriu. - Cerveja?- Cerveja.
O maior assentiu e sorriu para ele, embora ficasse consigo. Passaram logo ao corredor indicado. Buscando as opções de cerveja. Com ele, Kaoru seguiu para o corredor das bebidas e observou a cerveja, mas também o vinho que ele gostava, escolheu um bom, espanhol.
- Hum, você gosta desse? - O maior indagou ao vê-lo selecionar a bebida.
- Você gosta. - Sorriu.- É gostoso. - Atsushi afagou sua nuca. Nunca havia tomado daquele, mas provaria sua escolha. Buscou então as cervejas em suas diversas opções. - Mel, tem gengibre. Tem de vinho também.- Hum... As de gengibre eu gosto. De vinho nunca tomei. - Disse num sorriso. - Vamos levar algumas.O maior pegou algumas garrafas das cervejas. Eram grandes, não precisavam de muitas até ter o reestoque pela própria empregada. Após a escolha, selecionou uma garrafa de conhaque e outra de saquê.
- Estamos abastecidos.- Hum, conhaque? - Riu. - Casal de bêbados.- Hum, não é como se bebêssemos tudo. Tenho outros conhaques lá, gosto de tê-los.
- Ah, entendi. - Riu baixinho.
- Mas você pode se embebedar com eles se quiser. - Brincou.
- Podemos vir mais vezes... Pra comprar as coisas juntos.
- Você gostou?
- Gostei sim. - Kaoru sorriu.
- Hum, então vamos poder fazer mais vezes se você quiser.
O maior disse e novamente se acomodou atrás dele, segurou sua cintura enquanto o empurrava e consequentemente ele empurrava o carrinho. O menor riu baixinho ao seguir com ele pelo mercado, dessa vez em direção ao caixa. Atsushi deslizou sutilmente as mãos em sua barriga, mas o deixou em seguida, não sendo amoroso demais sob o olhar das crianças que pudesse estar ali.
- Te dou mais amor depois.Kaoru sorriu para ele, desviando o olhar ao outro e roçou a mão em suas costas.
- Venha.
- Bom dia.
Tsubaki disse ao adentrar a cafeteria, há pouco iniciada a atividade. Fitou os demais funcionários enquanto posicionavam os assentos junto às mesas dos quais algumas já ocupadas. O cheiro de chá se misturava, mas não era ofuscado pelo aroma do café. A vitrine era aos poucos preenchida pelos doces e salgados frescos. E após passear visualmente pelo cômodo extenso logo notou o rapaz, que lustrava e arrumava as taças, mas cruzou o olhar com ele após dar uma breve conferida em seu uniforme, por sorte bem ajustado como havia dito a ele.
- Acostumado? - Disse aos poucos passos a mais que deu até chegar a ele.
Izumi ouviu o barulho da porta, e claro, observou o outro ali, sempre tão bonito e com ele veio um cheiro quase irresistível de perfume, que quase derrubou a si quando chegou perto. Notou suas roupas alinhadas a seu corpo, e desejou poder tocar o tecido macio que usava.
- B-Bom dia... Hai, eu estou pegando o jeito.
- Aham, só quebrou uma taça hoje, está bom comparado aos outros dias. - Disse Jin.
- ... A-Ah... Desculpe.
O moreno fitou o rapaz e deu a ele um sorriso de canto, sabido da provocação para com o novato.
- É normal, nada que algumas horas extras não resolvam.
- Eu não ligo se o senhor quiser descontar do meu salário, eu acho justo.
Tsubaki voltou-se a ele em seguida e deu-lhe uma piscadela, revelando a brincadeira.
- Isso é normal, está só aprendendo.
Disse, levou as mãos aos cabelos do rapaz, e os afagou sem desalinhar os fios, que posteriormente acomodou atrás de sua orelha.
- Se quebrou, foi porque o Jin não ensinou direito.
Izumi observou-o se aproximar e quase estremeceu, parado no mesmo lugar e apreciou a carícia de seus dedos suaves, um toque sutil e sorriu a ele, meio de canto, queria aquele babador agora.
- Eh? Nem vem com essa!
- Fica esperto, Jinichi, se quebrar mais vou tirar do seu salário.
Disse o moreno, provocando o rapaz e deu-lhe um tapa no quadril, próximo ao traseiro, já habituado a interagir com o rapaz. O menor sorriu a eles, com a brincadeira, porém uniu as sobrancelhas ao notar o tapa no outro, desviando o olhar.
- Calma, não fica com ciuminho.
- Falou comigo?
Tsubaki indagou sem entender o comentário, mas fitou o lourinho em seguida, por fim deu-lhe o mesmo toque no quadril, deduzindo que falava sobre ele.
- Hum, leve o pãozinho para o Hasui hoje.
Izumi sentiu o tapa e assustou-se, claro, não era acostumado e sentiu a face se corar quase completamente.
- H-Hai... Obrigado...
O moreno notou o leve rubor em seu rosto o que fez pensar se deveria ter brincado com ele ou não. Só não entendia como um homem já maduro poderia ser tímido, bem, era um garoto no fim de tudo.
- Já tomaram café? Miharu, faça pra mim, por favor.
- Pra mim também, Mi-kun.
- Machiatos?
Disse o funcionário que já pré disponha as xícaras de espresso.
- Isso. O Izumi não gosta de café, faça a ele um chá com flor de lótus. Você vai gostar. - Tsubaki disse ao rapaz, pedindo por mostrar o chá enfeitado. - É um dos que mais saem.
O loiro sorriu ao ouvi-los, e manteve-se perto do outro, ele era lindo, não se cansava de olhar, e assentiu ao ouvi-lo, porém cessou em seguida.
- Ah, senhor, não quero incomodar.
- Você precisa conhecer os produtos aos poucos. Temos pouco movimento então aproveite agora. Vá, pegue.
Disse o maior e indicou o barista atrás do balcão, na execução do preparo de seu chá. Dispôs sobre o pires cristalino a xícara na igual transparência. O líquido rosado preencheu o recipiente e no fim foi decorado com uma pequena bola sem qualquer beleza, que aos poucos umedecida, no fim da xícara se abria formando a flor imersa.
O pequeno assentiu e pegou a xícara, e não tinha de fato quase nenhuma delicadeza, mas ao ver aquela flor, abriu um enorme sorriso nos lábios, e sentiu pena de beber o chá.
- Meu Deus, é tão linda...
Tsubaki sorriu ao concordar e vê-lo encarar a bebida.
- E o chá também é saboroso. As mulheres gostam muito desse.
- Eu imagino, é linda mesmo. - Izumi murmurou e assoprou suavemente a bebida, bebendo um pequeno gole e sorriu novamente. - Oishi!
- Enfim, estarei no escritório. Vocês podem tomar café enquanto não há um fluxo grande de clientes.
O maior disse após tomar posse da pequena xícara de café ao qual foi a bebericar para a própria sala.
- Hai... Sim senhor. - O menor falou a ele e lhe deu um sorriso, observando-o enquanto se retirava. - Tenho... Que falar com ele.
- Tem é? - Disse Jin.Tsubaki adentrou a sala e encostou a porta. Caminhou à mesa onde ao dar atenção a alguma coisa por lá, encostou-se à mesa, sentando-se parcialmente sobre a escrivaninha, porém voltou-se a porta ao ouvir o ruído la fora.
- Está aberta.
Izumi adentrou o local, observando o outro ali sentado e abriu um pequeno sorriso tímido a se aproximar.
- Senhor, com licença... Eu... Atrapalho?
- Iie, estou enrolando com algo qualquer. Algum problema, Izumi?
- Iie. É que o Hasui mandou... Entregar ao senhor.
O menor murmurou e logo estendeu a pequena folha dobradinha a ele e continha o desenho do pequeno, dos três, sobre uma pilha de cupcakes.
Tsubaki deixou de lado o que mexia e aceitou o papel que desdobrou e perceber o desenho. Era um pouco mais que alguns palitinhos em forma de gente, junto dele de outros dois desenhados da mesma forma, e algumas bolinhas enformadas, cupcakes. Riu por fim, embora fosse sutilmente entre os dentes.
- Diga ao Jin pra fazer uma fornada de cupcakes e decorar um igual a esse, você pode levar junto do pão de batata.
Izumi sorriu novamente e assentiu, fazendo uma pequena reverência.
- O senhor é muito bom pra ele, eu... Como posso agradecer?
- Não me chamando de senhor seria um bom começo. Não sou um quarentão.
- Ah... Gomen, é que... É meu chefe. Q-Quantos anos tem?
- Quase 26.
- Vinte e seis? Nossa... O senhor é tão novo.
- Pareço mesmo um senhor, pela surpresa.
- Desculpe... - Riu baixinho. - Não parece, mas... É tão novo para ter uma confeitaria grande.
- É o que dizem.
Izumi sorriu.
- Eu... Não devia tomar o seu tempo, obrigado.
- Não toma. - Retrucou. - Peça o cupcake.
- Hai, eu vou pedir.
O loiro sorriu novamente, e parecia um bobo, sorrindo todo o tempo. Fez outra reverência e logo seguiu para fora, onde falaria com o outro rapaz na cozinha.
- Se precisar de alguma coisa você me liga. - Disse o rapaz após o desembarque do veículo. Observava o loiro pelo pouco da abertura da janela do carro. - Dois dias, Kei, dois dias. Cuide da sua namorada.
Disse ele novamente, tendo um tom imponente no começo da frase, deixando claro que dois dias era o que podia ter fora da escola. E no fim dela, já soava mais atencioso. Havia mentido, dito que tinha uma namorada e que ela havia se machucado e estava abatida. Era uma quase mentira na verdade, mas era suficiente para ganhar atenção do pai. Colocou a mochila nas costas e assentiu.
- Eu sei, pai. Valeu, até sexta.
Disse a ele e viu-o assentir com sua expressão intensa. Tinha cabelos escuros, eram diferentes dos próprios, o tom claro que tinha nos fios fora herdado pela mãe, o qual ele ainda gostava e tentava reatar o casamento, sabia que parte daquela moleza vinda dele, era porque de algum modo fazia-o se lembrar dela, ao menos nos cabelos. O viu partir e só então seguiu para a porta da casa, tocou o interfone e esperou ser atendido.
A empregada caminhou em direção a porta, a mãe de Miruko não ficava em casa, trabalhava muito, e quando ficava preferia fazer coisas sozinha, não culpava ela, parecia diferente desde que o pai havia se separado dela, desde então nunca mais o havia visto. Já a moça, era gentil, sorriu para o outro.
- Oi, posso ajudar?- Sou o amigo do Miru. - Keisuke disse a ela, muito rápido na verdade, quase antes de saudar a jovem serviçal. - Aliás, bom dia.
Ela sorriu a deu espaço a ele.
- Ah entre, Miru está no banho, vai ficar muito feliz de te ver! Este tão tristinho.
- Miru é manhoso.
Keisuke disse a ela e sorriu após entrar com sua licença. Ajeitou a mochila nas costas e por fim esperou as coordenadas de seu quarto.
- É só subir a escada, no fim do corredor, se ele precisar de ajuda com o banho, é só me chamar e eu o ajudo a sair.
Ela sorriu numa pequena reverência. O loiro assentiu a ela, imaginando-a ajudando o garoto com o banho e na verdade imaginava sua expressão, sorriu só de pensar, achando graça. Ao chegar na porta indicada, tentou ouvir o barulho da porta. Entrou sem bater, verificando se ele estava ali ou em seu banheiro.
Miruko suspirou, na verdade, estava na banheira espaçosa, fora a única coisa que a mãe havia dado a si, um bom lugar para de banhar. Encostou-se no local, a cabeça e fechou os olhos, estava triste por não ter as respostas dele no celular, já a algumas horas, deveria estar em aula. Ao ouvir a porta, voltou-se para a porta do banheiro.
- Yui? Ainda não terminei!
Keisuke sorriu, achando graça ao relembrar de imaginar o amigo saindo do banho pelas mãos de sua empregada. Ia seguir para seu banheiro, mas preferiu fazer um breve tour até que ele pedisse a ajuda de sua empregada, que não era de fato quem estava ali.
- Yui? - Chamou novamente, sem resposta e suspirou. - Yui, pode me ajudar então?
Quando enfim terminou seu banho, o loiro pegou o roupão que estava pendurado, não era exatamente um roupão de banho, parecia macio demais para ser. Entrou no banheiro se escondendo atrás do roupão, embora não estivesse de fato tentando ser despercebido.
- Que homem despudorado, pedindo que uma garota o tire do banho.
Miruko desviou o olhar a ele conforme adentrou e uniu as sobrancelhas, não parecia ser ela, por um momento se assustou, esperava um ladrão e teria que bater nele com a costela quase quebrada, porém ouviu a voz do amigo e suspirou.
- Kei!- O que faz aqui?- Vim ver que tipo de jogos baixou.
Disse o loiro e sorriu a ele, canteiro. Só então deixou o roupão de lado, buscando a toalha para ajudá-lo a se levantar. Miruko sorriu a ele meio de canto.
- Estava com saudade. - Falou e com a ajuda dele, levantou-se, enrolando-se na toalha e devagar saiu da banheira. - Obrigado.
- Já? Nos vimos ontem. Está carente, é?
O maior indagou ao envolve-lo com a toalha, precisou ser demasiado gentil com o toque.
- E se estiver? Trouxa. - Miruko falou e segurou a toalha.
- Vamos ter que dormir na sua caminha. - Disse Keisuke ao encostar a testa contra a sua.
- Hum, como se já não dormíssemos juntos.
- Mas não é na sua cama. Hoje é. Ou vai me por no colchonete?
- Não, vou dormir agarradinho.
- Agarradinho, ah? Não posso te segurar, vai machucar sua costela. Mas você está quase uma Angelina Jolie.
O menor desviou o olhar a ele e arqueou uma das sobrancelhas.
- Esses lábios carnudos.
- Eu vou te dar uma porrada.
- Tenta, eu posso tocar sua costelinha sem esforço.
O menor estreitou os olhos.
- Que maldade.
- Você quem está ameaçando. - Disse o loiro e por fim o guiou pelos ombros até seu quarto. - É aconchegante.Miruko riu e seguiu junto dele até o quarto, queria abraça-lo, mas não podia.
- Veio com a mochila é?- Na verdade vim com meu pai, mas trouxe a mochila. Por que? Tem roupa nela.- Eu sei. Mas... Veio ficar uns dias comigo.- Dois dias mais precisamente. Disse meu pai, mas claro, dois dias será sexta, aí posso dar aquela enrolada.Miruko riu e assentiu.
- Tudo bem. Vou ficar feliz, mas vai ter que cuidar de mim.
- E eu já não cuido?
- Cuida sim. - O moreno sorriu e sentou-se na cama. - Certo, me vista.
- Hum, achei que tinha sido a costela e não os braços.
Disse o maior, mas claro que o ajudaria. Tocou-o com q toalha, tateando e secando sua pele. Miruko sorriu a ele, sentindo o toque gentil da toalha e ergueu a face, observando-o e sorriu.- Não posso te beijar, não adianta sorrir assim.
Disse Keisuke e de algum forma sabia que estavam falando agora mais como um casal do que como amigos. Miruko uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e assentiu.- Você queria beijar? - O maior indagou, confuso pela expressão.
O menor assentiu e sorriu meio desajeitado.
- Estou me sentindo um idiota... Fiquei com medo que ficasse com outras pessoas
- Está com ciúme...
Disse o loiro sobre o que dizia e se surpreendia pela sinceridade dele.
- ... Sei lá. Eu não... Não sei se isso é ciúme.
- E se eu ficasse com outra pessoa?
- Você me prometeu que não, então.
- E se eu ficasse?
- Bem, não ficaríamos mais.
- Então isso é ciúme.
- Não, isso é não querer que você me passe doenças venéreas.
- Pensaria a mesma coisa quando fizemos na primeira vez se fosse assim.
- Hum. Certo, então sou ciumento.
- Além de que, ficar não seria só sexo. Não te passaria doença venérea por beijar outro alguém. Além do mais, não sou porco assim.
- Hum. Mas somos tipo... Namorados não?
- É o que você está me dizendo. - Sorriu canteiro.
- Você não quer?
Keisuke levou a mão até os cabelos loiros e coçou a cabeça, não que tivesse de fato razão para fazer. Deu um risinho junto ao sorriso canteiro.
- Bem, vai ser meio esquisito.
- Já meio que estamos fazendo isso.
- Não te levo pra encontro, não andamos de mãos dadas, não fizemos nenhum plano.
- Bom, então tá bom, continuamos sendo amigos.
- Não disse que não, só disse que vai ser estranho. - Disse o loiro e tocou o topo se sua cabeça. - Não vai se confessar?
- Me confessar? Você é padre agora? - Riu.
- Bem, não tem porque namorar se não gosta de mim. Nesse sentido.
O menor desviou o olhar a ele e deu um pequeno sorriso, sentindo a face se corar.
- ... Bem, eu... - Abaixou a cabeça por um momento. - Eu sempre achei que gostasse de mulheres. Na verdade, depois que eu fiquei com você eu comecei a pensar se gostava de alguma coisa na minha vida, porque eu perdi o interesse por mulheres e por homens também. Eu tentei estar com outras pessoas, mas... Não eram você. E agora eu sei que... Você é a única pessoa que eu gosto de verdade.
- Hum.. Miruko, não sei como terminamos fazendo isso. Mas por um tempo comecei a perceber que te fazer feliz me fazia sentir bem, mais do que conquistar meninas na escola. - O risinho soou entre dentes do loiro. - Quando você olhou pra mim com aquela garota, você fez uma expressão que eu pensei "Uau, desde quando ele é assim tão bonito?" Mas também era uma expressão que eu não queria causar, porque eu sabia que era porque você estava triste por gostar de mim. Não quero te perder como amigo, somos diferentes pra caralho, mas aprendi a gostar disso, mesmo que no início eu tenha ficado perto só pra não judiarem de você por ser um nerd esquisito. - Sorriu canteiro ao provoca-lo. - Enfim, além de ser meu amigo, você quer namorar comigo?
Miruko desviou o olhar a ele, ouvindo-o silencioso e não esperava realmente a última frase, achou que ele fosse finalizar ali onde estava quando provocou a si.
- ... Você não vai poder me trair depois que eu aceitar, sabe disso não é?
- Não, não sei não. - Ironizou. - Eu nem estava namorando e não fique com alguém. Você ouviu o que eu disse? Não quero te fazer ter aquela expressão. É bonita, mas vou causar de algum outro modo.
Miruko estreitou os olhos, mas assentiu.
- Quero sim...
Keisuke assentiu e sorriu para ele.
- Okay.
- Então, sou seu namorado?
- É, eu perguntei e você disse sim.
- Ta bem. Ah... Agora... Me da uma roupa porque estou meio desconfortável por estar pelado.
- Qual roupa você quer?
O maior indagou e deu uma apalpadinha em sua bunda. O menor assustou-se porém riu em seguida.
- Qualquer uma.
Keisuke seguiu procurando suas roupas, aproveitou para dar umas conferidas no quarto, conhecer mais dele quando estava sozinho. Pegou uma camisa de botões, era um pijama e um short de tecido deslizante.
- Isso parece confortável.
- É sim. - Miruko sorriu e mordeu o lábio inferior.
- O que foi? O que é essa mordidinha? Já não é esta dolorido? - O maior indagou e seguiu para ele, tirou a toalha e passou a substituí-la pela roupa. - Ia deixar a bonitinha te vestir, é?Miruko negativou, havia sentido uma pequena fisgada, mas nada muito ruim.
- Nada, é que eu vou achar interessante você me vestir. Não né? Ela só ia me ajudar a sair. Bonitinha?
- E como você ia se vestir então? É, eu não sei o nome dela. - Após tirada a toalha, Keisuke vestiu seu short sem vestir uma roupa íntima. - Vai ficar de pau solto.
- Porra, Kei. - Riu. - É Yui.
- Porra por que? Vai ficar balançando.
- Quer ver meu pau balançando é?
- Não sou uma mulherzinha, Miruko. Sei o conforto de ficar sem boxer. - Disse o maior e logo vestiu sua camisa. - Aí, baitola.
Miruko riu e negativou.
- Baitola é você. - Falou e estreitou os olhos, deixando escapar um gemido baixo ao sentir a fisgada na costela. - Preciso usar faixa, mas não quero.
- Que faixa o que, só vai deitar e fica de boa. - Disse o loiro e tirou a mochila da cama, colocou ao lado. - Deita, princesa.
Miruko estreitou os olhos e deitou-se devagar.
- Hum... Porra que dor.
Keisuke o ajudou se deitar e feito isso, se cobrir. Sentou-se em sua poltrona próxima ao computador.
- O que fez hoje?
- Fiquei vegetando aqui. Vi tv, comi... Só.
- E vamos fazer o que agora?
- Hum... Estou com vontade, vem aqui e me masturba.
Keisuke franziu o cenho, ouvir aquilo repentinamente era muito esquisito.
- Você tinha que ver a sua cara. - Riu.
- Ah. - Disse o maior, ainda franzindo o cenho. - É que geralmente você fica com vergonha.- Eu sou um bom ator. - Miruko negativou e riu, observando-o. - Quer jogar vídeo game?
O loiro percebeu desse modo como era estranho pensar naquilo ao invés de fazer, falar de algo que entendesse que eram dois garotos tendo sexo.
- Se você quiser mesmo eu faço. Mas acho que vai contrair e vai doer as costelas.
Miruko desviou o olhar a ele e só então, dessa vez, se corou.
- Iie... Só estava brincando.
- Eu faço amanhã, hoje precisa ficar quietinho. Sei que sou irresistível, mas precisa se conter, vou até colocar umas luvas pra você não se sentir atraído por minhas mãos.
- Ora... - O menor riu e negativou.
- Ai meu Deus, você viu o garoto novo?! Ele é lindo, parece aqueles vampiros de filmes.
- Vampiro de filme? Do que está falando, Yuki?
- Ele está vindo, faça silêncio.
Etsuo uniu as sobrancelhas, claro, conseguia ouvir a conversa das garotas, mas não entendia porque tanta euforia, estava ali pelo irmão, é claro, usando aquele uniforme ajeitadinho no corpo, gravata, camisa branca, tudo que ele usava e sorria, é claro, para as garotas ao passar, não queria que desconfiassem. Somente havia mudado de escola temporariamente, ficara sabendo de um ataque na semana anterior onde um dos alunos fora gravemente ferido, os pais haviam pedido para não fazê-lo, mas precisou, ou não ficaria em paz enquanto o irmão estivesse fora.
- Com licença garotas, conhecem o Ritsu?
- S-Sim... Ele é da nossa sala... Ah olha, está vindo!
- Você vai crescer, temos só 17, até os 21 ainda terá mais alguma altura.
Ritsu disse ao amigo, que reclamava sobre a altura que tinha, e por isso, justamente não pudera participar do campeonato escolar, atingia um pouco mais de um metro e sessenta, e embora não fosse uma altura assim tão pequenina, para homens talvez fosse, mas era japonês, podia relevar. Ao dizer o viu enrugar suavemente o rosto, como se torcesse os lábios e franzisse o nariz. Achando graça até tocou seu curto cabelo meio alaranjado, não tinha certeza sobre aquela cor, e deu uma bagunçada em suas madeixas, como os pais faziam. No entanto a medida em que chegava na sala de aula, passado o intervalo, podia constar o burburinho sobre algum aluno novo, não precisou de muito para saber quem era ao erguer o olhar até então no amigo cujo trocava o assunto sobre sua "pequena" frustração, e volta-lo ao moreno que de algum modo não recebeu muito animadamente mas sim confuso.
- Etsu?
O moreno sorriu ao pequeno assim que o viu entrar na sala, os cabelos de tom claro, tão bonitos que quis acariciar, e claro, o fez sem delongas, deslizando a mão pelos cabelos dele.
- Ritsu! Você fica lindo com esse uniforme.
- ... Droga, por que os mais bonitos sempre são gays?
- Cale a boca, Yuki.
- O que... O que faz aqui?
Ritsu indagou, sem entender o motivo da "visita" que pelo uniforme não parecia tão de passagem assim. Claro que havia percebido o quão bem ele ficava com as roupas de escola, só não entendia por qual motivo estava encontrando o irmão no colégio como se fossem pessoas de casas diferentes.
- Você já havia visto esse uniforme.
Disse e voltou o olhar às meninas, por um breve momento.
- Sh, nunca o tinha visto antes, ouji.
Etsuo falou a ele com um sorrisinho e desviou o olhar ao garoto a seu lado, arqueando uma das sobrancelhas ao notá-lo tão pequeno e na companhia do maior, chegou até mesmo a se perguntar se aquele toque nos cabelos não era algo a mais, mas... O garoto parecia tão passivo perto dele.
Ritsu percebeu o olhar do irmão que voltou ao amigo, que fitava talvez sem perceber que havia parado junto a situação, ao ter-se fitado pareceu se dar conta de que podia se sentar, afinal estavam em sala, no entanto preferiu por apresenta-los.
- Shiro, Etsuo. Etsuo, Shiro. Ainda assim, por que está aqui? - Acabou indagando logo posteriormente.
- ... E aí. - Etsuo disse, com um sorrisinho de canto, observando o garoto pequeno. - Pode me dar licença por favor que eu preciso falar com o meu amigo aqui?
Disse ao rapazinho, amigo do irmão e logo o viu se afastar, sentando-se em sua cadeira. Puxou o irmão consigo pela mão e seguiu para fora da sala por alguns minutos, aproveitando-se de que o corredor estava vazio e o empurrou contra a parede, os lábios tocando os dele num selo e sentiu seu hálito quente contra a face, abrindo um pequeno sorriso em seguida.
- Quero que fique seguro. Aqui, me chamará de Yasu.
Ritsu notou a conversa curta e o "amigo" na frase do irmão, não questionou em frente do menor no entanto e seguiu com ele para fora da sala, onde fez menção de se manifestar porém fora encostado à parede, e sentiu seus lábios frios tocarem o próprio num beijo superficial que não durou por muito tempo.
- Ah? Por que? Você sabe que muitos já o viram me buscar aqui, Etsuo, não tem porque disso.
- Eles não sabem quem eu sou de todo modo, muitos se quer ouviram meu nome. Tem porque sim, atacaram um garoto na semana passada, e bem, ainda terei aula a noite, mas a tarde serei seu novo namorado.
- Não, não pode ficar aqui a essa hora. Esse horário te faz mal.
- Não me faz mal, eu vou ficar na sombra.
- Não quero, eu sei cuidar de mim.
- Eu sei que sabe. Mas se alguém ousar tocar em você, se algo acontecer a você, se alguém entrar com outra arma na escola e for você a morrer, eu vou morrer com você, entendeu, Ritsu? Então me deixe protegê-lo.
- Não entraram com arma no colégio, Etsuo. O aluno foi atacado alguns metros daqui, não foi dentro da escola. Não quero que perca seu tempo de sono, devia dormir a essa hora.
- Eu vou ficar bem.
- Etsuo, não quero.
Ritsu resmungou, porém tentou ser gentil com o irmão e mesmo acariciou seu rosto gelado. - Eu quero. - Etsuo murmurou e segurou sua mão, acariciando-a. - Só por uns dias.
O menor aceitou contrariado, e ele saberia disso.
- Não seja assim, hum. Vai ser divertido.
- Não vai ser divertido, não vai ser divertido porque você é protetor demais. Eu não sou fraco. Mas você fica desconfortável nessa claridade, diga o que quiser eu sei que não.
O maior uniu as sobrancelhas.
- Ritsu, está sendo um idiota.
- Eu disse tudo bem, Yasu. Você pode ficar.
Etsuo arqueou uma das sobrancelhas e assentiu.
- Venha.
- Temos que ir pra sala.
- Temos um tempinho, não acha?
- Para que?
O menor indagou, sem entender a malícia do irmão até então, visto que, embora houvessem entrado naquele tipo de relacionamento, não fazia tanto tempo, ainda estava a se descobrir sobre aquilo com o mais velho.
- Venha, vou te mostrar.
Etsuo falou a ele e segurou sua mão, guiando-o consigo ao banheiro pouco afastado de sua sala. Ritsu esperou pela novidade do irmão e seguiu com ele até onde era guiado até visualizar a porta do banheiro onde com ele entrou, não precisou perguntar.
- Etsuo, não...
- Hum, não quer agradar seu onii-chan um pouco? Eu fiquei com saudade.
- Aqui não, isso dói...
- Eu faço devagar, onii-chan. E eu tenho camisinhas, elas tem lubrificante.
- Seu pervertido, veio aqui pensando nisso, ah? - O menor disse, mas não soava agressivo.
- Claro, vou vir todo dia só pensando nisso.
Etsuo falou a ele com um sorrisinho e guiou-o consigo ao box do banheiro, fechando a porta atrás de si. Aproximou-se dos lábios dele, selando-os e murmurou contra os mesmos.
- Tire a calça.
- Não vai não, hentai.
Ritsu disse num resmungo e seguiu com ele até o box onde guiado, acabou encostado enquanto via-o fechar a porta atrás de si mesmo. O retribuiu em seu beijo, ainda que não fosse totalmente de acordo.
- Hum? Tão indelicado assim?
- Tire a calça, por favor.
Etsuo falou e riu, selando os lábios dele e deslizou uma das mãos por seus cabelos.
- Parece bem animado hoje. - Ritsu disse, diante do humor descontraído e bem atípico do irmão, mesmo contra seus lábios que voltou a selar. - Etsuo, eu... Não quero.
- Claro que estou, estou com você onii-chan. - O maior murmurou e sorriu a ele, porém o sorriso murchou ao ouvi-lo e uniu as sobrancelhas. - Quer sim, somos namorados.
- Namorados?
Ritsu indagou, como quem realmente não sabia da notícia, confuso na verdade. Não haviam falado sobre aquilo, e de algum modo não havia ponderado sobre que tipo de relação tinham.
- E não somos?
- Eu não sei... Não falamos disso.
Etsuo sorriu a ele, irritado na verdade, gostava do irmão e esperava que isso fosse recíproco, ele sabia que era ciumento e explosivo, por isso esperava que concordasse com tudo que dissesse. Puxou-o para si, virando-o de costas e colou o corpo ao dele, puxando sua camisa e abaixou sua calça num movimento rápido.
Ao ser virado, Ritsu nem tentou retrucar o irmão, encostou-se à parede, onde se apoiou. Pôde ouvir o ruído das roupas desalinhadas tiradas, o tilintar suave do cinto ao cair junto da calça que parou na altura das coxas.
- Devagar...
- Então não me recuse, que farei devagar.
O moreno falou a ele, puxando sua roupa intima a abaixá-la de mesmo modo e fez o mesmo com as próprias roupas, abaixando-as, não precisava de muito para se fazer ereto, já tinha vontade dele.
- Não recusei.
O menor disse em retruque e poupou as palavras. Sentiu uma leve sensação de euforia ao ouvir ressoar a roupa do irmão, denunciando o modo como se despia. Mordeu o lábio.
- Falou que não me queria.
O maior murmurou a ele, segurando-o nos cabelos num leve puxão e logo desceu a sua cintura, seus quadris e roçou-se entre as nádegas dele, mesmo sem a proteção que havia mencionado. Puxou os cabelos do irmão para trás mais uma vez ao subir rapidamente e mordeu-lhe a orelha onde não gostava.
- Não me recuse de novo, entendeu?
Ritsu pendeu suavemente a cabeça para trás, ao ter a puxada dos irmão que não perdurou. Sua mão pesada percorreu pelo corpo até chegar a seu próprio e roçar seu membro evidentemente acordado, frio, sem qualquer traço de algum facilitador. Era um mimado. Ao sentir sua nova puxada, tornou pender a face, de modo que voltou o olhar a ele, de soslaio, enquanto sentia a pele desconfortável sobre aquele toque, que ao encolher o pescoço tentou evitar.
- Não seja um tolo, Etsuo. - Disse, encarando seus olhos amarelados, invejáveis.
- O que?
Etsuo falou a observá-lo, dando uma nova puxada em seus cabelos e estreitou os olhos a ele, já pronto para adentrá-lo.
- Não seja um tolo. Não aja assim comigo.
Ritsu disse ao ter novamente o cabelo puxado e franziu suavemente o cenho com a nova puxada.
- Você é meu, Ritsu.
Etsuo falou a ele, e queria adentrá-lo de uma vez, mas fora cuidadoso, era um idiota, não conseguia ser impulsivo, tinha medo de afastá-lo de si. Roçou-se nele, sentindo-o em sua entrada, por sorte, tinha pequenas gotas para lubrificar a si e empurrou-se para seu corpo a medida em que puxou seus quadris.
- O preserva...
O menor disse, tentando alerta-lo a tempo de conseguir algo para não ser ferido em demasia, ainda mais que não poderia se deitar após aquilo e ainda teria de voltar para sala e para casa, era por isso que não queria fazer ali. Sabia que não teria o conforto de casa e provavelmente sairia machucado. Mordeu o lábio inferior, sentindo os gotejos da excitação do moreno, e claro que não deixaria de se excitar com ele, com seu corpo ou com o prazer do sexo, mas mesmo sua vontade não seria suficiente para tornar aquilo menos dolorido.
- Ah...
Etsuo gemeu, prazeroso, e para si era mesmo, claro, dolorido sentir aquele aperto, mas quente e apertado era fácil esquecer a dor. Empurrou-se devagar, até se fazer inteiro dentro do irmão e deixava a respiração soar contra a pele dele no pescoço, fria, assim como a si em seu interior.
- Hum...
O gemido do menor soou como o dele, baixo, unindo-os em sons diferentes. E fechou os olhos, voltando, pela terceira vez, a morder o lábio inferior. Sentindo a investida do moreno, passando pelo corpo que mesmo difícil, não o fez desistir e tentou lhe dar mais espaço. Bem, podia aguentar aquilo, já não era a primeira vez.
Etsuo suspirou, e o problema maior era o cheiro forte do sangue dele, quase impregnava as narinas, e os olhos já se faziam presentes na cor mais forte, brilhando imperceptíveis devido a luz. Empurrou-se suavemente contra ele, dando a primeira investida e deslizou uma das mãos pelo tronco do irmão, abaixo de sua camisa de escola, sentindo sua pele macia.
- Ah... Ritsu...
- Ah...
O menor gemeu novamente quando sem espera pôde sentir seu primeiro movimento, mas era baixo, porém bem audível a ele diante de sua proximidade. Lamentava ter de estar de costas, embora o irmão fosse um pouco mimado demais, preferia ter a possibilidade de tocar ele enquanto faziam aquilo, e era o que ele mesmo fazia, sentia seu toque pesado e no entanto delicado sobre a pele, era cuidadoso, era quase romântico, mesmo embora fosse um pouco impulsivo.
Etsuo repousou a testa sobro ombro do irmão, e ainda sentia o cheiro de sangue dele, suficiente para fazer o estômago revirar, principalmente ao ver o tom vermelho do mesmo a cobrir o sexo que adentrava seu corpo, nada disse a ele, claro. Mordeu o lábio inferior, contendo-se por alguns segundos, mas não poderia deixá-lo se acostumar por muito tempo e então passou a se mover, enquanto o tocava em um dos mamilos com os dedos num toque suave.
- Onii-chan...
Ritsu murmurou, um pouco pesado, rouco. Ergueu suavemente o quadril, facilitando aquele vaivém. E como pôde, esticou um dos braços a alcançar o irmão e tocou seu quadril, sentindo os leves espasmos de seus movimentos. O maior sorriu ao ouvi-lo, aproximando-se de seu pescoço a aspirar seu aroma gostoso e passou a se empurrar contra o irmão, firme, sentindo seu corpo apertado que aos poucos relaxava conforme tinha a si em seu interior.
- K-Kimochi?
- Hum.
O menor murmurou, afirmando em que pergunta, embora ainda não houvesse sentido aquela sensação específica que ele conseguia dar a si, podia ser ainda assim agradável, e imaginava que isso era por ser com ele, ou por toda a vontade que ele parecia ter por aquilo. O toque de sua mão fria, demonstrando a delicadeza que tinha, contrário a seus quadris, onde parecia faminto conforme aumentava o ritmo.
- Vai parar de doer, onii-chan.
Etsuo murmurou a ele e empurrou-se com pouco mais de força contra seu corpo, ouvindo o barulho do corpo dele a bater contra a parede a frente, e diminuiu pouco o ritmo, segurando-o pelos quadris quando percebeu que se empolgava demais e podia machucá-lo.
- Ah...
Ritsu gemeu ao sentir a pelve atingir a parede, de modo que levou uma das mãos, onde antes no mais velho, dirigindo ao sexo, suavemente endurecido, embora estivesse numa linha tênue entre ter uma ereção ou tornar-se flácido. E com sutileza tomou-se nos dedos, envolvendo-se e passou a mover em vaivém, se masturbando a medida em que sentia o irmão atras de si.
O maior desviou o olhar a ele, notando-o a se acariciar e estremeceu, claro, gostava de vê-lo se tocar, de vê-lo se acariciar. Mordeu o lábio inferior e puxou-o para si pelos quadris, voltando a se meter em seu corpo, procurando aquela parte específica e prazerosa para o irmão.
Aos poucos o atrito da pele junto ao traseiro e as coxas do irmão eram acompanhados pelo punho no ventre a medida em que aumentava o ritmo do vaivém, compassando a seu movimento. A medida em que se excitava, o loiro gostaria um pouco mais de poder tocar o moreno, como não podia, contentou-se em sentí-lo intimamente, aos poucos, fosse o toque da mão a sensibilizar a ereção bem disposta nos dedos, ou seu vaivém e seu sexo completando o âmago, alcançando aquele ponto que sabia que ele iria buscar.
- Aniki...
Disse e moveu-se, investindo para trás sem solavancos, era leve, mas podia ser perceptível, tentando alcançar o clímax já tão próximo, e assim o fez após proferir seu "nome".
- M-Motto?
Etsuo murmurou ao ouvi-lo chamar a si e sabia o que ele queria, era óbvio pelos movimentos que fazia em si, queria gozar, e não estava diferente, estremecia, se arrepiava, afundando-se em seu corpo a tocá-lo ali onde ele gostava, e atingiu o ápice junto dele, mesmo em seu interior, era vampiro, nada aconteceria com ele, e por isso, se aproveitava.
- ... Ah... Ritsu...
Ritsu não precisou se importar onde o prazer fosse atingir, seguira diretamente a parede próxima, embora houvesse deixado passagem pelos dedos. Grunhiu por falta do gemido mais contido, evitando ruir audível fora da cabine. Até deu uma movidinha no quadril, tentando agrada-lo, ainda que pensasse não merece-lo, sabia que embora ele procurasse sexo por querer prazer, talvez se empenhasse mais em dar prazer a si do que a si mesmo no fim das contas.
Etsuo ouviu o gemido do irmão, gostoso, atrativo e quis mordê-lo para senti-lo melhor, sentir cada pequena ponta de prazer dele, mas era humano, não poderia, uma pena. Empurrou-se mais firmemente para ele e estremeceu quando por fim deu término ao ápice e se retirou do corpo do irmão, recolocando as roupas no lugar.
O menor levou algum tempo até dar atenção a roupa. Curvou-se pouco, suficiente para alcançar a peça arreada nos quadris, quase alcançando os joelhos. Antes que levasse ao lugar, aproveitou o papel oportuno por lá e usou para limpar o sêmen, o próprio e mesmo o dele, tentando não ser visto é claro. E em seguida, por fim, se vestiu. Por hora, sabia que estava bem, lamentava saber que não era como ele, não se recuperaria em poucos minutos ou após uma simples bebida.
O moreno observou o irmão, e até quis ajudá-lo, mas achou que seria constrangedor oferecer, então virou-se de costas e esperou até que se ajeitasse.
- Ritsu... Você queria ser vampiro?
- Provavelmente eu poderia me sentir melhor agora se fosse um.
O menor disse e sorriu ao irmão, embora ele estivesse de costas.
- Posso me virar?
- Pode.
Disse o loiro e virou-se primeiro, antes de costas e abraçou-o por trás, passando os braços em torno de sua cintura.
- Estou de mal de você. - Disse e ainda depositou um beijo em sua nuca.
Etsuo uniu as sobrancelhas ao sentir o abraço, porém abriu um pequeno sorriso e deslizou as mãos pelas dele.
- Por quê?
- Porque eu disse não e você nem usou algo pra me ajudar. Não vou me recuperar como um vampiro, e ainda tenho duas aulas e ainda preciso caminhar até em casa.
- Eu te levo pra casa, sou um vampiro, consigo pular muros.
- Isso seria bem idiota, onii-chan. - Riu.
- Seria nada, vamos.
- Iie.
Ritsu disse e continuou abraçando o moreno, aproveitando a deslizar suavemente as mãos em seu tronco, o acariciando, embora a forma como toca-lo daquele jeito houvesse tomado um rumo diferente do qual seria antes.
- Hum...
Etsuo manteve-se parado a sentir o toque do irmão, estranho para si, era esquisito que ele quisesse fazer aquilo e não se submeter aos próprios toques como sempre e lembrou-se do garoto ao lado dele por um momento, o modo como ele agia quando o queria...
- ... O que está fazendo?
- Estou sentindo seu peito, é gostoso. - Disse o loiro e tocou a região plana até o peito, onde pôde sentir um leve pulso. - Ora...
O moreno assustou-se sutilmente, principalmente ao senti-lo se afastar, e sabia porque o coração batia, a mãe já havia explicado para si, mesmo assim, não deixava de se assustar. Sabia que gostava dele, e o amava como irmão, mas...
- Está ressuscitando, aniki? - O menor sorriu ao se afastar e por fim fita-lo.
Etsuo riu baixo, meio de canto e negativou.
- É... Uma reação.
- Gostou tanto assim de fazer isso aqui?
O menor indagou e afagou seus cabelos escuros. O moreno assentiu, observando-o e segurou sua mão em meio a própria.
- Mas isso só acontece quando sentimos um sentimento forte, ou seja... Quando sentimos amor.
O menor sorriu ao irmão, sem muito ter sobre o que dizer sobre o que ele falava. Lembrava-se no entanto das palavras do próprio pai, que dizia pensar que o irmão gostava de si.
- Prazer pode ser um sentimento forte também, onii-chan.
- Prazer não faz um coração de um vampiro bater. Só um sentimento humano.
- Se um dia tiver esse amor, você vai saber, não é seu coração batendo que vai te dizer isso. - Ritsu disse ao irmão e sorriu a ele, selou seus lábios. - Pode pegar meus materiais? Quero ir embora, quero te levar pra casa também.
- ... - As palavras de Etsuo morreram na garganta, sentia, mas não sabia explicar, e não queria deixá-lo com medo, logo se calou. Assentiu. - Vá, eu vou te esperar aqui fora.
- Hai, vou pegar... Me espere aqui fora.
- Hum. - O menor murmurou assentindo. Porém se sentiu desconfortável diante da reação do irmão, pareceu um pouco desanimado. - Kimochi? - Indagou antes que saísse.
- Claro que foi. - Etsuo sorriu.
Ritsu sorriu como ele e deixou que saísse em buscar do que lhe fora pedido. Por um momento se encostou à parede, oposta aquela que havia sujado antes. Mordera o lábio inferior pela milésima vez e esperou-o ali, deveria, mas não estava bravo com o mais velho. Etsuo saiu do banheiro após um pequeno selo em seus lábios, e de fato, não era ruim com ele, só era protetor demais, ciumento de mais, o queria somente para si, não queria que ele fosse de mais ninguém. Suspirou e ao adentrar a sala, deu qualquer desculpa para poder ir embora e carregou as coisas do mais novo para o banheiro.
- Vamos, Ritsu.
- Sim. - O menor disse, alguns minutos depois de sua saída e já retorno, saiu do banheiro já bem ajeitadinho, como se nada houvesse acontecido ali. - Yasu, o que faz aqui? - Fez-se de surpreso, provocando o irmão.
- Hum, vim te raptar, vou pedir um valor pela sua vida.
- Oh não!
Taa seguiu o caminho da casa do outro, tranquilo a segurar a caixinha de presente pequena em uma das mãos e adentrou o local pouco lotado, afinal, já era noite, e os vampiros já estavam por ali. Desceu as escadas e seguiu até o quarto, encontrando o outro dormindo.
- Ah não... Sério? Como é que eu vou acordar ele agora?
Uniu as sobrancelhas e deixou com todo o cuidado a caixa ao lado da cama, o laço vermelho sobre ela, havia feito a pouquíssimo tempo. Deitou-se sobre o corpo do outro e abaixou-se a lhe beijar a nuca algumas vezes, sentindo o cheiro agradável do banho recente do vampiro, mas certamente ele deve ter dormido a tarde toda. Riu baixinho e deslizou uma das mãos até lhe alcançar as nádegas, dando um pequeno aperto no local.
- Ikuma...
O pouco peso sob o corpo do menor, insuficiente no aparte do sono. Ikuma sentia ainda o roçar dos dedos acima do carpete no solo do quarto, e logo o incômodo do sono diante de mão num sutil apalpar da nádega. Foi vagaroso, quando por fim voltava a face mínima a que pudesse fitar o objeto audacioso acima do corpo, encarando por fim seus olhos apagados, e diante dos próprios, não expressava um bom dia, ou melhor, boa noite.
Taa sorriu a ele ao vê-lo, os próprios olhos já beiravam a cor natural, tão castanhos, perdeu a conta de quanto tempo fazia que não ingeria sangue, mas manteve-se normal, sem demonstrar a fome a ele.
- Boa noite, bonitão. - Riu.
- Bonitão a porra, tira a mão da minha bunda senão vou apagar você.
- Ora, é o único jeito de te acordar, maridão.
Taa riu e lhe deu outro aperto leve, deitando-se ao lado do corpo dele.
- Maridão, casamos e eu não sei? - Empurrou-lhe a mão.
O maior riu baixo, mesmo que o sorriso houvesse sumido dos lábios alguns segundos depois.
- Trouxe um presente pra você, já que não comprei nada do natal...
- Me deu sua bunda de natal, eu gosto dela. Obrigado lagarta.
O menor lhe afagou o cabelo, os desarrumando. Taa sorriu, aproximando-se e lhe selou os lábios.
- Acho melhor você abrir logo aquele presente...
Ikuma revirou-se pela cama, em vagarosos movimentos e sentou-se nela, aceitando o presente dado pelo rapaz, se dispondo a abri-lo. Taa sorriu, ajeitando-se ao lado da cama e sentou-se.
- Tente não matar ele, por favor.
Riu e ao retirar o laço vermelho, o próprio bichinho empurrou a tampa da caixa com pequenos furos e observou o menor com os olhinhos grandes, o gatinho preto, tão pequeno que cabia na caixinha do presente, ainda era um filhote, e tinha uma fita vermelha no pescoço, apoiou as pequenas patinhas na caixa e logo saiu da mesma, quase caindo, subindo pelo tórax do maior e miou baixinho.
O menor franziu o cenho diante dos sutis movimentos vindos da caixa. Observou o companheiro brevemente, e logo viu o "pulo" da tampa, o pequeno felino negro, de olhos bem redondos e acinzentados. O franzir a juntar as sobrancelhas se fez novamente a fitar o filhote de gato, tateando o peito com suas patas pequenas e fofas.
- ... Por que um gato?
Taa sorriu e levou uma das mãos a acariciar a cabeça pequena do gatinho e logo observou o outro.
- Porque... - Uniu as sobrancelhas a observar o outro. - Já que... Não podemos ter filhos... Achei que seria bom poder cuidar de um bichinho...
Murmurou a desviou o olhar a janela a esconder a face do outro.
- Oh, e qual será o nome do nosso filho? - Ikuma ditou, evitando o riso.
Taa desviou o olhar ao outro, estreitando os olhos.
- Não sei... Eu dei ele pra você.
- Mas é a mãe que escolhe o nome.
- Claro que não.
- Claro que sim.
- Hum... Não sei... Ele é tão pequenininho.
- Mas vai crescer também. Vamos chamar ele de Kuma.
- Kuma? Aí eu chamo ele e você não vai saber se estou chamando você. - Riu. - Mas é bonitinho... Ursinho.- Eu sou I-kuma, não Kuma. - Ikuma estreitou as pálpebras.
- Ursinho meu. - Taa riu.
- Obrigado, lagarta. Por gerar um filho meu, mesmo que ele seja pretinho e nós sejamos brancos.
- E ele peludo também... Mas de nada.
- Sem pelo ele deve ser branco.
Uma das mãos o menor levou ao ventre do outro, o acariciando. Taa Uuniu as sobrancelhas, desviando o olhar ao próprio abdômen e após um pequeno tempo pigarreou.
- Você... Quer beber alguma coisa?
- Quero biscoito. E alimente seu filho.
- Hai.
Taa pegou-o nos braços e ouviu o pequeno miado em protesto do pequeno se revirando nos braços e o deixou com cuidado sobre a cama de novo, vendo-o andar sobre a mesma e se encolher próximo ao outro.
- Tá bem... Eu trago leite pra você. - Riu e saiu do quarto, seguindo a cozinha.
- Trás leite pra mim também, na sua mamadeira. Ele gostou de mim.
- Uhum... Mas se ele tomar o meu lugar na cama faço ele dormir com os vampiros lá fora.
Taa riu baixinho e seguiu logo a abrir o armário e pegar os biscoitos do outro, levando um a própria boca e mastigou, abrindo a geladeira e pegou o pequeno pote de leite, despejando em um potinho de plástico a levar ao quarto e deixou com cuidado sobre a cama, vendo-o caminhar com os passinhos pequenos até lamber a tigela e entregou ao outro os biscoitos.
- Ah calma... Seu leite. - Taa abaixou a calça e riu baixo, levantando-a novamente. - Brincadeira.
- Não, brincadeira o caralho, dá o bagulho o aqui.
Ikuma puxou-a, forçando-a para baixo novamente. A mão deslizou em sutil aperto de seu sexo escondido atrás da peça intima de roupa, e logo em resvalo dos dedos para o interior desta, abaixando a boxer azul escuro num tom quase negro, expondo o membro flácido do rapaz; que tratou prontamente de enrijecer em estímulos.
Taa mordeu o lábio inferior e riu, deixando-o abaixar as roupas e o pequeno gemido deixou os lábios com os estímulos que sentiu.
- Hum... Quer leitinho, quer?
- Não, quero é mesmo a mamadeira.
Ikuma elevou a direção visual a fita-lo, enquanto os dedos formulavam um ritmado vaivém. O maior gemeu baixinho novamente a observa-lo com os estímulos e levou uma das mãos aos cabelos dele, acariciando-os.
- Então me chupa, hum...
O menor expôs a língua entre lábios, deslizando o músculo em seu membro já desperto, o lubrificando com a própria saliva, sentindo o sabor de sua pele sem calor, e ainda assim o encarava. Taa mordeu o lábio inferior, segurando-lhe os cabelos entre os dedos e empurrou-o sutilmente.
- Que gostoso, hum...
Ikuma descerrou mais a boca, dando espaço ao membro já espesso e firme, o tomando dentro desta e no pressionar dos lábios que se fecharam a sua volta, passou a suga-lo. Taa fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás, apreciando os movimentos do outro e moveu sutilmente o quadril contra ele.
- Bom, hum?
O menor indagou breve quando por fim o retirou da boca, e logo; o sugava novamente, roçando a língua em torno a teu sexo enquanto lábios pressionavam seu músculo e uma das mãos dava ajuda ao feito. Taa assentiu, desviando o olhar a ele.
- Muito...
Observava-o a sugar a si e levou uma das mãos aos cabelos dele, puxando-os sutilmente a fazê-lo olhar a si e mordeu o lábio inferior.
- Gostoso também, hum?
- Muito.
Ikuma o imitou em resposta, tornando expor a língua, roçando a ponta dela em sua pequena fenda, sentindo mais do gosto alheio, expelido em pré gotejos de seu gozo. Taa sentiu o leve arrepio pelo corpo ao vê-lo lamber a si e sorriu a ele, um sorriso malicioso.
- Hum...
O menor ouviu o miado baixinho, e ainda fizera o próprio serviço, lambendo a logo voltar a coloca-lo na boca, o mordeu sem força e podia sentir as patinhas macias tocarem a própria coxa, as frontais, e sutis gotejos pingarem na perna desnuda. O maior desviou o olhar ao gatinho e riu baixinho a observar as pequenas gotas de leite que molhavam o outro, unindo as sobrancelhas ao sentir o forte arrepio que percorreu o corpo.
- Vou gozar...
- Hum...
Ikuma grunhiu diante do comentário, impossibilitado de dizer qualquer coisa e por vez; novamente o encarava, indo e vindo com a face em sua direção, o chupando, e massageava sua glândulas sexuais com uma das mãos, já a outra, ainda ajudava no vaivém, imitando o oral.
Taa fechou os olhos, inclinando o pescoço para trás e puxava o outro contra si a apreciar os estímulos, gemendo baixo, o suspiro deixou os lábios, unindo as sobrancelhas e atingiu o ápice, deixando o prazer sentido nos lábios dele.
- Ah... Ikuma...
O menor sentiu os jatos de prazer serem jorrados ao céu da boca, tatear logo o paladar e dar veemência em teu sabor, afrouxou o vaivém, sem cessá-lo, até que todo o êxtase de prazer do outro fosse esvaído. O soltou, podendo sentir a fraqueza de suas pernas que tremiam com sutileza, o encarou tão breve e logo, se voltou os biscoitos trazidos por ele, comendo.
O maior abriu um pequeno sorriso ao vê-lo engolir o próprio prazer e deslizou a mão pela face dele, acariciando-o a piscar a ele e sentou-se ao lado dele.
- Pronto... Já tomou seu leite.
Segurou o gatinho nos braços e colocou-o sobre as próprias pernas apos ajeitar as roupas, acariciando-o.
- Uhum, sem açúcar.
Ikuma riu baixo, maldoso e continuou a comer. Em uso do lenço de papel ao lado, um deles levou a perna, limpando as gotas de leite.
- Esse porrinha me deixou cheiro leite.
- Own... Não chame ele de porrinha. - Taa riu e viu o pequeno se encolher nos próprios braços. - Ele é tão minusculo...
- Pelo jeito você quer mesmo ter um filho.
- Hum?
- Está gostando do filhote.
- Ah... Iie... É só um gatinho.
- Hum... Quer biscoito?
Taa assentiu, abrindo a boca a esperar pelo doce e Ikuma levou outra metade do biscoito já mordido a boca do outro. O maior sorriu e mastigou o doce, apreciando-o.
- Estou... Com bastante fome.
- Biscoitos não vão matar a sua fome.
- Eu sei...
- Então beba alguma coisa.
Taa assentiu, observando o gatinho a dormir no próprio colo e sorriu, deixando-o sobre a cama e cobriu-o com o edredom, levantando-se e seguiu a cozinha a procurar a bebida.
- Hoje mais cedo trouxeram uma bem fresca, está na primeira prateleira no balcão da cozinha.
- Hai.
O maior seguiu ao balcão a colocar pouco do sangue em uma das taças e levou-a aos lábios, bebendo alguns goles da bebida e suspirou a voltar ao quarto, os olhos que já tomavam a cor vermelha novamente.
- Quer mais biscoito? Ou está querendo mais sangue? De alguém específico.
- Na verdade eu quero o seu.
- Foi o que eu quis dizer. Está viciada, Lagarta?
O maior assentiu e bebeu o restante do liquido na taça.
- Quer um pouquinho, ah?
- Uhum...
- Beba com moderação.
- Não vou dirigir, não se preocupe.
- Não, evite de levar porradas.
- Hum... Mas levar porradas me parece interessante.
- Se eu te der porrada eu te quebro, reumático.
- Mas depois meus ossos voltam pro lugar e nós transamos a noite inteira.
- Mas dor você vai sentir.
- Não faz mal não.
- Então, devo chamar alguém para cozinhar ou quer que façamos nosso jantar?
- Vamos fazer.
- Vamos fazer... Hum...
- O jantar.
- Hum, o que a lagarta gostaria de comer?
Taa abriu um pequeno sorriso malicioso e riu.
- O que se come no ano novo? Eu não me lembro mais...
- O que você gostava de comer enquanto era um ser vivo?
- Hum... Espaguete... Podemos fazer com molho de sangue. - Riu. - Podemos fazer... frango. Sei lá.
- Uhum. Você gostava dessas coisas?
- Bastante.
- Você comia essas coisas com quem?
- Minha mãe fazia no ano novo... Antes deles morrerem.
- Hum... Quero fazer as coisas que você gosta de fazer, ou gostava.
- Eu quero. - Sorriu.
- Então me diga tudo. - Ikuma se levantou enfim, acomodando o pequeno felino acima do próprio travesseiro. - Você gosta de que, me diga tudo sobre você.
- Você sabe tudo sobre mim...
- Sei de tudo o que me mostrou desde o momento em que o conheci, mas nada muito além. Vamos, venha fazer nosso jantar, antes que eu resolva comer lagarta crua.
- Eu vou ser sua sobremesa... Mas não na frente do nosso filho adotivo. - Riu.
- Tenho um presente pra você também. - Ikuma riu maldoso.
- Tem? O que é?
- Depois você pega.
- Me diz... Cacete, agora vou ficar curioso
- Vai ficar. Vamos fazer o espaguete, torrar a pele e assar um frango no mormaço do forno.
- Torrar? - Riu. - Acho que é só sermos cuidadosos.
- Vamos, vamos. - O menor seguiu a cozinha.
Taa assentiu e levantou-se a seguir o outro. Ikuma buscou o avental na cozinha, num meio sorriso se encaminhou ao outro, e fê-lo trajar a peça.
- Por que me fez vestir isso? Tenho cara de empregada?
- Minha dona de casa. Quer tirar as roupas?
- Não. - Estreitou os olhos.
- E continuar com o avental, claro.
- Não. - Riu.
- Então continue somente com o avental e não reclame.
Minucioso, Ikuma se pôs a acender o fogão, em busca do necessário a formular o jantar, postando a louça, os condimentos acima do balcão.
- Quer escolher o que usará na mesa, ou se vamos apenas ir até a varanda?
- Acho que vou arrumar a mesa... Luz de velas.
- Oh, ultimamente tem me mostrado seu lado romântico.
Taa riu, desviando o olhar ao chão e encostou-se no móvel.
- Tenho sido muito ridículo?
- Não. Arrume a mesa.
Ikuma já formulava o preparo do molho vermelho ao espaguete, na panela bem polida pela serviçal não presente. Buscou a garrafa de vinho, misto ao sangue, como bem era costumeiro, e duas taças desta acrescentou ao molho do macarrão.
- O frango, terá de fazê-lo.Taa pegou a toalha no armário do local a levar até a mesa da sala de jantar e logo voltou a cozinha a procurar as velas, virando-se a observar o outro ao ouvi-lo.
- Eu? Mas eu não sei cozinhar.
- Não sei como temperar um frango...
- Então estamos mortos...
- Estamos mesmo.
- Tem o frango aqui? - Riu.
- Tem aquelas coisas que pessoas normais usam em seus jantares de natal e ano novo.
- Hum... - Taa abriu a geladeira em busca do que o outro havia dito e logo pegou o pacote, deixando-o sobre o móvel. - O que fazemos?
- O que gosta mais? Tem peru se quiser também... - Ikuma sorriu de canto.
- Peru... Hum... Eu gosto muito, mas acho melhor fazermos essa coisa mesmo. - Taa ergueu o saquinho, rindo.
- Que ex humano mais inexperiente.
- Eu era um inútil, aliás... Ainda sou.
- Se quiser casar comigo terá de aprender a cozinhar. - Ikuma selecionou o macarrão, levando-o a panela, continuando o preparo deste. - É bom começar, espaguete é rápido.
Taa sorriu.
- Hai...
Retirou o pequeno pedaço de presunto do pacote, observando o pacote discretamente e abriu a gaveta a pegar uma faca, colocando-o numa travessa e cortou o alimento como mandava no local, deixando-o escorregar vez ou outra a pegá-lo e ria baixinho.
- Não tenho jeito pra isso, vou destruir a casa.
- No máximo a travessa.
Ikuma ditou e experimentou o molho, por fim, mais uma taça de vinho adicionou.
- Hum...
Taa caminhou ao armário, a abri-lo e procurou por algo até que encontrou logo, voltou ao local a ajeitar os cravos da Índia como pode sobre o local.
- Hum... Acho que está... Meio bonito... Só um pouco. - Riu.
Ikuma riu e caminhou a geladeira, a busca do tempero para a carne e entregou ao outro.
- Seria bom.
O maior observou o tempero e sorriu.
- Hai... - Despejou pouco sobre a carne a passar com cuidado pelo local, temperando-o como pôde, pouco desajeitado e logo lia o pacote. - Deixar no fogo com 200 graus por trinta minutos... Liga o forno pra mim?
Ikuma ligou o forno, a deixa-lo pré-aquecer como indicado na embalagem, pegou logo a travessa e minucioso a colocou no interior do forno, sentindo o mormaço da temperatura e ofegou diante do incômodo. Afastou-se permanecendo abaixado, entre os mesmos suspiros e manteve as mãos que levou aos olhos, pressionando-os.
- Não consigo abrir os olhos.
Taa aproximou-se do maior ao ouvi-lo, levando ambas as mãos aos braços dele, afastando-o do local e fechou o forno, puxando-o para si e lhe selou os lábios.
- Ikuma? Ikuma... Olhe pra mim...
- Como vou te olhar se não consigo abrir os olhos? - O menor indagou e por fim retirou as mãos dos olhos, encarando-o com estes muito bem abertos. - Não consigo abrir meus olhos, Taa!
Taa uniu as sobrancelhas, aproximando-se a beijar os olhos do outro.
- Não sei o que faz... Ahh, Ikuma, vai se foder.
Ikuma riu baixo, maldoso e sentiu o lacrimejo das vistas irritadiças.
- Quase me matou de susto...
O maior pegou um pequeno pano próximo, averiguando se estava limpo e aproximou-se a secar a face do maior, selando-lhe os lábios.
- Vou te dar umas porradas qualquer hora.
- Vai é? Não consegue mais.
Ikuma ditou de olhos cerrados enquanto este havia limpado, e descerrou-os a fitar logo o mais alto, lhe retribuindo o selo com um novo. Taa riu baixinho, assentindo e acariciou-lhe a face.
- Tudo bem mesmo? Ah, meu deus! Queimou sua sobrancelha! Não mentira... - Riu.
- Aha, que bom que meu super cílio não derreteu junto e minha sobrancelha já quase inexistente foi pro saco.
Taa riu.
- Tudo bem, agora é só esperar meia hora.
- Esperamos fazendo o que?
- Ahn...