Naquele dia, após desacordar Yori, havia permanecido algumas horas até que o dia começasse a saudar a própria presença; havia tido esperanças de que ele fosse rápido em acordar, nunca havia transformado alguém, portanto, esperava ter sorte e não perde-lo pela própria ânsia, pela própria gana em tomar aquela criança para si mesmo, não apenas com seu corpo, o qual sabia, podia facilmente ter e violar, nas numa altura do campeonato, por mais rápido que parecesse para o pequeno humano agora desfalecido nos próprios braços, o desenvolvimento dos sentimentos eram ágeis demais para desejar ter mais que sua parte física, queria também ter seus pensamentos, seus sentimentos, embora não fosse alguém acostumado a cativar e conhecer as pessoas. Havia crescido daquela forma, tinha tudo o que precisava quando queria, porque viera de uma boa família, porém, financeiramente, então, falar sobre afabilidade e sentimentos não era uma coisa muito fácil de entender, era uma coisa que pouco conhecia, talvez por Ophelia, talvez pelos que trabalhavam consigo, mas não era um sentimento como aquele. Se queria sentir aquilo? Talvez não, talvez preferisse a facilidade de não querer coisa alguma, pessoa alguma, mas agora estava ali, enganando a si mesmo enquanto pedia silenciosamente para que ele fosse forte como pensava que era, que acordasse e que voltasse para si, naquele mesmo lugar, por isso, por todos os dias em que aguardaria sua volta, o levaria alí. Quando chegou em casa no mesmo dia, Ophelia não fazia perguntar, mas podia ver seus lábios trêmulos como quem queria dizer qualquer coisa, em silêncio ela apenas tratou de arrumar tudo o que achava necessário para dar conforto à transição de Yori. Entendia que em algum momento o garoto havia se tornando alguém importante para ela também, não como era para si, talvez, importante como era para ela, um familiar, um irmão. Após acomoda-lo, religiosamente lhe dava banhos e trocava suas vestes, ele transpirou em algum momento, em outros, era apenas como um pequeno cubo de gelo seco. Por horas percebia que o olhava dormir, e era estranho estar ali sem ver qualquer movimento de seus olhos visando acordar, ou estar no silêncio mesmo da falta de seus resmungos de dor, era estranho estar na casa como ela sempre foi, porque desde que o levara ali, deixou de ser o lugar onde cresceu, talvez o garoto fosse um pequeno ponto de luz, para ele prestes a apagar, mas para si, naquele lugar, mesmo a palidez de sua pequena chama era calorosa o suficiente. Sentiu saudades de sua voz, por três dias, que mais pareceram meses. Percebeu em si um toque de sentimentos desconhecidos, ou talvez conhecidos mas não percebidos, saudade, amor, consideração, por mínima que fosse. Aproveitou naquele meio tempo para descobrir detalhes de seu rosto miúdo que nunca havia visto, como uma delicada pinta próxima ao queixo, ou como o mesmo sem vida, seu semblante parecia manhoso como o de uma criança esperando por um doce e foi assim que quase deixou escapar uma risada breve, enquanto se sentava à beira da cama e colocava seus braços nas mangas da camisa longa, se preparando para leva-lo, novamente até onde o havia encontrado e sabia que no fundo, aquilo talvez fosse até romântico, embora quisesse apenas o significado de reencontra-lo e assim, dar a ele tudo o que deveria ter feito para sentir que precisava viver, que não estava sozinho e que haveriam opções, porque aquelas foram algumas das sensações que o garoto ensinou a si sem querer. Esticou a mão, tocou e emoldurou seu rosto com o toque dos dedos, tocou seus cabelos curtos e loiros, deslizou para a nuca e então o puxou para o colo, colocando seu pequeno corpo junto ao próprio, levando-o por toda a silenciosa caminhada até a ponte há alguns minutos de casa, mas não se sentiu sozinho, era assim que sabia que ele estava voltando.
- Uh... Preguiçoso.
Etsuo assentiu e virou-se de costas, empinando o quadril novamente a ele. Ritsu sorriu, para si mesmo na verdade. Gostava da manha do irmão, na verdade, gostava de vê-lo carente. Não sabia o termo exato, mas era fofo. O beijou na nuca ao se virar e desceu no pescoço, seguiu pelas costas e alcançou a lombar, tão logo as nádegas, mordeu, era macio. O maior riu baixinho ao sentir as leves mordidas e pensava em como seriam dolorosas assim que ele se tornasse um vampiro. Desviou o olhar a ele, estranhando o fato de estar abaixado e por fim riu novamente com a mordida.
- Onii...
Ritsu lambiscou sua pele fria, sugou-a causando um pequeno hematoma que não duraria muito tempo. No entanto, afastou suas nádegas e deu vazão para ver aquela parte de seu corpo que era tão íntima.
- Ritsu... - Etsuo falou, baixinho e por fim virou-se, observando-o e negativou. - Iie...
O menor fez um falso movimento de mordida, ameaçando o irmão em sua parte aparente e mais sensível que a parte de trás. Etsuo uniu as sobrancelhas e afastou-se rapidamente.
- Vem, traz a bunda aqui, onii-chan.
- Iie, não... Não quero que faça isso.
- Etsuo, vire-se.
- ...
Etsuo virou-se, devagar e suspirou.
- Seu dono quer provar de você. - Ritsu disse e mordiscou novamente sua bunda, desceu para a coxa e como antes afastava suas nádegas para que pudesse vê-lo. - Quero te acariciar aqui, inu.
Disse e beijou o fim de sua coluna, descendo devagar para a parte mais tímida de seu corpo. O maior uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e estremeceu, inclinando-se pouco para frente e cerrou os dentes.
- R-Ritsu...
- Eu posso, não é? Você é meu mesmo, hum.
O menor disse e desceu vagaroso, esperando-o se adaptar à ideia. Etsuo assentiu ao ouvi-lo e suspirou.
- Hai...
- Quer saber como é, inu?
Ritsu disse e sem ser direto, o lamber ao redor de seu íntimo, sentindo sua textura incomum.
- Iie... - O maior encolheu-se, fechando os olhos. - Ritsu... Isso... Não...
- Se você gostar vai ter que me compensar por ter me recusado antes.
Dito, Ritsu fechou os olhos e usou da saliva para lubrifica-lo a medida em que deslizou a delinear com a ponta da língua, pressionando gentilmente. Etsuo uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo, não achava que teria como gostar daquilo, era estranho, mas por fim gemeu ao senti-lo tocar o local, sentindo-o sensível, e era estranhamente bom. Devagar, o menor delineou sua entrada, massageando com a ponta da língua que embora firme ainda amaciava o toque. Lambiscou por vezes, ocupava-se outra com mordiscos em suas nádegas, mas terminava pressionando a língua naquela parte, tentando excita-lo com aquilo.
Etsuo sentiu as pernas trêmulas devido ao toque e mordeu o lábio inferior, ferrando os punhos, porém não conseguiu sufocar o gemido.
- ... Onii-chan.
O menor surpreendera-se com o timbre que deixava sua garganta, parecia leve, afetado. Intensificou a massagem, usando da saliva para umedecer sua parte tão delicada.
- P-Para...
Etsuo falou num gemido mais alto e estremeceu, sentindo as pernas trêmulas e teve que se sustentar no espelho em frente a si embora ele houvesse pedido para não fazer.
- Oh... Parece que você é sensível aqui.
Ritsu disse em baixo tom, porém audível e também surpreso tamanha sensibilidade do moreno. Apalpou suas nádegas e pressionou a língua tomando um pequeno espaço, embora tivesse o beirado, não aprofundou, deixou para o corpo já lubrificado por ele. Se levantou por fim.
O moreno uniu as sobrancelhas mais uma vez, agoniado com o toque e também com o prazer que sentia, até mesmo a si estranhou o fato de achar aquilo tão excitante. O sexo descansava no próprio abdômen, firme, pulsando suavemente e negativou, envergonhado.
- Está gostoso? - Ritsu indagou e o envolveu pela cintura, puxando-o para trás, afastando do espelho. - Fala pra mim.
O moreno fechou os olhos com certa força e mordeu o lábio inferior, sentindo a sutil fisgada e a gota única de sangue que escorreu pelo queixo.
- Hai...
- Hum, vai ter de me compensar depois.
O loiro prosseguiu com o que havia dito. E ao se acomodar contra suas nádegas, posicionou o membro que bem, cheirava a menta com o lubrificante dele, facilitando a penetração. Vagarosamente se impôs e deixou-se entrar sentindo cada centímetro de si a seguir dentro dele. Etsuo assentiu e fechou os olhos novamente, lambendo os lábios e parte do queixo, limpando-se, não queria deixar que o irmão visse o sangue e conforme o sentiu adentrar o corpo, gemeu, prazeroso e dolorido e uniu as sobrancelhas, droga, estava tão excitado, que quase nem percebeu quando atingiu o ápice. O gemido alto deixou os lábios, tentou conte-lo, mas era difícil. Sentiu as pernas fracas e apoiou-se no irmão dessa vez, novamente envergonhado.
- ... Não para... Ritsu...
O menor sentiu nos braços seu corpo tremer. Por um minuto pensou estar afetado pela penetração, que podia ser dolorida, no entanto, não como pensava, sua voz havia soado intensa, e no espelho seu corpo era visto como espasmos, numa parte específica, liberou seu prazer. Diferente do que ele podia imaginar, não deu atenção a seu clímax precoce, ainda que estivesse surpreso por sua sensibilidade, mas se excitou com ele, suficiente para tê-lo como um incentivo. Se moveu, investindo ainda que suas pernas parecessem desequilibradas, mas o segurou como pôde.
- Ah, está tão sensível, onii-chan. Me diz o que está pensando, ah.
Um suspiro deixou os lábios do maior, tentava se apoiar no irmão embora estivesse muito trêmulo. Mordia o lábio inferior mesmo sem perceber a novamente machucar o lábio sensível. Fechou os olhos ao ouvi-lo e desviou o olhar a ele pelo espelho.
- ... Você me excitou demais, Ritsu... Eu...
- Hum, não fiz ainda de mais, inu. Está pensando alguma coisa ou só gostou de pensar na minha boca no corpo?
O menor indagou e então se moveu, dando início ao ritmo leve que iniciou. Etsuo gemeu novamente ao sentir o movimento dele, prazeroso.
- ... Sua boca... Foi tão gostoso. A situação, você...
Na verdade ainda que estivesse a ouvi-lo, Ritsu não conseguia entender tamanha sensibilidade. Talvez estivesse com medo. Ao deslizar as mãos por seu tronco, segurou sua pelve onde sentia os ossos demarcados suavemente. Onde passou a guia-lo, puxa-lo para si. O moreno sorriu a ele pelo espelho, sutilmente. Podia sentir as gotas de sangue que pingavam do queixo ao tórax, e as tentativas de não mostrar aquilo a ele eram falhas. Era um vampiro, sangue excitava a si, a ideia dele excitava a si e ver-se sujo do próprio sangue, por não conseguir conter os gemidos devido aos movimentos dele, o que poderia ser melhor do que aquilo? Outro suspiro deixou os lábios e empurrou-se contra ele, talvez mais firme do que queria.
Embora de primeira parecesse conter qualquer toque rubro que tocasse sua pele, era evidente que não era mesmo sua intenção, o menor podia ver a vontade dele de expor aquele detalhe, talvez para si mesmo. Embora não entendesse seu intuito, vê-lo gentilmente tocado por gotas de sangue era deveras atraente, ainda que não entendesse como ele podia gostar de ver seu próprio sangue. Talvez um dia entendesse o que ele pensava e como pensava, mas para si, o que via era a beleza da vulnerabilidade de uma espécie mais agressiva à de um humano a se submeter para o mesmo. O puxou, retribuindo sua intensidade, empurrando-se para ele como ele para si.
- Ritsu...
Etsuo gemeu, chamando o nome dele e abaixou a cabeça, apreciando os movimentos firmes do irmão que excitavam a si ainda mais, faziam voltar a ereção a pouco ausente e estremeceu, guiando uma das mãos ao próprio sexo, apertando-o sentindo-o endurecer em meio aos dedos.
- Solte.
Ritsu disse embora lamentasse por privar a si mesmo de vê-lo se apalpando, queria fazê-lo atingir o clímax sem que se tocasse na frente, precisava ser bom atrás para isso, mas conhecia seu corpo. Deslizou as mãos em suas coxas firmes e arqueou o quadril, dando apoio a ele e intensificou o ritmo com que se levava para cima, penetrando-o vigorosamente. O maior assentiu e uniu as sobrancelhas, como um cachorrinho repreendido. Soltou-se e estremeceu conforme o sentiu se empurrar para si, era gostoso, embora dolorido.
- Oh, não me olhe assim. Quer tanto um carinho no pau, inu?
Ritsu indagou e lambeu o macio lóbulo de sua orelha após alcanço-lo. E por um instante o deixou, saiu de dentro de seu corpo. Podia se ver úmido pelo lubrificante mentolado e mesmo por uma fina camada avermelhada, sangue. Após deixa-lo, aproveitou para voltar as mãos ao próprio corpo, sentia calor então preferiu despir das roupas, mas fez isso devagar, tentando deixar importunar a excitação do outro. O maior virou-se a observa-lo ao sair do próprio corpo e negativou, porém ajoelhou-se em frente a ele, apoiando-se nas duas mãos e nos joelhos, esperando e sorriu a ele, lambendo os lábios.
- Hum, nani inu?
O menor indagou a medida em que despia das roupas. Como ele estava mesmo, após se desnudar, abaixou-se e gentilmente o empurrou pelo ombro, indicando a se deitar no chão com o macio tapete. O moreno sorriu a ele e mordeu o lábio mais uma vez, dessa vez suavemente.
- Você é lindo.
Falou a ele e assentiu, seguindo ao tapete onde se deitou, como indicado, deitando-se.
- Você que é.
O loiro disse ao se a acomodar entre suas pernas e deslizar as mãos pelo tecido sedoso e levemente áspero as meias. Etsuo sorriu a ele meio de canto, gostava do tapete, não se lembrava porque não havia transado ainda ali com ele. Ritsu tomou as pernas do moreno, levando-as até o tronco, apoiou-as nos ombros e então se levou para acomodar outra vez em seu corpo. Roçou-se no entanto, provocando-o sem penetra-lo. O maior sorriu ao vê-lo sobre si e guiou as pernas onde ele queria, fitando-o e agarrou o tapete lado a si, apertando-o entre os dedos.
- Está obedecendo agora, é?
Ritsu indagou-o, uma vez que ele provavelmente já teria reclamado de estar tão espaçoso. Moveu-se, esfregando-se nele. Aproveitou para se abaixar e selar seus lábios. Etsuo assentiu embora tenha rosnado baixinho para ele depois e riu, retribuindo seu selo.
- Entra logo.
- Que cachorrinho mais temperamental.
O loiro disse a ele e riu sem se prolongar. Mordeu seu lábio inferior, o lambeu. Ainda alisava suas pernas, atendeu seu pedido em seguida, entrou, devagar. Etsuo riu e assentiu, deslizando uma das mãos pelos cabelos dele a acaricia-lo e por fim deixou escapar um gemido prazeroso ao senti-lo adentrar o corpo.
- Ah...
Ritsu se deitou sobre o moreno, embora com o espaço de suas coxas contra o peito. Deu ritmo, gradativo e rapidamente intensificou, uma vez já fácil de entrar, já acostumado antes. E adorava o som que fazia na pele cada vez que o encontrava com insistência, tendo atrito com seu corpo. Fechou os olhos, era difícil mante-los abertos, mas lamentava não vê-lo. Etsuo deslizou ambas as mãos pelo corpo dele, acariciando-o e suspirou, igualmente não podia manter os olhos abertos e tinha que semicerra-los. Estremeceu, visivelmente excitado.
- Me fode, mestre...
O menor sorriu num riso breve e quase sem altura, se perguntou por um momento se o moreno se sentia realizado com o que juntos haviam se tornado. Abaixou-se, e nas proximidades de sua audição, lambiscou seu lóbulo como alcançou, falou baixo, mas audível.
- Vou morde-lo e suga-lo até que não tenha forças.
Disse, brincando com o vampiro, sorriu para ele, embora de olhos ainda fechados bem tivesse certeza se ele olhava para si.
Etsuo desviou o olhar a ele conforme o ouviu rir e negativou, não o entendia, mas não quis perguntar. Fechou os olhos mais uma vez, concentrados em seus movimentos, porém estremeceu e arregalou os olhos novamente ao ouvi-lo e porra, como aquilo havia excitado a si, a ponto de usar um palavrão em pensamento. As unhas se cravaram nas costas dele, num pequeno devaneio ao imagina-lo sendo da própria espécie, sugando do próprio sangue, para si era algo tão íntimo, para um vampiro era algo tão íntimo. E gemeu, prazeroso, mordiscando o pescoço dele sem machuca-lo.
- ... Hm... Beba, mestre. Me seque se quiser.
Ritsu sentiu suas unhas sem comprimento, pressionadas na pele como se quisessem inconscientemente causar dolo. O riso soou baixo ao sentir a mordidinha dele, que tamanha suavidade causou um arrepio na pele. Interrompido no entanto ao ouvi-lo e vestiu o personagem. Lambeu seus pescoço e seguiu com uma linha imaginária até sua orelha, outra vez.
- Assim vou saber tudo o que está sentindo, não é? Todo seu amor por seu mestre, Inu-chan. Goze agora.
Ritsu disse e tomou mais firmeza, como podia, não tinha o vigor de um vampiro.
Etsuo assentiu ao ouvi-lo, estremecendo e era verdade, se bebesse do próprio sangue, saberia tudo que sentia, se ele fosse um vampiro é claro. Assentiu ao ouvi-lo e fechou os olhos, firmemente, apreciando as investidas firmes contra o corpo e gemeu alto quando por fim gozou novamente, sujando mais uma vez o próprio corpo, e agora o dele em conjunto.
Ao dizer, o menor não imaginava no entanto que o faria tão rapidamente, parecia quase obediente. Sentiu no corpo o toque frio de seu clímax, já conhecia bem aquela temperatura. Com isso, se permitiu fazer o mesmo, diferente dele a primeira vez que o atingia. Gemeu com ele e após soltar suas pernas, se deitou sobre seu corpo.
- Ah, você gosta disso, hum?
Etsuo sentiu-se aquecer com o ápice dele, gostoso e estremeceu, unindo as sobrancelhas a desviar o olhar ao outro, deslizando uma das mãos pelos cabelos dele, assentindo.
- É quentinho.
O menor riu baixinho.
- Achei que o calor era incômodo pra você.
- Não é. Só quando é muito forte.
- Hum, não vai sentir falta disso se eu puder te dar umas mordidinhas, vai?
- Iie. - Etsuo sorriu. - Vou me adaptar a você.
- Hum, se adaptar não parece bom. Parece que vai se acostumar porque é necessário.
- Iie. Vou gostar de você vampiro.
- Vou poder te fazer sentir como é ser bebido. Ninguém já fez, não é?
Etsuo sorriu.
- Ninguém. Nem a mamãe e papai sabem como é.
- Eles sabem sim, papai já bebeu da mamãe e ele do papai.
- Não, quis dizer que eles não sabem como é o meu sangue, beber dele. Claro, algumas gotinhas, mas nada assim.
- Então você não sabe como é ser mordido.
- Não. - O moreno suspirou. - Não sei quase nada, nós vampiros geralmente só somos mordidos quando encontramos o nosso parceiro mesmo.
- Hum, isso é bem romântico. Vampiros são uma espécie contraditória. São muito carnais e ao mesmo tempo sentimentais?
- Acho que nem mesmo os humanos são assim.
Ritsu riu.
- Mais ou menos. Na verdade nossa espécie é estranha mesmo, mas somos como qualquer humano quando se apaixona, a diferença é que é pra sempre. Hum... Como pinguins. - Etsuo riu novamente. - Mas conheço vampiros que só querem saber de farra e orgias. Alguns rapazes do meu colégio são assim.
- Hum, talvez por que não encontraram alguém que gostem na farra? Me pergunto como deve ser, ser imortal e querer uma pessoa pra sempre.
Etsuo desviou o olhar a ele, unindo as sobrancelhas.
- ... Você não me quer pra sempre?
- Quero sim. Quem não iria querer? - Ritsu disse e tocou seu rosto tão bonito. - Nem acredito que você é tão bonito.
O moreno abaixou a cabeça ao ouvi-lo, e ouvir aquilo dava a impressão de que ele iria deixar a si quando se tornasse um vampiro.
- ... Eu quero levantar.
- Onii-chan, só me expressei mal. - O menor disse e o abraçou.
- ... Não vai me querer mais quando for vampiro?
- Eu disse que me expressei mal. - Ritsu afagou sua nuca, tocando seus cabelos. - Quero você.
O maior desviou o olhar a ele, as lágrimas evidentes nos olhos, mas não derramou nenhuma delas e assentiu.
- Etsuo, não acredita em mim?
O loiro disse e se aproximou, lambeu uma gotinha próxima de seu olho, não era salgada como a de um humano. Etsuo desviou o olhar ao senti-lo lamber o rosto.
- ... Não sei.
- Você está me chamando de mentiroso, puppy?
- Não, mas não quero mais que seja vampiro.
- Quer me ver velhinho?
- Se for me amar assim, então prefiro.
- Acha que vou mudar minha personalidade por isso? Não seja tolo.
Etsuo segurou o braço do irmão, firmemente.
- Você não pode amar outra pessoa.
- Etsuo, você está me ouvindo ou vou ter que te castigar com falar assim com seu mestre?
O maior estreitou os olhos a ele, cerrando os dentes e no canto dos lábios escorreu uma pequena risca de sangue, havia mordido a língua antes de falar algo a ele.
- Etsuo. - Ritsu disse e chegou perto dele, lambiscou o sangue que lhe escorreu no canto da boca. Tinha um gosto desagradável. - Eu já disse que me expressei mal. Vou cuidar de você para sempre, enquanto me for permitido. Agora solte meu braço, se não quiser ficar sem sexo.
O maior assentiu e soltou-o, devagar, vendo a marca vermelha dos dedos no local.
- Hum. - Ritsu disse e massageou a região.
- Desculpe... - Etsuo disse entre os dentes.
- Hum. Vou deixar você se acalmar sozinho.
- Não, estou bem.
- Eu me expressei erroneamente. O que posso fazer pra que acredite em mim, hum?
Ritsu tocou seu rosto frio, parecia ainda mais sem calor, estava triste.
- Não pode me provar nada, vai provar quando se tornar um vampiro. Enquanto isso, vou viver com medo.
- Então não acredita em mim.
- Você falou como se se pudesse ficar com quem quisesse sendo vampiro.
- Iie, eu quis dizer que sendo vampiro, você pode viver a vida inteira com uma pessoa.
- ... Espero que ainda me ame quando for vampiro.
- O que me impediria de estar com outra pessoa sendo humano? Sendo qualquer um, nada me impede de qualquer coisa. Eu gosto de você, não acho que vou acordar amando outro alguém só porque eu... Morri?
- ... Não, não vai. Mas não sei o que vai pensar. Se não me amar, eu vou viver te amando, e sofrendo pelo resto da eternidade.
- E isso seria diferente sendo humano?
- Não, humanos morrem e esquecem. O amor de um vampiro é muito mais puro que de um humano.
- Acho que seguimos caminhos diferentes nessa conversa. Vai ser incrível passar toda a minha vida com você.
Etsuo assentiu ao ouvi-lo e uniu as sobrancelhas.
- Você quer dormir? Papai deve chegar mais tarde.
- Quero... Podemos tomar um banho e ir pra cama.
- Hai.
Ritsu disse e se levantou por fim. Ajeitou-se a buscar as próprias roupas enquanto assistia o moreno, parecia quase uma criança manhosa, era adorável. O maior levantou-se assim como ele, ajeitando os cabelos bagunçados e retirou a meia calça é a calcinha dada por ele, bem, não tão calcinha assim.
- Gostou dela? - O menor indagou e sugeriu a peça que agora ele tirava.
- Gostei. - Etsuo sorriu. - Obrigado.
- Combina com você.
O loiro disse e sorriu a ele. Seguiu ao banheiro, como estava, sem roupas mesmo. O moreno assentiu e seguiu igualmente ao banheiro, junto dele.
- ... Quero tomar banho com você.
- Vamos tomar banho juntos. - Ritsu estendeu a mão a ele. - Você é tão bonito, onii-chan. Fica ainda mais adorável quando está assim.
Etsuo sorriu a ele e assentiu, abaixando a cabeça.
- Não seja bobo.
Taa caminhou em direção a mesa carregando a bandeja com as bebidas, não era pedido próprio, era de outras pessoas. Deixou-as sobre o lugar, gastando um pouco do tempo na boate do outro, que agora seria própria também, afinal, seriam casados.
- Hey, esse é pra você.
Disse o rapaz a sorrir para Taa. O maior observou-o sentado no local e ponderou, porém sentou-se junto deles e aceitou a bebida de abacaxi e coco, sem ser acompanhada pelo sangue nessa vez, ouvindo a conversa dos outros e vez ou outra comentava algo.
Certamente o desagrado fluía pelos poros de Ikuma, sendo exalado numa aura desagradável enquanto a ele se encaminhava, talvez o provesse até mesmo de ouvir cada passo do salto curto da bota que usava, tão enfatizado quanto soava no rumo que seguia, e encostou-se à mesa, observando o companheiro. Taa ouviu o outro, mas permaneceu ali sentado e em silêncio, desviando o olhar a ele após a chegada e do mesmo modo, permaneceu em silêncio. Ikuma estreitou as pálpebras ao demais, e mesmo assim continuou fronte a ele, esperando por alguma atitude. O maior deixou o copo sobre a mesa e levantou-se.
- Hey, aonde vai? Qual é, cara? Só estamos conversando.
O cliente falou direcionado ao loiro em pé e estreitou os olhos.
- Acha que eu me importo?
Dito num meio riso, Ikuma elevou brevemente uma das sobrancelhas e tornou suavizá-la posteriormente. Taa estreitou os olhos ao rapaz sentado.
- E qual o problema de conversar? Acha que é dono dele?
O cliente riu, cruzando os braços a observar a ambos.
- Não acho, eu sou o dono dele. Não vou discutir com você, não tenho tempo.
- Não tem tempo? Como assim não tem tempo? - O rapaz rosnou a ele. - Se é tão ocupado, deixa ele aqui conversando com a gente.
Ikuma retrucou o rosnado, sibiliando num gesto automático.
- Não, não tenho tempo. Tenho alguém pra comer. - Dito, ikuma desferiu um tapa contra a nádega do companheiro. - Uma boate pra cuidar. -Com o indicador apontou pelas paredes do lugar. - E o nosso bebê dormindo lá embaixo, acha mesmo que eu tenho tempo pra você?
Taa abriu um pequeno sorriso nos lábios, mesmo após o tapa e viu o outro rapaz voltar a se sentar, silencioso.
Ikuma assentiu num sorriso ingracioso.
- Aproveite a bebida.
Passou o maior fronte ao corpo, seguindo com ele pela multidão até o balcão do bar. Taa seguiu junto do outro pelo local e logo se sentou.
- Você pode ficar com as meninas e eu não, hum?
- Você não estava com meninas, estava com um cara e tomando suquinho com ele.
- Tinham meninas na mesa.
- Mas não eram elas que queriam a sua companhia, Taa.
- Eu não dou a minima pra ele.
- Não quero saber.
Taa estreitou os olhos.
- Eu já dei a mamadeira da Shizuka.
O maior assentiu a observá-lo e levantou-se, seguindo em direção a escada.
- Aonde vai?
- Pra casa.
Ikuma o segurou pelo pulso e tornou puxá-lo onde estava, no entanto, desta vez ao próprio colo.
- Eu vim pra ficar com você.
- Não, veio pra me mandar voltar pra casa. De onde nem devia ter saído pelo visto. Virei dona de casa.
- Não te mandei voltar.
- E o que quer dizer com "já dei a mamadeira pra Shizuka"?
- Que você podia ficar aqui comigo porque ela já dormia e já havia se alimentado...
- Hum...
- Ah, como é estúpido. Virou dona de casa, ah? É assim que pensa realmente?
- Não posso mais sair.
Ikuma aceitou a curta dose que posta à mesa e ingeriu num gole único como única bebida na noite, e se levantou.
- Você faz o que quiser, nunca te proibi de sair, e se pra você ficar em casa, comigo e com a Shizuka é ser dona de casa, deixa que dela cuido eu, e você pode aproveitar como achar conveniente.
- Sabe muito bem do que eu estou falando.
- Do que? Então é por que eu te transformei em vampiro, hum?
- Nunca mais saímos juntos. E toda vez que subo aqui te encontro com uma garota diferente. Mas agora eu sou o ruim.
- Tsc, não sei onde vê isso. E não te chamei de ruim. E sequer disse que não pode falar com ninguém, só não quis saber dos argumentos sobre não ligar pra ele. Eu falo com os clientes sem intenção alguma, ele sequer sabia que você era meu, ele queria foder com você.
- E não iria, porque como disse, eu tenho um marido e uma filha la embaixo. Eu não nasci ontem, Ikuma.
- Quieto. Cala boca, não disse que você é burro, mas você é meu e eu tenho direito de sentir ciume, ah?
Taa estreitou os olhos e o observou em silêncio. O menor suspirou.
- Quando sente ciúme pensa algo como "ele não nasceu ontem", pensa?
Ikuma indagou e levou ambas as mãos em seu rosto, o segurando entre a palma das mãos. O maior negativou.
- Então... Só entenda.
Ikuma deslizou os dedos em seus cabelos, os afagando na nuca e tocou-lhe com os próprios, seus lábios. Taa retribuiu o sutil toque dos lábios.
- Sou louco por você, sabe disso.
- Eu sei.
- E eu não sei o que ouve por aí, mas não fico grudado em mulher nenhuma. Vamos pro quarto. Sinto fome.
Taa segurou a mão do outro, mesmo ainda em silêncio e seguiu junto a ele ao andar de baixo. Ikuma desceu onde residia e entrou no hall onde encostou a porta, fechando-a e acomodou as costas contra ela, puxando o maior fronte o corpo. Taa aproximou-se do outro, observando-o de perto e lhe selou os lábios. Mútuo, o menor o observou, mordiscou-lhe o lábio, puxando-o indelicado e o penetrou da mesma forma. Taa fechou os olhos a permanecer em silêncio e o retribuiu no beijo, apoiando ambas as mãos ao lado dele na porta.
- Não vai conseguir manter esse silêncio por muito tempo.
Ikuma retrucou, e ainda roçava a língua em seus lábios e mesmo sua língua. Taa abriu um pequeno sorriso e estreitou os olhos a ele, porém continuou com o toque.
- Vai querer gritar, lagarta. Vai querer pedir mais, como sempre faz. E gemer bem levinho pra mim, "Ikuma"... - O menor riu baixinho.
Taa negativou e cruzou os braços, mantendo-se assim.
- Vai sim.
Ambas as mãos, o menor deslizou por sua cintura, delineando o quadril e chegou as nádegas. Taa aproximou-se do outro e lhe beijou o pescoço algumas vezes.
- Bunda gostosa.
Ikuma mordeu-lhe igualmente o pescoço. Taa abriu um pequeno sorriso e lhe mordeu o pescoço a causar um pequeno arranhão no local. O menor aspirou o cheiro que se fez mínimo, porém notório.
- Sede?
Taa afastou-se do outro, antes que lhe mordesse o pescoço e assentiu.
- Se me deixar morder sua bunda depois, te deixo me morder.
O maior arqueou uma das sobrancelhas e Ikuma riu.
- Morder minha bunda?
- Claro, sabe que adoro fazer coisas estranhas com você.
- O que mais estranho sente vontade de fazer?
- Morder na frente também.
- Na frente não pode.
- Então atrás pode?
- Já mordeu mesmo.
- Posso morder quantas vezes eu quiser.
- Só se me deixar morder você
- Mordo você mesmo que não o deixe me morder. Mas vou ser bonzinho com você.
Taa abriu um sorrisinho e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele.
- Você é fofo mesmo quando quer ser um filho da puta, não é?
- Hum? Por que diz isso?
- Você com ciume é a pessoa mais adorável que eu já vi.
- Hum... Obrigado lagarta.
- Estou falando sério. Foi adorável.
Ikuma deu um sorrisinho e selou os lábios do outro, assentindo a ele.
- Agora me deixa morde a sua bunda.
- Ikuma!
Para Kazuto, era confortável estar em casa. Enquanto se sentava na cama, observava os porta-retratos sobre o móvel. Tudo havia acontecido tão rápido, os anos haviam passado tão rápido, para os vampiros, eram como dias, e ele havia aprendido isso da forma mais estranha possível. No começo, se via como um menino chato, importunando Yuuki, e agora, era mãe, ou papai como as crianças as vezes chamavam. Crianças porque já havia dado a luz ao segundo filho, uma menina adorável na verdade, que por fim, acabara dando mesmo o nome de Arisu, embora tivesse sido engraçado convencer o namorado. Namorado, ou noivo talvez, porque o pedido de noivado até então, não havia saído somente desse pedido. Yuuki não havia feito nenhuma menção de um casamento real para ambos, e sabia que com ele era meio difícil de alguma coisa assim acontecer, até o noivado havia sido estranho, achou que ele na verdade só teria pedido porque queria provar que gostava de si, de alguma forma. Voltando a filha, agora podia vê-la, no porta-retrato de família, seus cabelos longos e castanho-escuros, do lado do irmão mais novo, que mesmo tendo passado tanto tempo, não havia perdido o ar dócil, e ao lado dele, estava Yukio, o filho de Misaki, que por fim, havia acabado sendo seu namorado, que ele sempre mencionava ser seu akai ito. Arisu havia nascido com características muito parecidas com as de Kazuto, e isso a deixava um pouco aborrecida, até então, o menor não entendia como ela podia ter nascido daquela forma, a genética do vampiro era muito mais forte do que a de um mero mortal, por isso, achava incrivelmente improvável que ela houvesse nascido daquela forma, e justo ela, que queria ser como o pai, ela até agia como ele com seu jeito carrancudo, tentava se acostumar que ela estivesse se tornando uma moça.
Arisu adentrou a casa, deixando a mochila sobre o sofá e com passos rápidos seguiu ao próprio quarto, porém antes que chegasse na porta viu o pai parado no corredor e uniu as sobrancelhas.
- Papai?
- Arisu. - Yuuki respondeu à indagação. - O que houve hoje? - Indagou objetivo.
- Eh? Ah... Na escola...
O maior afirmou com maneio.
- Estava muito feliz, não?
- Estava... Com... Uma garota.
Yuuki arqueou a sobrancelha com sutileza, quase não perceptivo.
- Não foi nada demais, papai.
- Eu não sabia que estava namorando.
- Não estamos...
- Ah? E então?
- Só nos encontramos na escola.;.
- Ah, e estava tão feliz... Feliz, vendo alguém na escola?
- Nós... Nós transamos...
- ...
- Não me olhe assim...
- Como não? Você acabou de dizer, que com dezesseis anos transou na escola com uma pessoa que nem tem algo com você.
- Mas ela gosta de mim... Me deixou tomar o sangue dela.
- E por isso você fez sexo?
- Ué... Eu também gosto dela.
- E ela gosta de você?
- Ela disse que sim.
- Mas você continua tendo dezesseis anos, e tendo feito sexo na escola. Está pior que o seu irmão.
Arisu uniu as sobrancelhas.
- Não faça essa cara. Acha que foi certo?
- Eu não planejava isso...
- Se deixou levar pelo sangue dela.
- Como sabia?
- A primeira coisa que sentiu foi sede. Assim como a sua primeira desculpa foi dizer que ela te deu sangue. Não faça esse tipo de coisa na escola.
- Ta bem, papai... Mas... Pelo menos não é um menino.
- É. é. Porque senão esse estava pior que o Yukio. E você, é melhor que se cuide se gosta dessa menina. Porque acabou de falar que nem sequer têm nada uma com a outra, se essa menina de repente aparece com alguém. E é bom que me fale, porque sei bem de onde vem.
Yuuki disse, num raciocínio que só ele iria entender, conhecia o cheiro, sabia exatamente de quem a outra garota era filha.
- Eh?
- Esqueça. É aquela menina loira que veio, não?
- Sim, eu só vim pegar umas roupas, vou conhecer os pais dela.
- Hum... E você então está gostando mesmo dela?
- Sim...
- Hum, só não fique fazendo coisas na escola.
- Ta bem, papai. Mas você diz na frente da turma que nem fizemos hoje ou longe deles? Brincadeira.
- Uh. - Yuuki ergueu um meio risinho de canto. - Tenho certeza que eu já estaria sabendo mesmo antes de chegar.
- Nossa papai... Você sorri. - Ela riu.
- Não, na verdade eu estou com tique nervoso.
- Imaginei.
O maior deu-lhe uma piscadela.
- Devia sorrir mais, fica bonito. - Ela sorriu.
- Não seja boba.
- Mas fica. Mamãe ia gostar.
- Não é como se ele nunca tivesse visto.
- Do jeito que você é... Mas vou pegar as minhas coisas. Até logo, papai.
- Até. Vai dormir lá?
- Hai, mas volto assim que anoitecer.
- Ok. Fale com a sua mãe antes de ir.
- Ah, ta bem, eu já vou pro quarto, vou só pegar as minhas coisas.
Yuuki assentiu e deixou-a seguir ao quarto. Kazuto vestiu a parte de cima das roupas e voltou logo do banho para a cama, afinal, queria ficar com o outro e aproveitar o máximo que podia com ele no dia de folga, porém ao voltar não o encontrou. Uniu as sobrancelhas e seguiu até a porta do quarto.
- Yuuki?
Yuuki voltou-se ao outro e seguiu em sua direção a entrar no quarto.
- Estava falando com a Arisu.
- Ah, ela chegou? - Kazuto sorriu a ele.
- Foi ao quarto, vai dormir fora hoje.
- Eh? Mas... Ela disse o que houve na escola?
- Só resolveu transar.
- O que? Na escola?!
- É. Mas já conversei com ela.
Kazuto suspirou.
- Com dezesseis anos.
- Não é muito diferente do Suzuya... Essas crianças.
- Pior, ainda que seja uma outra garota. O Suzuya fez em casa e o Yukio é namorado dele.
Kazuto assentiu.
- Já disse que não mais fizesse.
- Tudo bem. Quer ficar um pouco comigo?
- Nós já vamos pra cama.
- Hum... - O menor assentiu.
- Então vamos.
Yuuki levou as mãos em seus ombros, virando-o categoricamente de costas e deslizou os braços sob seus ombros, formando um enlace a volta de seu pescoço.
- A Arisu ainda virá se despedir de você.
Caminhou, o obrigando a fazer o mesmo. Kazuto uniu as sobrancelhas ao sentir o abraço e assentiu a ele, seguindo ao quarto. O maior soltou-o conforme o deixou aos pés da cama, e pôs-se a deitar-se, tal como o menor. Kazuto sorriu a ele, deitando-se junto dele na cama e lhe selou os lábios.
- Acho que... Podemos marcar um exame.
- Hum... Farei a ligação mais tarde, ah?
O menor assentiu a ajeitar-se próximo a ele, abraçando-o.
Yuuki ajeitou-se passando por si o braço, que bem o acoplava no meio.
- Mamãe.
Arisu falou a adentrar o quarto e aproximar-se da cama, abaixando-se a beijar o rosto da mãe.
- Já estou indo. Amo vocês.
- Ele ainda não a conhece, deveria trazê-la para isso.
- Hai, eu vou. Mas não hoje, já vai amanhecer.
- Tudo bem, meu amor. - Disse Kazuto.
- Ela mora por perto?
- É um pouco longe.
- Vai conseguir chegar a tempo?
- Vou sim, mas tenho que ir agora. - Ela sorriu.
- Quer que eu leve você?
- Mas aí quem não vai conseguir voltar a tempo é você, papai.
- Claro que volto, de carro.
- Mas... A mamãe não vai ficar chateada?
- Não, se seu pai quiser ir. - Disse o menor.
- Ora, não disse que ele ficaria sozinho aqui.
- Eh?
- Não disse pra você esperar, pode vir junto.
Kazuto sorriu a ele e assentiu.
- Ta bem.
- Então vamos.
O menor se levantou.
- Só vou me vestir.
♦
- Hum, gosto da nova namorada da Arisu.
- Como gosta se nunca a viu?
Kazuto deu um sorrisinho, negativando, estava na cama e fitava o outro na sacada.
- Gosto que ela faça a Arisu feliz.
Yuuki o observou de esguelha e voltou ao lado de fora outra vez, sentado na cadeira onde costumava fumar alguns cigarros antigamente.
- Eu tinha costume de fazer isso, mas acho que abandonei o hábito há alguns anos. Ficar aqui na janela.
- E por quê?
- Por que o que?
- Porque parou?
- Nem eu sei.
- Hum...
- Talvez, porque de repente eu tive minha vida cheia de coisas pra fazer.
- Ah...
- É diferente estar aqui. Mas é tranquilo.
- Entendi.
Kazuto levantou-se, descobrindo-se do espesso edredom e caminhou até ele, abaixando-se a lhe selar os lábios e sentou-se em frente a ele. Yuuki observou-o cruzar seu caminho, mesmo antes de tê-lo chamado como pretendeu fazê-lo. O toque breve de seus lábios, e deliberado se fez em frente, sentando-se. Talvez do mesmo modo como imaginou. Novamente deixou o oxigênio ir embora pelo nariz, e ajeitou-se no lugar, junto a ele desta vez. O menor sorriu a ele e logo sentiu a brisa gostosa tocar a pele, bagunçando os próprios cabelos.
- É bom ficar aqui.
- Hum.
Yuuki murmurou a desviar dos fios de cabelo, e até mesmo tirar um deles dentre os lábios. Kazuto riu baixinho a observá-lo.
- O vento não gosta do seu cabelo.
O maior ajeitou o impasse, e voltou-se ao menor, posteriormente à noite do lado de fora. Kazuto uniu as sobrancelhas e suspirou.
- Gosta do céu?
- Gosto da noite com temperatura fresca.
- Eu gosto de chuva.
- Eu também gosto.
- Ora... Temos algo em comum. - Sorriu.
- Existem outras coisas.
- O que?
- Filhos, espécie, rotina, sentimentos.
Kazuto manteve-se em silêncio e por fim sorriu a ele.
- Hum, olha só, você aprendeu a hora de não perguntar.
- É porque entendi o que quer dizer.
- Geralmente você entende e tenta me fazer prosseguir.
- Não precisa. - O menor sorriu.
- Eu não explicaria mesmo.
- Exatamente por isso.
- Bom garoto.
- Só não... Fale como se eu fosse um cachorro.
- Eu não disse.
Kazuto fez bico.
- Você é um ovo, não um cachorro.
O menor riu.
- É.
- Devia dar você de presente de páscoa para as crianças.
- Não devia não. - O menor uniu as sobrancelhas.
- Comer tudinho.
- Vou passar chocolate em mim e te dar na páscoa.
- Vai ficar todo sujo, é?
- Claro.
- Não gosto muito de doces.
- Bem... Então eu jogo... Molho de carne.
- Uh... Não precisa jogar nada.
- Mas aí não vai me querer...
- Ora, como se já não ficássemos juntos mesmo quando não se suja de nada.
- É, mas... Estou perdendo a graça...
- Pra quem?
- Pra você.
- Quem disse?
- Ninguém...
- Então.
Kazuto assentiu.
- Você pensa demais.
- Eu sei...
- Então pense menos.
- Mas aí eu fico burro.
- Não disse para não pensar. Eu disse menos.
O menor assentiu e aproximou-se do outro, ajeitando-se sentado entre as pernas dele. Yuuki ajeitou-se no espaço estreito do limiar, cedendo a ele o conforto entre as pernas, e deixou-o se prover da mesma vista. O menor abriu um pequeno sorriso, repousando a face sobre o ombro dele.
- E se eu te jogasse daqui?
Yuuki indagou e levou os braços em torno de sua cintura, na menção de empurrá-lo na posição em que estava. Kazuto segurou-se a ele com o susto e por fim afrouxou o aperto.
- Você não me jogaria daqui.
- Não duvide muito.
- Não duvido. Sei que não me jogaria, mas se jogasse você iria me buscar, e me traria nos braços resmungando, mesmo que eu estivesse chorando de dor.
- Que imaginação...
- Você iria.
- Nem te jogaria.
Kazuto riu baixinho.
- Estava sonhando?
- Eh?
- Se estava sonhando quando entrei no quarto. Parecia estar confortável dormindo.
- Ah... Estava.
- O que sonhou?
- Com você.
- E o que sonhou comigo?
- Achei que não gostasse de saber sobre isso... - Kazuto sorriu. - Eu... Sonhei que estávamos naquela casa de praia.
- Sempre depende. Sei, faz tempo que não vamos.
- É, eu gosto de lá... De poder caminhar pela praia a noite com você... E de parar no acostamento pra fazer amor.
- Hum... - Yuuki murmurou na lembrança distante. - Podemos falar com os meninos. Arisu nunca foi lá realmente.
- Sim, seria bom.
- Além de que, agora ela está namorando. Podemos levar a Shizuka.
- Uh. Mas você viu como ela anda mais tranquila agora?
- É, parecendo um ukezinho.
- Eu acho que ela deixou a ideia de "Quero ser como o papai."
- É, ela esta mais fofa, e até sorrindo.
- Não é? - Yuuki indagou sem exigir resposta, concordando.
- Mas fico feliz que ela esteja feliz.
- Uh, quem diria. Ainda mais com uma... Prima.
- Pois é... Mas... E o Ikuma... Você não falou sobre isso depois do jantar.
- Falar o que?
- Sobre ele.
- O que quer saber dele?
- Nada, ele é seu irmão... Mas pelo que vi não tem um relacionamento muito bom.
Yuuki deu de ombros.
- Nada afetuoso.
- Mas... São irmãos há séculos. O que houve de errado?
- Nada, só não temos contato.
- Ah, entendi.
- Ele é do tipo engraçadinho. Adorava me encher o saco.
- É, eu notei... Yuuki... Podemos nos deitar? O céu já esta ficando claro...
- Vamos.
Kazuto assentiu e levantou-se, ajudando-o a fechar a janela e as cortinas em seguida.
- Eu... Gostei de ficar aqui com você.
- Volte ali quando precisar pensar. Só não pense demais.
Yuuki completou e caminhou até a cama, já prontificado para dormir. O menor assentiu e deitou-se abaixo do edredom quente novamente, aproximando-se dele. O maior ajeitou-se na cama, acomodando-se com o outro que pôs-se próximo, e deixou o silêncio perdurar até que se fizesse em sono.
Asahi havia levantado cedo, tomou um banho quente e um pouco demorado, se dava ao direito já que havia passado tanto tempo tomando banhos sem chuveiro na igreja. Ao sair, vestiu-se, uma calça preta e camisa branca, um casaco quentinho de lã é um cachecol preto, estava frio, iria nevar mais uma vez e estava pronto quando ele vestia sua farda bonita, tanto que suspirou ao ver seu braços bonitos e fortes a entrar na roupa.
- ... Bom dia!
Kazuma sentava-se na cama enquanto sobre a regata branca vestia a farda, após se esconder de seus olhos admiradores, abotoou a roupa e então trajou o casaco por cima dela. Voltou-se ao menor, observando seu casaquinho de frio. Por um instante caminhou até ele, tirou seu cachecol recém colocado e no guarda roupas pegou a caixa de onde tirou o casaco sobretudo, não era muito longo, tinha cor clara, combinava com seus cabelos, o tecido era grosso mas era macio. Os pelos na gola eram igualmente sedosos. Após ajudá-lo a vestir, amarrou o laço do casaco na altura de sua cintura.
- Achei que combinaria com você.
O menor uniu as sobrancelhas conforme o sentiu retirar o cachecol e acompanhou seus passos até o armário, fitando-o enquanto trazia um casaco para si e sorriu, deixando-o vestir o corpo, era macio, gostoso de vestir.
- Obrigado...
- Acho que será quente o bastante. Venha.
O maior disse após ajustar o casaco sobre o próprio corpo e então partir saída do quarto, levaria-o depois de tanta insistência para ver as enfermeiras na base. Asahi assentiu e quis segurar a mão dele, mas achou melhor não, então apenas seguiu atrás, um pouco colado a ele devido ao frio. Kazuma tocou seu ombro, por onde tinha hábito de guia-lo. Após seguir para a entrada, tomou o automóvel onde o deixou entrar e fez o mesmo. Na verdade não era muito longe, era aquela uma região ao arredores do quartel, porém com o frio, achou que talvez fosse melhor seguir caminho dentro do veículo isolado. Após dirigir por alguns minutos tão logo chegou lá, estacionou na vaga e desembarcou com ele, levando pelo percurso cruzando caminho entre demais militares e cumprimentos.
O loiro adentrou o carro, estranhando ainda, afinal, poucas vezes havia andado no veículo e seguiu com ele para o quartel, dando um pequeno sorriso no caminho, gostaria de conhecer onde ele trabalhava, onde ficava antes de encontrar a si, e desceu do carro quando por fim lá, abaixando a cabeça a caminhar pelos militares, pouco afastado dele.
Após o desembarque, o caminho que seguia a entrar no quartel, Kazuma puxou o rapaz que se demorava atrás de si e o levou pelo ombro até a ala médica. O caminho era um pouco firme, andava naturalmente em marcha e no quartel não deveria ser diferente. Após chegar na sala, encontrou as enfermeiras e alguns enfermeiros também. Chamou tão logo a aquela que já tinha conhecimento do garoto. Asahi assustou-se ao ser puxado por ele, porém seguiu em passos rapidinhos visto que estava atrasando ele, por fim, fitou a ala médica, grande, e branca, parecia tão bonita, como a igreja em que antes trabalhava. Sorriu, se sentia em casa.
- Hana!
- Padre, é um prazer revê-lo!
Disse ela e Kazuma o entregou a ela. Já havia falado com ela antes, então sabia do que se tratava. O loiro sorriu e virou-se, segurando sutilmente a mão do outro, antes de se despedir.
- ... Eu acho que... Vou trabalhar aqui né?
- Na verdade não, você por enquanto vai aprender, não vai trabalhar ainda. Mas não se preocupe, vamos com calma.
Asahi sorriu e assentiu, desviando o olhar ao maior.
- ... Você não vai ficar?
- Não, tenho coisas a fazer. Falo com você em algum momento, volto logo.
- ... Hai. - Sorriu. - Até logo.
- Até logo, rapaz. Boa sorte. Deixo com você, Hana.
- Sim, general.
Asahi assentiu e fez uma reverência a ela.
- É bom ver você... Sem guerra.
♦
Kazuma já havia terminado o que precisava fazer por ali, na sala onde se acomodava havia recebido o almoço, no entanto imaginava o que estaria a fazer o ex-padre. Pediu então para um dos soldados por chama-lo na enfermaria.
A manhã de Asahi havia sido meio cansativa, mas ainda assim, divertida, havia aprendido várias coisas novas incluindo os primeiros socorros, agora poderia atendê-lo caso ocorresse algo com ele. Ao meio dia, recebeu um chamado de um dos soldados e assentiu numa reverência, seguindo atrás dele para a sala do outro, e ao ser deixado lá, ouviu o barulho da porta atrás de si.
- General...
- Enfermeiro. - Kazuma disse, percebia como ele parecia ter gostado de ser intimado até lá, provavelmente uma nova sensação. Vestia roupa da enfermaria. - Venha almoçar comigo, rapaz.
Asahi sorriu a ele conforme o ouviu e assentiu.
- ... Mande os soldados da porta embora...
- Não há necessidade. Eles não vão ficar ouvindo. Mas venha, sente-se.
O moreno disse, porém se levantou e dispensou os homens para seu almoço. Asahi sorriu a ele e assentiu, virando-se em frente a ele conforme foi até a porta e ao retornar o segurou pela cintura, abrindo sua calça. Ao se virar, como costumava fazer, Kazuma acabou colidindo defronte consigo, feito isso, sentiu sua mão na cintura, pelo menos uma delas e logo a outra na calça. O fitou de cima, onde estava, não lhe disse nada. Asahi ergueu a face a observá-lo e por fim abaixou sua calça e a roupa intima, aproximando-se do sexo dele embora ainda adormecido.
- Posso?
Kazuma sentiu a baixa temperatura atingir a pele conforme a calça pendeu no quadril. Fitou-o conforme buscava o que tinha acabado de revelar para seu toque. Não respondeu, já havia o deixado arrear a própria calça. O loiro assentiu e segurou-o entre os dedos, guiando a boca até ele e deslizou a língua por ele, lambendo-o e deu uma suave mordida em sua ponta de seu sexo ainda adormecido. O maior assistiu-o se ajoelhar, bem se acomodar defronte e então usar de sua língua morna no sexo entre a seus dedos, mordisca-lo, buscando a ereção que não tardou a vir. Asahi suspirou e rapidamente o colocou na boca, queria fazê-lo antes que alguém pudesse vir e sugou-o.
Kazuma encostou-se na porta, apoiando a coluna conforme sentia-se imergir em sua boca, sendo assim sugado por ela. Estava quente ainda que o clima estivesse frio no restante do que expunha da pele. Moveu-se, levemente, deixando o trabalho para ele. Asahi moveu a cabeça, devagar, retirando-o e colocando-o na boca, afundando-o até onde conseguia e fechou os olhos, sentindo o gosto dele nos lábios. O maior levou a mão até a cabeça dele, segurando seus cabelos louros um pouco maiores do que haviam crescido até sua chegada. Pressionou os dedos em sua nuca, roçando as unhas sem comprimento. O loiro desviou o olhar a ele, unindo as sobrancelhas e abriu um pequeno sorriso, afundando-o novamente na boca e sugou-o, firme.
- Hum...
- Achei que quisesse almoçar comigo e não a mim.
Kazuma disse a ele, sobre o que fazia. Empurrou-o de leve e pressionou os finos fios de seus cabelos, puxando-os. Asahi sorriu a ele meio de canto e por fim o retirou da boca, devagar, lambendo-o na ponta.
- Eu quero almoçar com você, mas quero te dar um agrado primeiro.
- Por quê? Te chamar na minha sala te faz querer chupar meu pau?
Asahi riu baixinho e negativou.
- Só fiquei com vontade.
- É porque eu te chamei.
Kazuma disse e tomou mais firmemente sua cabeça, o empurrou, cuidadoso mas não muito delicado, e podia dizer, transou com sua boca. O menor negativou, porém sorriu e novamente o afundou na boca, concentrando-se nos movimentos que fazia com a cabeça no vai e vem a sugá-lo. Kazuma continuou a mover e empurrar para ele. Ainda enroscava seus cabelos entre os dedos e puxava-o para o baixo ventre. Tinha a ereção mergulhando em sua boca, e agora já se aprofundava um pouco mais do que antes costumava. Logo, desfez-se a gozar em sua boca, sem aviso. O loiro uniu as sobrancelhas ao senti-lo se empurrar para si e sentiu-o gozar, quase na garganta, agarrou-se na farda dele, um pouco inesperado e engoliu os rastros dele sobre a língua, retirando-o da boca e tossiu, guiando a mão sobre os lábios. Quando enfim completou o seu agrado, Kazuma liberou sua boca o qual percebeu respingada. Com o polegar tocou seu lábio, o ajudou a limpar o gotejo, porém levou-o para sua boca. Asahi ergueu a face, observando-o e lambeu seu dedo polegar, assim como o lábio e sugou seu dedo, abrindo um pequeno sorriso.
- Almoçou?
O maior indagou ainda o fitando de cima, em seguida no entanto ajeitou a própria roupa, colocando-se dentro dela, embora ainda fosse capaz de continuar.
- Iie, quero comer comida. - O menor disse e riu.
- Quer comida, hum? Qual comida, a da mesa ou a minha?
- ... - Asahi sentiu a face corar e riu baixinho, levantando. - A... Da mesa.
Kazuma segurou sua mão, o ajudando a se levantar. Então indicou a ele o caminho até onde pudesse se acomodar.
- Então vamos comer.
- Você quer... Me comer?
O menor falou, não de um modo pervertido, mas do modo como ele havia dito a si.
- Uh. - Kazuma soou nasalado num meio riso. - Quero que almoce e volte ao trabalho. Em casa certamente eu vou te comer.
Asahi sentiu um arrepio sutil percorrer o corpo e riu baixinho, envergonhado, por fim sentou-se em frente a mesa dele novamente.
- Ta bem...
- Coma.
O moreno disse a ele, indicando que se servisse. Sorriu-lhe percebendo o tom rosado de suas bochechas. Deu a ele uma taça com vinho. Asahi assentiu e experimentou a comida.
- Iie, não posso beber.
- Por quê? É um pouco de vinho, não uma bebedeira. Além de que, são apenas aulas.
Asahi ouviu-o em silêncio e assentiu por fim, bebendo um pequeno gole de vinho.
- Mas é claro, apenas um trago. - Kazuma indicou a taça que de fato tinha apenas dois ou três tragos curtos de vinho. - Está gostando?
- É uma delícia, você... Mandou fazer pra mim?
- Estou falando das aulas.
Kazuma disse e tragou do vinho, mas passou a comer com ele.
- Ah... - Asahi disse, envergonhado novamente e riu baixinho. - Eu gosto..
- Bom que esteja gostando. Quis tanto. - O maior disse e indicou a ele as batatas que ele gostava. - Ó.
O menor assentiu e sorriu, pegando uma das batatas assadas, que levou as lábios.
- Hum... Que tempero bom.
- É, temos soldados que são ótimos cozinheiros. Coma bastante.
- Acho que bastante não, ou eu vou ficar gordinho. - Asahi riu.
- Uh, não vai não. - Kazuma sorriu. - Depois do almoço não tenho o que fazer, você pode terminar o que tiver com Hana e iremos embora.
- Ta bem. Sorriu. Serei a sobremesa então.
Asahi falou, desviando o olhar a ele sutilmente.
- Parece que estamos lascivos hoje, hum?
O loiro sorriu e negativou.
- Eu não...
- Não? Está oferecido. Tome cuidado, estamos num quartel.
Kazuma disse ao se levantar e cruzar o caminho em frente a mesa onde se encostou, agora defronte a ele. Tocou a ponta de seu nariz ao alertá-lo. Asahi uniu as sobrancelhas e assentiu, encolhendo-se a tomar pouco mais do vinho.
- Eu sei, não quero ser fuzilado.
- É, e eu sou quase seu chefe, então se comporte.
- Hum... Sim senhor general. Eu... Me excita quando me dá ordens.
- Bem, você era reprimido. Nesse estado é como um adolescente.
Kazuma sorriu a ele.
- Um adolescente... Acha isso legal?
- É, adolescentes que usam todo meio de se excitar.
Asahi riu baixinho.
- Como foi sua adolescência, padre?
O moreno indagou curioso e pegou uma das batatas que levou até a boca, acompanhou com o vinho, mas embora estivesse a comer, não saiu de onde havia se acomodado. O loiro desviou o olhar a ele e sorriu.
- Foi bem sem graça, eu... Fiquei na igreja todo o tempo.
- É, mas como foi lidar com a puberdade, curiosidades.
- Ah... Alguns padres falavam sobre garotas... Eu não me importava com elas. - O menor falou num suspiro. - Me assustei quando acordei com uma ereção pela primeira vez, achei que não era coisa de Deus. - Riu.
- Impossível que não tenha tido quaisquer pensamentos sexuais, Asahi.
- Eu não gosto de garotas. Nunca senti atração por elas nem por homens.
- Hum, então pensava em que?
- Ler, estudar e me tornar um padre. Houve algumas situações engraçadas, mas... Nada envolvendo a mim.
- Hum, tedioso.
Kazuma disse, lamentando a carência de histórias. Voltou a comer no entanto, petiscando o almoço junto a ele.
- Desculpe. - Asahi murmurou e comeu mais um pedaço da batata. - Queria ter algo melhor pra te contar...
- Queria que tivesse algo pra me contar. - O moreno retrucou. - Mas não se desculpe, não é sua culpa. Agora ao menos está sendo capaz de se libertar.
O loiro assentiu e sorriu a ele.
- E você... Com quem foi sua primeira vez...?
- Você não vai saber quem é mesmo que eu diga. Não estou falando sobre sexo, estou falando sobre conflitos.
- Hum... - Asahi deu um sorrisinho.
- Mas é provável que a primeira vez que eu me masturbei tinha em torno de doze ou treze anos.
Asahi desviou o olhar a ele ao ouvi-lo e estremeceu sutilmente.
- ... Hum... Eu... Uma vez... - A voz falhou e teve que pigarrear para voltar a falar. - Tentei fazer no banho...
- Tentou, hum? O que te impediu?
- Bem, no mosteiro o banheiro era compartilhado, então...
- Então?
- Um dos garotos entrou pra tomar banho e me viu. Eu nunca mais tentei fazer isso...
- Hum, ele fez algo? Contou a alguém?
- Iie, ele me viu e ficou com tanta vergonha quanto eu. Nunca contei isso pra ninguém...
O riso soou entre os dentes de Kazuma, podia imaginar a situação.
- Foi horrível. - Asahi riu baixinho.
- Não parece tanto. - O moreno terminou o conteúdo da taça. - Termine a aula na enfermaria.
- Acha? ... Quer dizer, eu ia ser um padre.
- Mas ele provavelmente queria ter as mesmas coisas.
- Como o que?
- Ele queria descobrir o corpo dele e como era sentir prazer.
- Hum... - Asahi riu baixinho e levantou-se. - Talvez, mas ele deve estar morto...
- Eu suponho. Ou quem sabe não.
- Nunca saberemos. - O menor sorriu. - Vou pra minha aula, general, obrigado pelo almoço.
- Não há de que, enfermeiro. Aproveite a aula.
Asahi desviou o olhar a ele e rapidamente aproximou-se, beijando seus lábios, um selo, mas pressionou firmemente a boca contra a dele, e logo o soltou.
- Até mais tarde.
Kazuma segurou seus ombros ao reencontra-lo e ganhar seu beijo superficial. Estalou contra sua boca em despedida.