Daisuke e Misaki #26


Pressionando a cada letra, os dedos hábeis de Daisuke sobre o teclado plano de um branco notebook, tateando cada uma delas a formar as palavras de um novo livro rascunhado no visor do computador. Sentava-se no conforto da cama de lençóis impecáveis e negros, forrados pelo grosso cobertor de pelos macios e longos na mesma cor acima somente das pernas e nele o notebook em contraste, tal como a pele empalidecida, em tênue mostra pelo suéter igualmente preto. Fazia frio lá fora, podia ver a agitação do mar, denunciando a rajada de vento. As cortinas não cobriam o vidro, era noite, uma bela noite iluminada por uma grande lua no topo do céu azul tão escuro, e no quarto a pouca iluminação vinda da lareira, dando um ar agradável naquele quarto. Pouco se voltou ao companheiro, e via-o de hesitantes olhos denunciando o sono perturbado, e já desperto, fosse talvez cada toque no teclado enquanto escrevia, e em seus braços minuciosos uma pequena criança no colchão, nascida em tão pouco tempo, num sono calmo e profundo, haviam voltado para a praia após seu nascimento, e era ali que gostava de ficar com ele, onde ele se sentia bem. O filho era calmo, por sorte, não fazia barulho, não chorava, gostava assim.

Misaki abriu um pequeno sorriso ao outro, levando uma das mãos sobre a mão dele que digitava sem parar o livro que iria publicar logo, sabia que ele certamente terminaria rápido, e uniu as sobrancelhas.
- Amor... Vem deitar, depois você termina a historia. - Murmurou com cuidado para que não acordasse o filho pequeno.

Um tênue sorriso do mais velho desejava um mudo cumprimento de boa noite, enquanto o toque se fez sob o dorso da mão e os olhos, ainda assim continuavam voltados aos dois sobre a cama.
- Já dormi o suficiente.

- Mas amor... Eu quero ficar contigo... 
- Yukio está na cama, não há como.
- Vou colocar ele no berço.
Misaki levantou-se com cuidado, pegando o filho pequeno nos braços e lhe deu um pequeno beijo sobre o rosto frio, levando-o ao berço e deixou-o delicado sobre o mesmo, cobrindo-o com o cobertor. Voltou a cama e deitou-se.
-  Vem.

- Se separar daquele pequenino só pra mim deitar, oh que homem malvado.
O menor estreitou os olhos.
- O pequenininho já dormiu. - Riu.

- Uh.
Um som único de murmurio num riso leve. Daisuke deixou o notebook sobre o móvel no lado da cama e ajeitou-se acima dela, afundando o corpo abaixo do felpudo cobertos. Misaki r
iu baixinho, virando-se de lado e abraçou o outro, selando-lhe os lábios algumas vezes.
- Sobre o que é esse livro agora?

- Continuação do outro. Mas desta vez vai surgir obstáculos no meio de uma relação.
- Ah sim... Tipo?
- Pessoas novas.
- Ah... - Misaki sorriu, selando-lhe os lábios. - Gosto das suas historias.
- Que bom.
Daisuke igualmente lhe deu um sorriso e o retribuiu no selar de lábios.

- Então, senhor Daisuke, quando vai me dar o livro pra publicar? - Sorriu.
- Quando o senhor me deixa terminar e não me pedir pra deitar.
- Sou mais importante que o seu trabalho. - Riu.
- Ah, que ego elevado.
- E não é verdade?
- Eu quem devo dizer, não você quem deve afirmar.
Misaki riu e lhe selou os lábios.
- Eu queria poder ir a praia contigo...

- Ora, e não pode por que?
- O bebê, amor.
- Meu querido, não vê que ele dorme feito pedra por horas?
- Mas amor, deixar ele aqui sozinho... - O menor desviou o olhar ao bebê.
- Certo, quando ele acordar, nós vamos se ainda for noite.
- Hum... - Misaki desviou o olhar a ele novamente. - Então vamos...
- Não, ficará preocupado assim então não adianta.
- É que mesmo ele sendo um vampiro... Ainda é um bebê.
- Uhum.
Daisuke murmuriou concordando, num alargar dos lábios em sorriso sem mostrar os dentes. Misaki e
rgueu o corpo, deitando-se sobre ele e sorriu, mordendo-lhe o lábio inferior.
- Senti falta de poder tocar você assim...

- De deitar sobre mim?
O maior indagou entre riso mudo, voltando ambas as mãos em sua cintura, sentindo-a magra, oposta a poucos dias atrás.

- Hai... Antes eu não podia.
- Sentiu falta apenas disso?
- Não... Senti falta de tudo que fazíamos... E não se preocupe, vou passar na semana que vem no escritório, e volto com aquela roupa que você gosta. - Riu e piscou a ele.
- Hum, não me importo com roupas, apesar de ser tão sensual, continua sendo mais bonito sem elas.
- Hum... Então não quer que eu use?
- Não importa o que use, continua sendo lindo.
Misaki riu.
- Ta bem, amor. Agora você precisa descansar, sei que não dormiu.
Daisuke se espreguiçou num sorriso.
- É, eu preciso descansar um pouco.
- Vem, deite, faço carinho em você até dormir. 

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