Yasuhiro e Yoruichi #1


Os olhos fitavam um local qualquer, Yoruichi estava entediado, e estranhamente os dias eram sempre assim, não bastavam ser escuros, tinham que ser frios e entediantes. Ao longe, observava as luzes da cidade que aos poucos se acendiam devido a chegada da noite, não teria saído de casa se o dia não estivesse nublado, as nuvens cobriam o sol e faziam com que não fosse tão ruim estar do lado de fora. Uma das mãos havia guiado aos lábios, lambendo calmamente o dorso, como um gato que limpa as patas sujas, e as próprias estavam sujas de sangue, os olhos vermelhos brilhavam, iluminados pela refeição, e sabia que os pais certamente iriam achar um meio de implicar com o fato de que havia se alimentado recentemente. Estava prestes a sair de casa, um estúpido casamento arranjado com um primo, puro como a si, um vampiro nascido, e não fazia ideia do que iria encontrar, só sabia que não queria falar com ele, na verdade, não fazia questão de se casar, embora fizesse parte de uma daquelas crenças estupidas de que deveria se casar somente com uma pessoa pura como a si.

- Senhor Yoruichi! Senhor Yoruichi! Sua mãe está chamando para a cerimônia do chá, o senhor está atrasado. Ora, o que houve com o seu kimono?
- Eh? - Yoruichi desviou o olhar a criada, humana que subia correndo a colina, e mal sabia ela que logo viraria o jantar ao invés de virar a vampira que queria. - Não é nada, eu prendi num galho.
- Assim que chegar, troque o kimono e eu o conserto.
- Obrigado Saki, mas não é necessário, foi só um arranhão.
- Senhor, é um kimono caro.
Yoruichi levantou-se, ajeitando o kimono ao corpo e arqueou uma das sobrancelhas a observá-la.
- Certo, já que faz tanta questão. Vamos descer.

- Seu futuro marido vem para a cerimônia. Soube que ele pinta lindos quadros, já viu algum?
- Por sorte, não. Não tenho interesses na pessoa dele.
- Meu senhor, não deixe que escutem isso. O senhor Yasuhiro é muito querido pela sua família.
- Acredito que não faço parte da minha família.
- O que há de errado com ele?
- É um porco que se mistura com os humanos.
- Senhor, não acho que os boatos sejam verdadeiros...
- Traga minha cigarrilha.
- Sim senhor, estão esperando no jardim dos fundos.
- Hum.
Yoruichi assentiu e seguiu por dentro da casa, bem decorada visto que a família sempre tivera dinheiro, e por fim, saiu pela porta dos fundos, observando os criados que organizavam a cerimônia, enquanto tentava arrumar os cabelos negros um pouco bagunçados.

- Yoruichi! Troque esse kimono, está manchado de sangue, não é apropriado.
- Mamãe, não fará a menor diferença. 
- Vamos, suba e coloque um kimono limpo, eu separei um pra você.



- Como foi descobrir um gosto tão peculiar, Yasuhiro? Devo admitir, são vestes maravilhosas, mas não é de nossa etnia.
Dizia a mãe sobre o hanfu que Yasuhiro usava, um traje não japonês, mas chinês, e não se importava com nacionalidade ou etnia de roupas, eram somente roupas, e muito bem feitas por sinal, claro que tinha os kimonos tão bonitos quantos os hanfus, mas adquirira o hobby de usar as vestes chinesas e embora os pais questionassem o próprio gosto, acabava sempre presenteado com a vestimenta nova. Terminando de se vestir, usava agora o hanfu de cor escura, preto e champagne, tentava contrabalancear com os cabelos claros.
- Vi alguém usar e perguntei o nome, gosto dos tecidos caídos.
Yasuhiro dizia ao alinhar a roupa em frente a espelho e no entanto terminou logo. Aceitou da serviçal a taça de sangue e tragou mas não sem antes adivinhar o tipo sanguíneo.
- Obrigado, Mika.
Disse à jovem, embora fosse apenas um ano mais nova que si e sorriu, notando a forma como a gentileza lhe fazia ruborizar, trazendo à tona sua vivacidade.
- Pare, Yasuhiro, não se demora.
Venha e não pense em desviar seu caminho. Marcamos o horário do chá com a família de seu futuro companheiro.
Prosseguiu a loura enquanto corava seus lábios com uma tinta vermelha e claro, tentava soar com autoridade, embora fosse dócil, pelo menos em casa.
- Terei a juventude pela frente, mamãe.
Yasuhiro disse a ele enquanto seguia seus passos ao veículo responsável pela curta viagem até a casa do rapaz o que conheceria, sabia no entanto que talvez as coisas não ocorressem como os pais desejavam, mas conferir o jovem "príncipe" poderia ser agradável, tinha boas referência e muito se falava sobre sua beleza, talvez pudesse ter alguma diversão visual.



Yasuhiro observou o kimono escolhido, estranha a opção escolhida pela mãe, mas era tão bonito que era impossível recusar vesti-lo. Tinha a cor preta e os detalhes que nele continham faziam parecer uma noite escura em tons de azul, branco e cinza, talvez fosse a roupa mais bonita que já havia visto, e no corpo, ficara mais bonito ainda. Os cabelos, pensou em ajeitar, porém a serviçal tratou de fazer por si, arrumando-os com cuidado, embora ainda estivessem soltos, um enfeite ou outro apenas e quando pronto, desceu as escadas em direção ao jardim.
- Yoru... Está lindo. Esse kimono faz jus a você.
- É, é lindo, obrigado.
- Escute, eles chegaram. Vamos recepcioná-lo, espere aqui.
- Hum.
O moreno assentiu e seguiu pelo jardim, observando as flores bonitas, uma ou outra camélia se abrindo no jardim e um pequeno ramo de cerejeira recolhido por si e levado em frente a face, aspirando o aroma gotoso das flores.

Ao desembarcar na residência, Yasuhiro visualizou em distância os pais do rapaz ainda desconhecido. Claro que desferira um tênue sorriso a sua mãe já conhecida, embora não fossem de todo modo muito íntimos, tinha vivência suficiente para o acordo de casamento. Ao se virar, via os pais que igualmente desembarcavam. Não se demorou para a recepção da serviçal da família, humana, e cumprimentou-a num sorriso canteiro, um sorriso habitual, embora a cotovelada da mãe na própria cintura fosse uma silenciosa repreensão para que não fizesse aquilo.
Yoruichi ouviu o barulho da porta atingir o limiar, arrastando-se pelo chão e ali viu os pais, junto aos pais dele e logo atrás, viu o loiro de kimono negro e champanhe, e era bonito, era inegável, mas não deixava de ser um nojento pervertido com inclinação a gostar de humanos, tinha certeza que se não fosse por si, ele seria o responsável pelo declínio da própria raça. Mesmo assim, era forçado a fingir que não sabia de nada e apenas fez uma referência formal, o corpo se curvando na postura perfeita em frente a ele e ao se erguer, fitou-o com os olhos ainda acesos, bem delineados em sua cor amarelada e vermelha.
- Muito prazer.

Yasuhiro ouviu ressoar da leve corrida da porta, denunciando o novo participante da cerimônia. Era evidente por seu atraso sua altivez, imaginava que fosse alguém difícil de lidar, era perceptível mesmo em sua forma de andar, parecia indiferente e ainda que parecesse daquela forma, agia como se fosse alguém soando realmente bem educado, mas não o via dessa forma. Diferente dele, a leve curva fora somente formulada com a própria cabeça, um cerrar cortês dos olhos até que pudesse se voltar a ele e sua beleza bem decorada.
- É um prazer conhecê-la. Achei que fosse encontrar um rapaz. - Disse, e sabia exatamente que ele não era uma mulher.

O moreno arqueou uma das sobrancelhas ao ouvi-lo, desviando o olhar ao corpo dele e sorriu de canto, retribuindo sua brincadeira sem muita gentileza.
- Esperava encontrar alguém mais alto.

- Tenho uma boa altura. A menos que quisesse alguns quilômetros.
- Acha um e setenta uma boa altura?
- Isso nunca foi um problema, posso usar um geta e ficar mais alto. Já a arrogância não é algo muito fácil de se camuflar, não é, senhorita?
Yoruichi arqueou uma das sobrancelhas.
- Nem o mal gosto para companhias, não é? 

- Yoru, já chega, mil perdões, senhor Serizawa. Ele tem a língua afiada.
- Ah, mas eu não tive escolha, meus pais me pediram para conhecê-lo. - Disse o moreno.
- Ah, não se incomode, Oba-san. Imaginei que ela não teria herdado sua doçura. - Respondeu o loiro.
- Ora seu!
A mão, Yoruichi erguera em direção a face do outro, porém fora parada pela mãe ao segurar o próprio pulso antes que pudesse tocá-lo e fora guiado pelos ombros para longe dele, entregue a uma serviçal para que acompanhasse para fora.

- Com licença, querido. - E após dito pela mãe do moreno, o moreno seguiu em direção para dentro da casa, junto da mãe e cessou na cozinha, quando fora solto. - Você não consegue se comportar?
- Não vou me casar com esse imbecil, bastardo.
- Se o chamar de bastardo de novo, farei questão de trancá-lo no quarto por um mês.
- E vai fazer o que? Colocar uma cruz na minha porta? - Yoruichi sorriu, meio de canto.
- Cale-se, Yoruichi!
- Eu não vou me deitar com esse imbecil. Acha que não sei que ele se deita com humanos? 
- Yoruichi! Não diga uma imbecilidade dessas, ele não pode se casar com você se não for virgem.
- Mamãe, olhe pra ele, acha que ele é virgem? É mais fácil porcos voarem. 
- Se ele não o for, perderá a honra da família.
- Ah por favor, somos vampiros. 
- E isso nos dá menos honra?
- Odeio essa palavra. 
- Volte lá, e seja gentil. 
- ... Inferno.
Yoruichi falou e virou-se, irritado e fora obrigado a voltar para fora, embora houvesse se sentado do outro lado da mesa, evitando o contato com ele.
- Ah, mas que ranzinza, Oka-san. Tenho certeza que meus tios não foram responsáveis pela má educação. 
Disse o loiro aos pais e novamente recebeu uma cotovelada, o que poderia causar um gemido, mas claro que ria, provocando a própria mãe.
Ao se sentar, Yasuhiro não se proveu do chá como os pais, na verdade não tinha muito interesse, estava um pouco desgostoso, mas não costumava ter um humor ruim com facilidade. Ao vê-lo regredir, sorriu ao moreno, percebendo a distância, embora não morresse de amores pelo primo, levantou-se no entanto e seguiu para se sentar o lado dele.
- Olá novamente.

Yoruichi desviou o olhar a ele, meio de canto, e ao contrário dele, se irritava fácil, não gostava de ficar perto de quem não gostava.
- Existem outros lugares vazios na mesa.
Disse a adoçar o próprio chá com o mel, levando a xícara aos lábios e experimentou a bebida quente.

- Eu sei, eu estava em um deles. Hum, você adoça o chá, achei que tomava amargo.
- Gosto de coisas doces.
- Talvez para adoçar seu humor, ah?
O moreno arqueou uma das sobrancelhas.
- Meu humor é doce para com quem eu aprecio.

- E quem é que você aprecia?
- Você não faz parte desse grupo seleto.
- Não estou perguntando se faço, e sim quem seriam.
- No momento, ninguém.
- Eu imaginei. Você é bastante ranzinza, ah?

- Eu não sou ranzinza. Sou reservado.
- Reservado é meu pai, você é implicante. Mas isso é divertido.
Disse o loiro e descansou o cotovelo sobre a mesa, sobre a palma da mão deu apoio ao rosto, fitando o rapaz, sorriu a ele. O moreno d
esviou o olhar a ele e negativou.
- Não pense que vou me deitar com você, você cheira a humanos.

- Você também, existem humanos em sua casa e faz com que um leve odor deles ainda exista em sua pele, principalmente nos cabelos. Mas não se preocupe, não estou pensando em leva-lo para cama.
- Sabe do que eu estou falando. 
- Yoruichi, vamos conversar sobre alguns assuntos na sala, comporte-se e tente não matar o convidado. - Disse a mãe de Yoruichi.
- Certo. Peça a Saki que traga minha cigarrilha.
- Sem fumar perto das visitas.
- ... Tsc.
- Não sei do que está falando, Yoru-ichi. Não me importo que fume, não é como se me prejudicasse. Fique à vontade, Ohime.
O moreno desviou o olhar a ele, e claro, sentiu uma pequena pontada de reconhecimento por ele, mas não queria.
- Certo, vou pedir que Saki traga. 
- Por favor, não me chame de mulher.
- Ohime me parece muito mais apropriado do que Ouji, não acha?
- Por que acha isso?
- Você já deve ter olhado no espelho pelo menos umas três vezes hoje, imagino que seja suficiente pra saber o porque.
- Tenho consciência de que pareço uma mulher, mas sou homem, e bem homem. Então por favor.
- Hum, então talvez não sejamos um casal muito apropriado.
Disse o loiro e sorriu a ele, tinha os dentes à mostra e pela forma como o olhou, certamente deixou claro o que queria dizer. 

- Você é um pervertido.
- Não sou um pervertido, estou dizendo que dois homens "bem" homens, não vão sair do lugar.
- Acho que você já tem uma humana para suprir suas necessidades, não? - Disse o moreno e bebeu mais um gole do chá.
- Por que fala tanto sobre humanos, hum?
Yasuhiro retrucou, percebida sua insistência no assunto. Tinha uma breve ideia sobre o que ele falava, só não sabia dizer porque ele sabia sobre isso.

- Não pense que eu sou idiota, Yasuhiro. Vejo você e a humana de cima da colina, todos os dias.
- Hum, então é observador. Por que tem tanta aversão por humanos?
O moreno desviou o olhar a ele e negativou, guiando a xícara aos lábios num pequeno gole.
- São uma raça desprezível que tentam nos dizimar a séculos.

- Ah, essa é sempre a resposta dos que não gostam de humanos. Imagino que simplesmente não gostam, e então resolvem alegar que tentam acabar com a raça, pra justificar o simples não gostar. O dia que alguém me der uma resposta melhor que essa, será o dia em que os vampiros poderão sair sob a luz do sol.
- Nossa avó foi morta numa fogueira, nossos antigos parentes também morreram de mesmo modo. Todo os dias os da nossa raça morrem nas mãos desses trogloditas, então morda sua língua antes de defender aquela porcaria que você persegue devido a um par de peitos.
- E eles não morrem por nossas mãos, Yoruichi? Aliás, ela não tem peitos.
- Hum, é um homem então? - O moreno sorriu de canto. - Acha justo que eles nos matem porque precisamos nos alimentar?
- E acha que eles devem relevar o fato de que são simples alimento? Quer o que, que simplesmente aceitem a morte porque nós temos fome? - Yasuhiro sorriu. - Soa absurdo, se alguém chegasse em você e dissesse "você não tem que me odiar porque eu quero matar e beber seu sangue" o que pensaria disso?
Yoruichi arqueou uma das sobrancelhas.
- Você é absolutamente detestável.
O moreno disse a deixar a xícara sobre a mesa, numa pequena reverência em agradecimento pelo chá. Uma das mãos levou aos lábios e mordeu o dedo indicador, um pequeno furo que expeliu pequenas gotas de sangue. Suavemente guiou o dedos sobre os lábios dele, deslizando por todo o contorno de sua boca e ao ter manchado ele de vermelho, levantou-se, sentindo os cabelos negros deslizarem pelas costas.
- Um presente, para pensar se um humano qualquer vale mesmo a pena perto da sua raça.

Ao ouvi-lo, Yasuhiro podia prever sua saída gloriosa, iria se levantar e sair, e ao pensar sobre isso, quase contou cada passo do moreno, quantos acertos havia tido, só não pôde prever o final. Era temperamental, quase não podia provoca-lo. Fez menção de se levantar junto a ele, e sentiu no entanto deslizar seu dígito sobre os lábios, quase como a tinta labial sobre os da própria mãe. Segurou seu braço antes que pudesse levar sua atitude mimada adiante e levantou-se com ele saído da mesa. Seus pais pareciam desconfortáveis com a atitude do filho, já os próprios, fitavam a si como quem dissesse que devia relevar sua personalidade difícil, mas claro, na própria cabeça não se importava com nenhuma das famílias à mesa.
- Eu nunca disse que são superiores, mas se um cão morder minha perna, não me dá motivo para odiar todos os outros cães na terra. E também, eu não bebo do sangue dele. - Retrucou e deslizou a língua sobre os lábios, limpando seu pequeno regalo. - Agradeço a cortesia, é certamente muito mais doce que seu temperamento ácido.

Yoruichi sentiu-o segurar o braço e fora o suficiente para ficar no lugar, notando a insolência evidente dele, não era comum tocar uma pessoa pelo braço, assim como também não era comum deslizar os dedos pelos lábios alheios, mas era o próprio noivo, se daria ao direito e depois ouviria as reclamações dos pais. Estreitou os olhos a ele, mantendo a expressão inalterada, quase intocável e puxou o braço, não necessitava de tanta força, e ouvir sobre aquele humano, e o modo como ele se incomodava ao falar sobre ele causava uma estranha vontade de encontrá-lo ao cair da noite e deixá-lo gélido em sua cama.
- Pode ir se acostumando, querido. Meu temperamento será seu assim que disser eu aceito.

- Oh, então parece que você não vai recusar o noivado. - Disse o loiro e sorriu a ele, a medida em que o permitiu se soltar.
- Eu não tenho escolha sobre meu casamento. Mas tenho escolha sobre a minha cama. Espero que tenha boas costas para se deitar sobre o chão.
- Não sou submisso, se pensa que terá a cama, brigará comigo por ela. E se for meu noivo, terá de se deitar comigo. - Yasuhiro retrucou e soou baixo, discreto sobre o que lhe dizia, provocativo.
- Nesse caso, espero que consiga algemas bem fortes, porque se depender de mim, você nunca irá me ver nu.
- Ora, então certamente vou precisar de alguém que me satisfaça. - Disse o loiro, afiando-se como ele.
- Então terei que recomendar que durma de olhos abertos, ou pode acabar acidentalmente com algumas madeiras acesas. Digo o mesmo para o seu querido humano. Não se esqueça que eu sei onde ele mora.
- Então deve saber que eu estarei lá. - O loiro retrucou com o mesmo sorriso leve, adorando provoca-lo.
Yoruichi sorriu meio de canto, e embora tentasse não perder a compostura, queria socar o rosto dele.
- Me faça um favor, não me procure mais.

- Não procurar? Como, se você mesmo disse que serei obrigado a cuidar de seu humor desagradável, sendo meu noivo?
- O não me procure foi referente a encontros fora de nossa missão familiar. 
- Não espero que meu casamento seja uma missão, se vou ter de passar a eternidade com alguém, espero que seja algo no mínimo agradável. Por sorte, você é bonito.
O moreno desviou o olhar a ele, arqueando uma das sobrancelhas.
- Você já tem um parceiro. Não precisa se preocupar comigo. Assim que minha família se afastar, eu sumo.

- Uh, veremos. - O loiro retrucou o rapaz, desafiador, esperando levar a provocação adiante.
Yoruichi sorriu meio de canto, e já não tinha mais paciência para discutir, nem ânimo, não queria pensar nele com outra pessoa, conhecia ele, era primo dele, porém nunca fora alguém que queria se aproximar além de espreitar por aí como um gato selvagem. Levantou-se, quando finalmente concluído o assunto.
- Com licença.

- Eu vou acompanhar você, Ohime. - Yasuhiro insistiu, ainda na breve provocação.
- Não preciso da sua companhia, não vou me perder.
- Eu sei, mas será meu noivo, preciso cuidar do seu caminho.
- Até o quarto?
- Não pretendia ir até o quarto, mas se quiser...
- Fique longe do meu quarto.
- Ficarei, mas vou acompanhar você até a entrada.
Disse o loiro e embora ele negasse, seguia consigo, levando-o para sua casa, brincando com o rapaz, divertia-se sendo desagradável. 
Yoruichi seguiu com ele até a própria residência e tinha de admitir, ele era insuportável e sabia fazer isso. Por fim, adentrou a própria casa e despediu-se dele com um simples olhar, seguindo em direção as escadas.
Ao chegar em sua porta,o loiro freou os passos antes de prosseguir, despediu-se dele como ele mesmo fazia, claro, não sem antes desferir-lhe um sorriso, que não era de fato um sorriso de graça, nem de gentileza.
- Até logo, Ohime.

O moreno virou-se, ignorando seu dito e indicou aos pais que não seguissem a si, tomou a cigarrilha da mão da criada e seguiu aos aposentos.

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