Suzuko e Miyuki #5


Miyuki ajeitou-se na própria carteira na frente da sala, como sempre, e o próprio namoradinho sentou-se junto do garoto mais a fundo, que era aparentemente amigo dele, havia falado com ele e a resposta fora o aviso de que estava sendo absurda. Colocou o caderno sobre a mesa e só então percebeu que a terceira aula era com ela, até se corou ao vê-la entrar.
- Sensei...

A professora entrou na sala após o fim da aula de outra turma. Queria um intervalo, mas infelizmente não teve até então. Conseguiu ao menos um cappuccino que ganhou com a cortesia de outro professor, por sorte estava ótimo, quentinho. Usava uma calça de courino preta, uma camisa branca. Deixou duas pastas sobre a mesa ao entrar, e bebeu do café antes de colocá-lo no mesmo lugar. Observou os alunos silenciosos, talvez por terem sido cumprimentados dessa forma, mas notou o garoto do qual havia falado alguns dias atrás, seu amigo e a falante dele, que parecia um pouco tímida, e sorriu.
- Trabalhos aqui.

A loirinha assentiu e levantou-se, levando o próprio trabalho até a mesa dela, porém fora puxada pelo garoto no qual ficava e uniu as sobrancelhas, observando-o.
- Ne, Miyu, eu esqueci meu trabalho, pode colocar meu nome no seu?
- Eh...?
Suzuko sentou-se à mesa, de uma forma imponente talvez. Enquanto apreciava o café e encarava o fluxo de alunos.
- Rápido, não temos a aula inteira.

Miyuki uniu as sobrancelhas e assentiu, pegando a caneta sobre a mesa e escreveu o nome ao lado do próprio, seguindo a mesa da professora, onde deixou a folha.
A maior aceitou em mão cada trabalho o qual folheou. E notou o nome dos alunos em conjunto, o dela, junto ao de seu namorado. Se estivesse de bom humor, quem sabe um dia aceitaria, mas não estava.
- Miyuki e Jun, o trabalho é individual. Além de que, não vi o Jun com você na sexta-feira.

Miyuki assentiu, unindo as sobrancelhas ao ouvi-la e viu o garoto fazer o mesmo.
- Hai, sensei...

- Você fez o trabalho?
A professora indagou a encarar o rapazinho. Que por sinal era realmente bonito, no entanto, ele era bonito de uma forma fofa, não como um garoto comum.

- Iie, sensei... Desculpe.
- Você pode entregá-lo pra mim até amanhã, no entanto vou descontar da pontuação.
- Sim senhora.
Miyuki abaixou a cabeça em silêncio. Suzuko negativou consigo mesma e usou um corretivo para apagar o nome do rapaz junto ao dela.
- Sentem-se. - Disse e deu mais um trago na bebida quentinha. - Inferno, que garoto delicado, como poderia simplesmente... Tsc.
Resmungou consigo mesma enquanto tomava posse da caneta o qual se dirigiu ao quadro.

Miyuki desviou o olhar ao caderno e abriu-o, fazendo as anotações necessárias no decorrer da aula. Quando finalmente o sinal tocou, Suzuko ficou feliz em largar a caneta próxima ao quadro, encerrando a matéria antes do intervalo, já que retomaria após ele. Esperou pela saída dos alunos, visto que fecharia a porta, e levaria consigo somente o necessário para tomar um café, outro.
A loirinha levantou-se logo após o fim da matéria e juntou as próprias coisas e o dinheiro trazido, guardando-o no bolso do casaco.
Quando a sala já vazia ou quase, a maior pegou o que precisava e fitou a aluna, que ajeitava em seu casaco o dinheiro que pegara da bolsa, e parecia um pouco confusa.
- Conversou com ele? - Indagou a ela, e sorriu quando se voltara para si. - Ele é realmente fofo, queria dar zero pra ele, mas ele uniu as sobrancelhas de uma forma tão fofa quanto você.

Miyuki riu baixinho ao ouvi-la e assentiu.
- Ele disse que eu sou louca por pensar isso.

- Bem, nem sempre as coisas são como parecem, hum? - Disse a maior, a falar mesmo sobre ela, embora não fosse tão direta.
- É, acho que sim. - A menor sorriu, meio desajeitada. - Desculpe pelo trabalho.
- Como se eu não estivesse acostumada com esses espertinhos. Você não vai passar o intervalo com ele?
- Ah, iie, ele tem treino de basquete.
- Eu vou até a cafeteria, pode vir comigo se quiser. - Disse a maior após desencostar da mesa e seguir até a porta da sala.
- Hai, vou sim. - Miyuki sorriu a ela e seguiu até a saída.
No entanto, antes de deixar a sala, Suzuko fechou a porta e abaixou-se pouco suficiente para falar próximo de seu rosto.
- Ah, você pode me dizer quando quiser matar sua curiosidade novamente.
Falou baixo, provocando-a e sorriu com a mão sobre o batente da porta que segurava a mantê-la fechada.

Miyuki uniu as sobrancelhas ao ouvi-la e sentiu-se corar aos poucos e por um momento achou que fosse explodir se ficasse com mais vergonha.
- .... E-Eh...

Suzuko notou o tom naturalmente rosado de suas bochechas se tornarem cada vez mais aparentes.
- Certo?

- H-Hai...
A maior sorriu-lhe com os dentes e até teria lhe tocado os lábios com os próprios, porém, não fez, imaginando se ela diria o que sugeriu.
- Vamos lá.

- Hai... Eu quero sorvete.
- Eu quero uma torta.
A maior disse e levantou-se corretamente, abrindo a porta a deixar que saísse consigo. 
Miyuki saiu junto dela, seguindo agora em direção a cafeteria.
E como foi com ele depois que falaram sobre isso?
- Ah, bom... Ele ficou meio chateado, mas acho que passa.
- Ah é? Ele pareceu envergonhado?
- Um pouco. - Riu.
- Hum, e você continua achando que ele é?
Suzuko retrucou e adentrou a cafeteria, sentando-se numa das mesas a obter o cardápio. Miyuki r
iu baixinho e assentiu.
- Acho.
A morena entregou o outro dos cardápios a ela. Optou pelo cappuccino como anteriormente e ao invés da torta, optou por dois pães de queijo médios.
- Ué, mas não queria a torta?
Miyuki murmurou e pediu para si, sorvete de chocolate, escolhendo no painel.

- Ah, eles me parecem macios e apetitosos. E você devia comer, não tomar sorvete.
- Ah, eu devia, mas quero tanto sorvete.
- Quem sente fome e mata com sorvete?
Suzuko indagou, mais para si mesma do que a ela e ao receber o pedido, agradeceu ao serviçal com um sorriso. Experimentou o café, o mesmo sabor do qual partilhou mais cedo e pegou um pedaço do pão de queijo,
levando a boca dela.
- Vamos, come um pedacinho.

- Ah, sensei, não me trate como uma criança... - Miyuki murmurou, porém aceitou o pedaço do salgado, sorrindo em seguida. - Oishi.
- Não estou tratando como uma criança. Eu sei que você não é. Não está? Gosto dele com o queijo bem evidente, alguns são vazios e... - Suzuko disse, mas não completou, somente tomou do café e deu outro dos pães a ela.
- Coma. Não tome só porcarias.

A loira assentiu e sorriu a ela, aceitando o pãozinho, que comeu, esquecendo do sorvete. 
- Mas me diz o que costuma fazer, já que não parece do tipo que tem muito tempo livre pra sair exceto horário de escola. Somente trabalha e namora um pouquinho?
- Ah, sim. Gosto do cinema também, shopping.
- Hobby?
- Coleciono bonecas.
- Eu digo em atividades. - Riu.
- Ah, eu toco violino.
- Violino? Isso é legal.
- É sim.
Ao dizer, a loirinha desviou o olhar ao garoto que passava pela cantina, acompanhado do garoto que tanto dizia ser seu amigo, ela revirou os olhos, irritada.
- O que foi?
Disse a maior e desviou o olhar ao local onde a menor olhava, notando o garoto perto demais do outro, quase de braços dados.
- Hum... Amigos ah?
- Ele me falou que não viria na cantina.
- Disse que ia ficar só no basquete?
- É, ele disse...
- Quer conversar com ele?
- Não... Você pode me dar uma carona pra casa hoje?
Suzuko arqueou uma das sobrancelhas, desviando o olhar a ela.
- Bem, tudo bem.
Miyuki deu a ela um sorrisinho.
- Obrigada sensei.
- Não há de que. Me encontre na saída depois da aula então.

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