Fei e Hazuki #47


Hazuki suspirou, estava cansado, sonolento, e haviam acabado de chegar em casa após um passeio noturno, se apoiara no outro para descer do carro e uniu as sobrancelhas.
- Sono... 

Fei o observou instante parado e com minucia pegou-o no colo, sentindo seu peso já maior, porém não suficiente a não aguenta-lo. Levou-o para a moradia e despediu-se do serviçal. O menor sorriu a observar o outro, segurando-se ao redor do pescoço dele com uma das mãos.
- Não precisa me pegar no colo...

- Vou levar a princesa para a cama.
O menor riu, erguendo-se pouco a lhe beijar a face.
- Está feliz?
- Uhum. É meu último mês, logo poderemos ver nossa menina.
- Que bom que melhorou seu humor e não está mais tão preocupado.
Fei permitiu o ruivinho abrir a porta do quarto e o agradeceu silenciosamente antes de tê-la novamente fechado. Caminhou ao leito onde minuciosamente se abaixou e colocou o moreninho. O menor s
uspirou, espreguiçando-se sutilmente e observou o outro apenas.
- Tenho que tirar essas roupas.

- Quer que eu as tire?
- Hai, por favor...
- Como estamos preguiçosos, ah.
Fei levou as mãos a vagarosamente livrar seu corpo das mesmas, dando início ao desenlace do obi. Hazuki s
orriu a ele e assentiu, deixando-o retirar as próprias roupas.
O maior descobriu-lhe o ventre crescido e por fim sorriu. Um riso baixinho acompanhou a curva dos lábios e abaixou-se e provê-lo de vários beijos breves no grande volume de sua barriga. O moreno riu, levando uma das mãos aos cabelos dele a acariciá-lo.
- Não quer falar com ele? Acho que ele te escuta.

- Meiyo. - Fei voltou-se ao outro e ainda lhe acariciava o ventre. - Você quer uma menino?
- Quero uma menininha.
- Hum... Tem algum nome em mente?
- Acho que podíamos escolher algum nome chinês.
- Mas não acho que você tenha costume.
- Tudo bem, ela vai nascer aqui, eu gostaria muito que tivesse um nome chinês como o do pai. - Sorriu.
Fei sorriu igualmente e o menor continuou a acariciar os cabelos loiros.- Gosta de algum nome?
- Tem muitos bonitos e muitos estranhos. - Riu.
- Estranhos? - O menor riu igualmente.
- É, tem muitos nomes chineses estranhos. Eu especialmente, feminino eu gosto de Lien, soa delicado e o significado também é.
- O que é?
- Significa lírio.
- É bonito. - Sorriu.
- É... Eu gosto.
- Então Lien.
- Mas e se for menino?
- Será menina.
- Como você sabe?
Hazuki deu um sorrisinho a ele.
- Eu sinto.


Hazuki abriu os olhos num susto ao meio da noite, mas não sabia bem se era assim que devia chamar, afinal, havia pouco tempo que se deitara com ele. Sentiu a pontada forte no próprio abdômen e levou uma das mãos ao local, unindo as sobrancelhas. Observou o espaço ao lado de si vazio e suspirou, levantando-se cuidadoso a seguir o caminho da cozinha.
- Fei... F-Fei.
Observou-o perto da mesa com o pequeno copo de chá em uma das mãos e suspirou, apoiando-se na parede a fechar os olhos e respirar fundo, mas logo voltou a abri-los.
- Ah... Iie... Já parou de doer. - Murmurou a apoiar-se na parede ainda.

O loiro ouviu os sutis ruídos que aos poucos mais próximos, e dado mais um gole no chá, repousou o recipiente em porcelana na mesinha baixa do lado. Caminhou até o companheiro, guiando-o a se sentar em frente a porta, onde o vento noturno parecia agradável.
- Está passando mal?
Indagou previamente antes de sua breve resposta, e mesmo a guiá-lo ao chão forrado.

Hazuki suspirou, segurando a mão do outro a sentar-se com cuidado pela barriga já dos últimos meses de gravidez.
- Iie... Acho que foi só uma pontada. Está tudo bem... - Murmurou.

- Chá? Da uma aliviada em qualquer sintoma. - O loiro sorriu num riso baixinho.
O menor riu baixinho e negativou.
- Quero ficar sentado aqui um pouquinho só...

- Então está bem.
Fei sentou-se junto ao outro, acomodando-o num meio abraço, conforme o envolveu com somente um dos braços, lado a seu corpo. Com a mão livre, buscou novamente o chá, tomando-o aos poucos.

Hazuki segurou a mão livre do outro novamente, entrelaçando os dedos aos dele a repousar a face sobre o ombro do maior e logo o gemido alto deixou os lábios, apertando-lhe a mão com certa força.
- Ah.... N-Não.... Não passou não... Fei... - Murmurou.

- Eh... Acho que então devo chamar o médico.
O menor gemeu baixinho, apertando-lhe a mão com força ainda e fechou os olhos a sentir as lágrimas escorrerem pela face.
- Sh... Calma. Vou pedir para Isumi informar um médico.
O maior levantou-se, o ajeitando em melhor posição e caminhou ao quarto dos adolescentes, o ruivo acordou lhe pedindo o favor a que fosse depressa, e vira-o ser seguido pelo loiro que foi rápido.

Hazuki apoiou-se na parede, levantando-se cuidadoso e logo viu o outro retornar, apoiando-se pouco no outro ao receber ajuda.
- Quero... Quero ir pro quarto... Não quero ter o bebê aqui na sala... - Murmurou.

- Hum.
Fei o tomou no colo, levando-o de volta ao quarto, meticulosamente o deixando no futon. O moreno o
bservou-o a tomar a si no colo, mesmo em meio a dor e riu baixinho, desajeitado e dolorido.
- Hum... Como você é forte.
Murmurou e lhe selou os lábios, deitando-se no local a respirar fundo, observando o teto do quarto e logo o outro, segurando-lhe uma das mãos.
- ... Hum.

- Não é porque eu não pareço másculo que sou fraco, ahn ahn.
Fei brincou com ele e lhe beijou a testa conforme o deixou deitado. Hazuki f
echou os olhos a sentir o beijo e sorriu novamente.
- Vou medir essa força logo logo... Ah... - Gemeu a apertar-lhe a mão.

- Você já faz isso.
O menor riu baixinho.
- Está doendo muito...

- Calma, já ele vai chegar.
O menor assentiu.
Diante do ruído vindo do hall, Fei sabia que presente o médico chamado pelos meninos que vinham ofegantes e acomodavam-se próximos, mas não muito, do futon, juntamente ao médico.
- Hazuki.
- Senhor... Bom vê-lo de novo.
- Vou precisar que relaxe, a cirurgia vai ser rápida, e por favor, só o pai fica no quarto por hora.
Os garotos assentiram numa reverência sutil e logo, se dirigiram para fora, dando a privacidade para os três que continuaram ali. O médico instruiu o moreno que fechasse os olhos, melhor seria não olhar enquanto o corte seria feito, mas é claro que ele não olharia, não havia nenhuma espécie de anestesia, então as ervas usadas certamente o derrubariam por algum tempo até que tudo pudesse ser concluído. A recuperação seria difícil, mas nada que o moreninho não pudesse suportar.
Fei ficava a seu lado, tentando não olhar igualmente o corte e acariciava os cabelos do menor, mesmo sabendo que ele provavelmente não poderia sentir, e fora o primeiro a segurar o filho nos braços quando por fim ouvira o choro fraco pelo quarto, e não pôde descrever, nem por um momento se quer aquela sensação de saber que ele estava bem, que havia nascido sem nenhuma sequela devido as condições difíceis que haviam vivido.
- Parabéns, papai. - Disse o médico.
Fei permaneceu em silêncio alguns segundos a observar o rosto tão pequeno e por fim sorriu.


Hazuki ajeitou-se abaixo do cobertor quente, sutilmente inclinado pelos travesseiros e usava o quimono simples de dormir. Segurava nos braços o bebê tão pequeno entre os panos que o cobriam e sorria a observá-lo, segurando uma das mãozinhas da filha recém-nascida. Ouviu o barulho da porta e desviou o olhar ao local, observando o loiro e o chamou com uma das mãos para que visse a filha mais uma vez.
Fei havia acabado de acompanhar o médico até a saída, seguindo as ditadas instruções sobre os cuidados ao rapaz no estado em que se encontraria por algum tempo. Entrou no quarto após sua ida, seguindo o caminho ao companheiro onde pôde vê-lo com a pequena nos braços, e descalçou as sandálias de madeira, sentindo o solo revestido do ambiente até o futon onde se sentou próximo, e observou ambos.
O menor acariciou a mãozinha pequena da filha e sorriu ao outro, desviando o olhar a ela novamente.
- Oi Lien... - Beijou a filha pequena no rosto.

O loiro sorriu a ele e minuciosamente deslizou a ponta do dedo por seu rostinho recém chegado.
- Será que os meninos querem ver ela?
- Depois os deixamos entrar.
O moreno assentiu, desviando o olhar a filha.
- Bem vinda, Lien. - Disse ele a mocinha, ainda acariciando seu rosto pacífico.

- Será que ela vai ter os olhinhos cinzas iguais aos seus?
Fei riu.
- Hum, é o que vamos ficar curiosos para saber.

- Já pensou se ela nasce loirinha com os olhos azuis? - Riu.
- Ah, isso é tão clichê que chega a ser feio.
Hazuki uniu as sobrancelhas.
- O que foi?
- Não fale assim... Se ela for assim vai achar ela feia?
- Ela não será loira, veja os cílios dela.
- Hum.
- Será como a mamãe, não é, Lien?
Hazuki aproximou a filha de si a lhe beijar a face. Fei o mesmo fez, lhe beijando a testa.
- Quer alguma coisa?

- Agora eu aceito o chá, já que não vou dormir mais... - Riu.
- Ah, vai sim. Já já estará cansado novamente. Mas farei cházinho pra você, Gongzhu.
- Queria poder ir pra cozinha contigo... Mas estou com dor... - Sorriu.
- Eu posso fazer aqui.
- Não quero ficar sozinho com ela.
Hazuki murmurou, acariciando o rosto da filha que já dormia nos próprios braços, era tranquila.

- Eh? Por quê?
- Porque quero que fique com a gente...
- Hum, então assim fica mais fácil entender.
Fei levantou-se ao caminho da saída e buscou as louças onde aqueceria e prepararia o chá, levando o necessário ao quarto e sentou em pose de lótus, cômodo, enquanto ajeitava as coisas de volta. Dando início ao preparo do chá. 
O moreno desviou o olhar a observá-lo, ainda a acariciar a filha.
- Ela vai dormir com a gente?
- Iie, aqui no quarto sim, porém preparemos o leito.
- Seria bom poder colocá-la em algum lugar, está dormindo já, e eu quero me deitar... Estou com dor... - Murmurou.
- Coloque-a ao lado, logo trarei.
Hazuki assentiu e com cuidado se ajeitou na cama a ajeitar a filha ao próprio lado, coberta pelo cobertor quente, deitando-se a gemer baixinho, fechando os olhos e suspirou, logo desviando o olhar ao outro.
- Você deve estar morrendo de fome, hum. - Riu.

- Como você se deita quando ainda vai tomar o chá?
- Quando ficar pronto eu sento ne.
- Ficará passando dor a toa, ohime. O remédio fará efeito sonífero logo mais. Eu tenho fome de um determinado tipo de alimento.
- Exatamente isso que eu perguntei. - Riu. - O que quer comer, hum?
- Depois eu mostro pra você, Gongzhu.
O menor riu baixinho.
- Faz muito tempo ne...

- Imagino que deve estar com vontade também.
- Muita... - Murmurou e uniu as sobrancelhas a observar o outro.
- E já tentou se satisfazer sozinho, hum?
Hazuki permaneceu em silencio, observando-o e sorriu.
- Esta me perguntando se eu me masturbei pensando em você, hum?

- Não necessariamente em mim, mas buscando satisfação.
- Bom, uma vez... Eu estava com vontade de você... Mas machucado e você não ia querer... Então...
- E como você faz? Na frente mesmo?
- Ambos...
- Ambos. - Riu.
- Você entendeu. - O menor riu igualmente.
- Não disse o contrário. Só estou imaginando.
- É... É bom. Um dia faço pra você ver.
- Ah, é bom?
Hazuki assentiu, levando uma das mãos sobre a face a escondê-la e riu baixinho.
- Não deveria, deveria ser bom só comigo, hum hum... - Fei entregou-lhe o chá.
- E é bom contigo. - Riu. - Bem melhor.
O moreno sentou-se devagar, gemendo sutilmente pela dor que sentiu e pegou o chá a assoprar o mesmo.

- O chá vai aliviar. - O maior lhe afagou os cabelos no topo. - Assim que descansar arrumarei o lugar para Lien.
Hazuki riu e assentiu, bebendo um pequeno gole da bebida.
- Bom?
- Hum... Muito.
Fei sorriu a ele.
- Você não quer?
- Não, isso vai te derrubar, preciso ficar acordado ainda.
- Hum... Bem, então boa noite se eu dormir bebendo o chá.
Fei riu.
- Não assim, mas logo.
- ... Obrigado por cuidar de mim.
- Sempre vou cuidar, Gongzhu. De você e do nosso lírio.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário