Atsushi e Kaoru #18
Kaoru suspirou, num movimento meio brusco a guiar uma das mãos a própria cabeça, onde havia sido feito um pequeno curativo e uniu as sobrancelhas, tentando se acostumar com a luz branca que conseguia fazer até mesmo a si parecer mais limpo e menos cinza. Era um hospital, sabia disso e a dor de cabeça denunciava que a havia batido, mas aquelas roupas ridículas não pertenciam a si.
- ... Caralho... Apaguem essa luz.
- A luz está apagada, isso é a luz do sol. - O baixista riu. - Porra, que susto você deu na gente, Kaoru.
- Que porra aconteceu? Ah...
- Você caiu no palco e bateu a cabeça. Não, não se levante, tem que descansar.
- Que descansar o que, Toshiya, eu descanso quando eu morrer. Quanto tempo faz que eu estou aqui?
- Acho que... Um dia, passou a noite.
- Passei a noite? Caralho, cadê o meu celular? Meu celular... Toshiya! Toshiya me da essa merda!
- Não, não vou dar, não vou dar, caralho. Descanse.
- Descanse o cacete, preciso avisar o Atsushi... Porra.
- Eu acabei de ligar pra ele, pombinho, calma.
- Pombinho... Tsc.
- Niikura.
Disse Atsushi ao atender o telefone como indentificado seu nome já marcado na agenda telefônica. Havia tentado a ligação um pouco antes, mandado alguma mensagem, mas sem sucesso, deduziu que estava muito ocupado ou que buscava algum tempo, talvez até mesmo com sua esposa ou ex-esposa. Já há algum tempo estavam se vendo, mas nada que fizesse pensar que poderia interferir em sua intimidade, sua vida pessoal.
- Tudo bem?
Indagou, porém não ouviu sua voz tipicamente rouca, e embora a outra não fosse muito diferente, não era a dele.
- Atsushi-san, é o Toshiya. Não quero te assustar, é que o Kaoru passou a noite no hospital e não pôde de mandar mensagem, não é nada sério, ele caiu num ensaio e bateu com a cabeça, desmaiou, mas fizeram alguns exames... Ele ainda está aqui, eu não sei se ele iria te ligar, acho que ele é muito reservado pra isso, e como eu acho vocês dois uma gracinha eu resolvido ligar.
- ...
O maior ouviu o disparo de explicações, o que até causou fendas profundas entre as sobrancelhas ao franzir o cenho, até tirou o cigarro dentre os lábios.
- Uau, você realmente sabe como amenizar um problema. - Disse, irônico. - Oh, obrigado. - Disse no fim diante do comentário em elogio. - Eu vou até o hospital. Qual o endereço?
- Ah, eu sei, sou enrolado.- Riu. - Você precisa me ver falando com o meu namorado... - Disse num riso novamente. - Ah hai, vou te mandar por mensagem porque preciso perguntar pra enfermeira, ele ainda está dormindo. Jaa ne.
- Jya...
Atsushi disse no fim da ligação bastante "aberta", embora não fosse íntima, parecia extrovertido de alguma forma, por isso mesmo não pareceu preocupante. Levantou-se ainda assim, deixando o cigarro entre os lábios enquanto esperava pela mensagem no celular e buscava as chaves do carro.
Ao fim, o baixista pediu o endereço do hospital e passou a ele.
O guitarrista, moveu-se na cama, meio irritado, não queria mesmo que ele tivesse ligado ao outro, e ainda mais a tanto tempo, ele já devia estar chegando, e nem tivera tempo de se arrumar. Ora, era o que? Uma mulher? Suspirou e desviou o olhar ao baixista, notando seu interesse nas próprias mãos, talvez trêmulas pela ansiedade.
- Está tudo bem? Quer o seu remédio?
- Estou tomando meus remédios, não se preocupe.
- Não precisa ser tão grosso com todo mundo, Kaoru. Só queremos te ajudar.
- ... Eu estou bem.
- Sei que não se sente bem quando falamos sobre isso, é um problema bobo, mas queremos que você fique bem logo, ta bem? Pra poder tocar de novo quando quiser.
Kaoru desviou o olhar ao baixista, e mesmo quase da própria idade, parecia uma criança. Sorriu a ele e assentiu.
- Certo, Totchi, por favor, pegue algo para que eu possa comer.
- Nossa, amém, quer comer alguma coisa, vou buscar.
O menor sorriu a ele novamente e assentiu, vendo-o sair do quarto e na verdade, queria ficar sozinho. Ajeitou-se novamente na cama, agarrando o lençol com ambas as mãos, tentando evitar o tremor.
Após a mensagem, o fim do cigarro que jogou num canto qualquer, Atsushi tomou direção com o veículo e seguiu para o hospital central, onde estava o músico. E naquele momento ponderou sobre a situação atual, era estranho estar indo visitar o guitarrista daquela forma, como um companheiro, ainda não havia se habituado a isso, ainda que fluisse naturalmente junto a ele, era estranho estar tão íntimo de alguém com tão pouco tempo, teve de suspirar ao se sentir um pouco desconfortável. Ao chegar lá, estacionou numa das vagas e se dirigiu para a recepção, aproveitou para prender o cabelo de alguma forma, tentando parecer menos consigo mesmo e só então seguiu ao quarto, deu uma breve batida à porta e então adentrou.
- Hum, com licença rapaz, estou procurando alguém desaparecido.
Kaoru ouviu a batida da porta, somente alguns toques dispersos seguidos da voz, e desviou rapidamente o olhar ao local, abrindo um pequeno sorriso.
- Sou eu mesmo. Me desculpe pelo meu estado deplorável.
- Ah, é você mesmo. - Disse o maior e fitou-o, estava como sempre e tão bonito quanto, mas não diria nada, afinal, se sentia deplorável, pensaria estar sempre. - Continua bonito.
Kaoru negativou, num pequeno sorriso.
- Sinto muito pelo Toshiya ter ligado, eu... Iria ligar assim que estivesse... Bem, apresentável.
- Gostaria que eu avisasse você em algum caso como esse?
Atsushi indagou e caminhou até ele, sentando-se na branca poltrona quase ao lado de sua cama.
- Sim. - Falou e suspirou. - É que não é de fato importante, eu não morri, então.
Kaoru riu e ouviu o barulho da porta, era o baixista com um pequeno prato e o sanduiche comprado na lanchonete.
- Nossa, está sorrindo... O que aconteceu aqui? Brincadeira, vou deixar aqui pra você e visto que está em boas mãos vou voltar pra casa.
- Divirta-se com o Hitomi.
- Uhu, divirta-se com o Atsushi.
- Ignore ele.
Atsushi não deu demasiada atenção ao outro visitante com a brincadeira, não se sentia enturmado quando falavam entre si, portanto preferia não dizer nada. Sorriu canteiro ao guitarrista e assentiu ao baixista como uma despedida junto ao cumprimento.
- De todo modo você ia querer saber.
Kaoru sorriu meio de canto, soltando o lençol e guiou a mão sobre a dele, dando-lhe um pequeno toque sutil e deslizou os dedos pelos dele. Atsushi voltou os dedos aos dele, retribuindo o toque.
- E então, por que caiu, hum?
- Eu não faço nem ideia... Estava arrumando a guitarra, devo ter tropeçado... Está doendo bastante.
O maior sorriu, parou, voltou sorrir de novo, dificilmente tentando conter a graça de imaginar a situação.
- Pode rir, foi ridículo mesmo provavelmente.
O outro sorriu ainda assim.
- Você está bem, é o que importa. Mas coma.
- Ah, eu estou meio sem fome. O sanduiche foi pra sumir com o Toshiya.
- Mas precisa comer. - Disse o maior ainda risonho, embora não fosse pela graça de sua queda.
- Pare de rir. - Kaoru riu em conjunto a ele. - Eu podia ter morrido. De forma ridícula.
- Terá alta hoje, hum? - Sorriu.
- Hai... Eu acho que já posso ir embora. Me ajuda... Me ajuda a levantar.
- Iie, espere o médico dizer que pode.
- Não quero ficar aqui, estou bem. Quero uma dose de uísque e a minha cama. - Riu.
- Hum, e qual é a sua cama?
- ... A sua cama, no caso. - O menor falou num pigarro, sentindo a face se corar.
- Hum... - Atsushi sorriu-lhe desta vez com os dentes. - Será bom, noite passada estava um pouco espaçosa demais.
- Hum... Nem deu por minha falta.
- Eu acabei de dizer.
- Não parece ter se importado muito a noite. - Sorriu. - Nem me ligou.
- Como poderia saber se estava desacordado e seu telefone com seu amigo? Desde quando é tão sensível, Niikura? - O maior disse e sorriu canteiro, percebendo-o um pouco dramático talvez.
Kaoru sorriu meio de canto, de fato se importava, mas não dizia a ele somente.
- Achou que eu estava com ela? - Murmurou, desviando o olhar a ele, terminando onde queria chegar com o assunto. - Tenho um namorado agora, lembra?
- O que te faz pensar que deduzi algo como isso? Pareço incomodado com algo assim?
- Não, mas se eu não estivesse com você e não te avisei sobre estar no estúdio, onde mais acharia que eu estaria?
- Não sou de entrar em assuntos pessoais, Kaoru. Haveriam inúmeras possibilidades, sua ex-esposa, uma saída com os amigos da banda, eu não sou inseguro. - Disse o maior a ele e tocou seu queixo com o cavanhaque ralo.
O menor suspirou a observá-lo.
- Assuntos pessoais, Atsushi, quão mais pessoais nós podemos ficar além de um entrar no corpo do outro? Não o acho inseguro, só queria lembrá-lo de que eu tenho uma casa pra voltar. Bem, esqueça.
- Sexo não faz com que as pessoas sejam íntimas. Tivemos sexo um dia após a entrevista e isso não nos fazia íntimos. Nossa convivência sim. Mas eu imaginei que você tivesse coisas a resolver. Mandei mensagem. Se houvesse sumido eu certamente o procuraria se não houvessem notícias.
O menor observou-o ao ouvi-lo e assentiu.
- Certo, tudo bem... Podemos ir?
- Se o médico permitir, sim. Acione o botão.
Kaoru assentiu novamente e pressionou o botão, esperando pela enfermeira que logo adentrou o local.
- Kaoru-san. Que bom que acordou, se sente melhor?
- ... Hai.
O menor falou e viu-a se aproximar de si com a pequena lanterna, iluminando os olhos e logo se afastou.
- Você não tem nenhum problema sério, foi só uma batida, mas precisa ficar em descanso por hoje, tudo bem? Pode tomar um remédio para dor de cabeça, se preferir.
- Certo... Eu já posso ir?
- Ah, claro, suas roupas estão ao lado.
Atsushi cedeu a ela o espaço para verificar o músico como seu paciente. Dada autorização para saída, buscou as roupas que tinha ao lado e ajudou-o com as vestimentas, que após a ida da enfermeira, o ajudou com as roupas, tirando seu avental engraçado.
- Que roupa livre, hum?
- É... Nem me diga. - O menor falou num pequeno sorriso, vestindo a roupa íntima e a calça, com a ajuda dele, logo após a camiseta. - Pareço um mendigo...
- Não parece. Vou levar um desses pra casa, pra você andar vestindo. Suas nádegas ficam de fora? Deixe eu ver antes... Ah...
- Claro que ficam de fora, ora. É aberto atrás.
Kaoru disse e empurrou-o de levinho, numa brincadeira. Atsushi sorriu, na falta do riso e fechou o botão de sua calça, achando a atividade agradável. O menor sorriu a ele, feliz com a ajuda, porém ainda meio incômodo com a conversa anterior e ajeitou os cabelos com ambas as mãos.
- Hum. - Murmurou o maior e tocou igualmente seus cabelos, sentindo os fios ondulados e macios. - Vamos.
O menor sorriu ao sentir o toque e segurou a mão dele, beijando-a em seu dorso, logo o soltou.
- Vamos.
- Bonitão.
Atsushi disse a ele e deu-lhe espaço em seguida, seguindo com ele até a saída, formulando sua retirada médica.
- Cego.
Kaoru falou a ele e seguiu em conjunto, assinando os papéis e deslizou uma das mãos pela testa, sentindo o curativo meio molhado, talvez fosse sangue, e queria retirá-lo, mas seria melhor trocar em casa. Adentrou o carro junto dele e colocou o cinto.
O maior levou-o consigo até a vaga no grande estacionamento, dando-lhe passagem para entrar no carro e fez o mesmo em seguida, tomando posse do volante, porém sem ligar o motor. Voltou-se para ele, fitando o curativo embebido em algum antiséptico.
- É só a medicação.
Disse e por fim, selou seus lábios a tomar o volante em seguida, então ligando o carro. Kaoru desviou o olhar a ele e assentiu num pequeno sorriso, cortado por seu selar de lábios e manteve-se parado a observá-lo, silencioso, sentindo por mais um longo segundo imaginariamente seus lábios macios sobre os próprios.
- Hum... Está carente?
Atsushi indagou, percebendo-o ainda atencioso ao toque já interrompido.
- Eh? N-Não... Eu... Estou meio lerdo, foi a batida na cabeça.
- Vou te tocar quando chegarmos em casa, por hora prefiro que descanse.
O menor desviou o olhar a ele e o modo como falava calmamente sobre as coisas, o invejava. Suspirou, e não é que estivesse carente, mas nas horas desacordado, percebeu que havia sentido falta daquele toque.
- Você quer, hum?
Atsushi indagou e fitou-o de soslaio, sem perder a atenção na direção que já havia tomado, levando-o consigo para casa. Kaoru sorriu de canto a ele e suspirou, encostando a cabeça no banco e fechou os olhos, só cessou quando ouviu o celular, e avisou ao amigo que estava bem e que estava indo para casa, não poderia ir ao ensaio no dia.
- Teriam de ser muito sádicos para pensarem que você iria ao ensaio.
O maior disse em retruque de seu óbvio aviso. Mas não se demoraram para logo chegar em casa. Ajudou-o na saída do carro, seguindo com o guitarrista para dentro de casa.
- Um banho quente seria bom?
O menor sorriu meio de canto e assentiu.
- Kyo não estava lá quando eu caí, estava perguntando como eu estou e se iria hoje, ele deve achar que foi só uma queda boba. - Murmurou, permanecendo em silêncio até chegar e por fim saiu do veículo, segurando-se nele. - Hai... Seria bom.
- Não deve, você passou a noite no hospital.
O maior retrucou a medida em que logo deu passagem para ele dentro de casa e voltou a fechar a porta, sendo recepcionados por um par de miados e movimentos sinuosos entre as pernas.
- Então vamos. - Disse ao se abaixar e pegar um dos felinos no colo.
Kaoru assentiu a ele e observou os pequenos bichinhos, fofos e sorriu, queria poder pegar o outro e levar consigo, mas estava meio tonto, se abaixasse iria cair.
- ... Gosto deles.
Atsushi sorriu ao ouvi-lo.
- Eles também gostam de você.
Disse e entregou o bichano a ele, percebendo sua vontade de toca-lo e ajudou-o no caminho até o quarto por fim, onde deixaria-o usar o banheiro e tomar o banho. Kaoru sorriu e deslizou a mão pelos pelos do bichinho, macios, e guiou-o consigo até o andar de cima, quando por fim o soltou ao vê-lo se sacudir a tentar descer do colo.
- Quer... Tomar banho comigo?
- Hum, vou ajudar você no banho. Não queremos que você leve um tombo de repente.
Kaoru estreitou os olhos.
- Eu não caio com tanta frequencia, ora.
Atsushi sorriu.
- Mas está com um pouco de tontura, não?
- Estou, está meio ruim. Será que eu... Posso ficar na banheira?
- Sim, na verdade foi o que pensei. Deite-se enquanto isso, vou deixar a banheira encher, hum?
- Não, tudo bem, eu espero por aqui. - Disse o menor e sentou-se na borda da banheira, observando-o. - Estou bem.
- Kaoru. - Disse o maior, soando quase como um pedido.
O menor desviou o olhar a ele e assentiu, levantando-se a seguir novamente ao quarto, onde se deitou.
- Não gosto muito de me sentir como um incômodo.
- E não sei de onde tira essa ideia.
Atsushi disse, do banheiro mesmo, onde aprontava o banho, mas seguiu até ele no quarto e se sentou a seu lado. O outro suspirou e desviou o olhar a ele.
- Bem, para a Haruna eu era um incômodo.
Riu, baixo e cobriu os olhos com uma das mãos.
- Não seja melancólico, hum? Eu não sou a Haruna também, do contrário você não estaria aqui.
- Ah não, não quero ser melancólico, eu só... Só estou constatando o porque me sinto assim geralmente. - Kaoru murmurou e desviou o olhar a ele. - Como foi seu dia?
- Talvez ela não se sentisse assim mas você deduzisse isso, como fez em relação a mim.
- Hum, é complicado, você já esteve casado com uma mulher. - Sorriu. - Ao menos a minha, era sempre complicada. Era do tipo "se mate lá fora porque eu acabei de limpar o chão". - Riu.
- Hum. - O maior disse e por algum motivo, não gostava de ouvi-lo falar sobre seu relacionamento, não por ciúme, mas pela forma negativa que era sempre abordado, como uma vida infeliz. - Não vamos falar sobre isso, vamos pensar no seu banho.
- Desculpe. - Kaoru falou a ele, desviando o olhar a seu rosto e notou os traços tão bonitos, suaves, o achava lindo, sempre achou, e pensar que agora estava morando com ele era, meio surreal. - ... Tenho direito a sais de banho?
O maior sorriu, achando a pergunta graciosa.
- Tenho eucalipto, é bem refrescante.
- Uh, eucalipto... Quase não sei nem falar isso. - Riu.
- Ah, não banque o palhaço, sabe bem o que é. É tão tradicional.
- Calma, estou só te enchendo o saco.
- Estou calmo. - O maior disse com um meio sorriso. - Venha. - Indicou ao chama-lo com um gesto da mão.
O menor sorriu igualmente e iria se levantar, porém guiou rapidamente a mão sobre a face.
- Ah! Dói... Dói...
- O que houve? Quer deixar o banho pra lá?
- Bem, não estou certo que deveriam tê-lo liberado da clínica. Cadê a receita médica? Te receitaram algo pra dor, hum.
- Iie... Me ajude...
Kaoru falou e estendeu uma das mãos a ele, esperando pelo contato do outro.
Atsushi ajudou-o a se levantar e seguiu a guia-lo para o banheiro, onde claro, adicionou o eucalipto ao banho, levando sua provocação com o detalhe adiante.
- Pronto, fresquinho pra você.
Kaoru seguiu com o outro até o banheiro, guiado por ele e observou-o meio de canto enquanto se sentava na beira do local. Puxou-o para si, rapidamente, ainda com a sutil expressão de dor e lhe selou os lábios, suspirando logo em seguida.
- ... Pronto, melhorou.
-Atsushi virou-se a ele ao ser guiado, abaixou-se para alcança-lo e retribuiu-o em seu breve toque, voltou a fita-lo em seguida no entanto, percebendo a brincadeira.
- Ah, está se divertindo hoje, pelo visto. - Disse risonho e mordeu-o em seu queixo, num gesto que havia se tornado comum. - Vem, engraçadão.
O menor riu e assentiu, deslizando uma das mãos pelos cabelos dele igualmente.
- Entra comigo.
- Hum... Não sei, você pode estar um pouco frágil. - Disse, sem realmente falar sério.
- Frágil? Porra, não sou uma boneca de porcelana.
- Mas rachou como se fosse uma. - Provocou.
- Hum, então me conserte.
Kaoru murmurou, estendendo uma das mãos a ele, alcançando a do outro e entrelaçou os dedos aos dele.
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