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julho 2016
Kyo abriu os olhos, estava frio, mas sua única parte exposta era o braço, o restante do corpo fora coberto pelo baterista, mais de uma vez que acordava de hora em hora para observar seu sono, preocupado. Por sorte, os cortes já não sangravam mais. O cigarro e isqueiro haviam sido retirados de seu lado na cama, por precaução, e também, o baterista não gostava que ele fumasse, sempre havia dito para parar, existiam mais contras do que prós, aliás, não existia nenhum pró.
O barulho vinha da cozinha, o maior fazia uma café usando a cafeteira do vocalista e tinha um pouco de problema em mexer com ela, era muito tecnológica para si, mas daria um jeito. A tempestade havia passado, não havia mais sinal de chuva no céu, ao menos por hora.
O menor seguiu o caminho para sala, e enquanto subia, pegou uma camisa sobre o móvel, vestindo-a sobre os curativos feitos e observou ali o loiro, entretiro em seus afazeres e sentou-se em frente a ele no balcão, num estranho silêncio constrangedor.
- Bom dia. - Disse o baterista.
- Bom dia. - Pigarreou o vocalista, notando a voz pouco falha pela manhã. - A tempestade destruiu alguma coisa?
- Só o vidro do meu carro, tudo bem.
- Que merda.
- Iie, pelo menos ninguém morreu.
O baterista disse, atencioso ao que fazia, e nem se deu conta do olhar do vocalista sobre seu rosto, atencioso aquela frase estranha e atípica, mas nada disse. Shinya serviu o café ao outro numa caneca, a que ele habitualmente usava e adoçou.
- E aí, o que quer fazer hoje? Dormir? - Disse o baterista, discrontraindo um pouco.
- Hum, não. Você quer fazer o que? - Disse o vocalista, desviando o olhar a ele com um sorrisinho sutil, e entraria na brincadeira dele, como antes fazia, provocando o amigo. - Porque não começa ficando mais a vontade, tirando a roupa por exemplo. Digo sem malícia, coloque uma roupa mais a vontade.
- Ah claro... - Shinya riu. - Hoje está um pouco frio, por que não ficamos aqui e fazemos alguma coisa? Ou você quer sair?
- Fiquemos em casa.
- Hai, quer assistir alguma coisa? Preciso ficar agarrado em você.
- Precisa?
Kyo esboçou um típico sorriso ao canto esquerdo dos lábios. Levantou-se e novamente preencheu a xícara com o café já finalizado antes, voltando a se sentar.
- Sim. - Riu baixinho.
- Porra, esse café está ótimo, esperimente.
- Vai ficar acordado a noite toda de tanto café que toma.
O baterista riu e aceitou o café, bebendo um pequeno gole.
- Está sem açúcar, e não vou, estou acostumado a cafeína.
- Sem açúcar... - Shinya mordeu o lábio inferior - Falando em açúcar, preciso de algo doce.
- Hum, faça algo, a cozinha está disponível.
- Tenho cara de cozinheira? - Disse, implicando com o amigo e riu. - Tenho. Vou lá.
Kyo riu, achando finalmente o cigarro sobre a mesa de centro e acendeu-o, tragando da nicotina.
- Estou me matando aos poucos, nicotina e cafeína.
- Precisamos falar isso alto, né?
- Desculpe senhorita sensível demais, emo dos infernos.
- Emo? Senhorita? Bem, sensível eu sou mesmo. Mas como já disse a você, se quer se matar, se mate, já cansei de dizer para parar de fumar.
- Senhorita emo. Cale a boca e vá logo fazer o que quer, não me encha o saco, Terachi.
O loiro arqueou uma das sobrancelhas e assentiu, vendo-o seguir para a sala com a caneca de café e seus cigarros, e apoiou-se no balcão, bebendo um gole de água pego num copo qualquer e fechou os olhos, respirando fundo, esse era aquele jeito dele, de brincadeira normal para estúpida, e assim seguia.
Kyo suspirou, logo soltando o ar dos pulmões juntamente com a fumaça do cigarro, sorveu um pouco mais do líquido quente, e pôs a xicara sobre o criado-mudo. Sugou mais uma vez e por ultima, a nicotina, apagando-a no cinzeiro logo depois deixando a bituca dentro do pequeno objeto. Pegou o controle da televisão, ligou-a e começou a assistir algum filme qualquer que passava, e tentava de todas as formas, não pensar, nem cogitar a ideia do que havia acontecido, no dia anterior, bloqueava a informação, como fazia com todo o resto.
Shinya ficou um tempo ali, pensando naquela situação, no que faria sobre aquilo, se devia falar com ele, se não devia, em qomo iria embora naquele dia. Logo pegou os ingredientes espalhados pela cozinha, tentando se lembrar de como se preparava a sobremesa, visto que não tinha nenhum celular a disposição naquela época. Algum tempo depois voltou para a sala com uma bandeja, deixando-a sobre a mesa de centro, o prato branco expondo a sobremesa e a calda que a adornava.
- Fiz tempura de sorvete.
- Hum, rápido.
O menor se levantou, fora até a cozinha, notanto que nada tinha sido "distruido", ia pegar o café, mais por fim resolveu pegar o chá verde para que não acabasse ficando energico demais. Pegou o chá e voltou para a sala, no entanto se sentou na porta, onde dava saída da residencia, e fumava novamente, enquanto vez ou outra fitava o filme que passava na tv.
- É, eu sou rápido. - Shinya se sentou no sofá da sala e pegou os hashis, servindo-se de um pedaço da sobremesa que mais era uma mistura do que algo tradicional. - Não vai comer?
- Eu já vou.
Algum espaço de tempo, Kyo terminou o cigarro, e o chá, deixando xicara por lá mesmo e voltou de encontro ao mais alto, sentou-se no estofado e provou o que este havia feito.
- Hum. Ficou ótimo, Shin. - Tornou a fitar a televisão.
- Obrigado. - O loiro sorriu e após pegar um pedaço para si, levou outro aos lábios dele. - Quer mais, hum?
O menor abriu a boca, abocanhando o que lhe era servido.
- Chega.
Um dos braços, envolveu o corpo alheio num abraço sutil, descontraído, mas que para o baterista poderia soar meio estranho já que não era acostumado aquele toque vindo dele, Kyo parecia somente estar agradecido, e queria de alguma forma dizer a ele que sentia o mesmo, algo estranho que poderia se transformar em algo mais. O menor selou os lábios do mais novo e logo em seguida tornou a olhar a tela, como se não tivesse feito nada demais.
Shinya desviou o olhar a ele, meio de canto, notando seu carinho estranho e julgou que aquilo poderia ser devido a situação recente, devido ao fato de tê-lo acolhido e ajudado, e ele certamente não agiria daquela forma no dia seguinte, era bipolar, por isso se aproveitou e retribuindo-o, abraçou-o a prestar atenção no filme.
Kazuya observou a casa dele, a porta precisamente e manteve-se ali por alguns minutos até que decidiu tocar a campainha, lembrava-se do irmão, quase expulsando a si de casa para que fosse ver o outro, afinal, falava dele vinte e quatro horas por dia. O observou ao abrir a porta e sorriu a ele.
- Naoto! Eu... Estava passando aqui perto... E vim te dar oi. - Falou a carregar a travessa de bolo em uma das mãos, decorado com os morangos. - Eu trouxe um bolo.
Naoto ouvira a companhia e desceu mesmo antes de atender o interfone, a essa hora o irmão havia saído com algum amigo em companhia da mãe e não precisaria de preocupar, dado o fato deduziu ser o caçula, o que constou não sê-lo conforme notou os cabelos curtos e louros, seguido de sua exclamação pelo nome.
- Não diga isso com um bolo na mão feito por você.
O loiro desviou o olhar ao bolo.
- Desculpe... Deixa eu pensar numa outra desculpa.
- Hum.
O moreno murmurou assentindo e o observou a dar passagem para que entrasse. O outro sorriu e adentrou o local, carregando consigo o bolo. O loiro encostou a porta, fechando-a.
- Cortou o cabelo?
O indagou e seguiu até a cozinha, onde poderia deixar o bolo que aceitou.
- Cortei. Por que? Não estou bonito? - Sorriu a deixar o bolo sobre o móvel.
- Fica bom assim.
O observou breve, assim como tocou a linha de sua mandíbula, contornando-a.
- Você faz isso pelo menos duas vezes por dia quando estamos juntos. - Sorriu.- É bonito. Bem marcado.
- Gosto do seu rosto.
Naoto sorriu a ele.
- Quer o bolo?
- Quero sim. - Sorriu. - Você... Sentiu saudade?
O menor abriu a travessa com o bolo e buscou a espátula que usou para cortá-lo e assim ajeitar os pequenos pratos de sobremesa onde os serviria. O observou com a pergunta, estranhando-a, e talvez ainda não tivesse acostumado com sua personalidade atenciosa e carente como não o parecia.
- Hum. - Assentiu. - Eu senti.
Kazuya sorriu e pegou o pequeno pratinho com o bolo.
- Muita?
Naoto serviu-se com o bolo e riu baixinho diante da nova pergunta, que acabou não respondendo, mas não por sê-lo em resposta negativa. O loiro se aproximou e lhe selou os lábios.
- Sei que sentiu.
O moreno se voltou a observa-lo conforme próximo e sentiu seu repentino selar nos lábios, o qual o retribuiu.
- O bolo está bom? - Murmurou.
- Oishi... - Sussurrou e levou mais um pedacinho do bolo até a boca.
O maior sorriu e levou um pedaço a própria boca igualmente.
- Mas, sabe... Eu não trouxe o bolo só pra dar uma volta. O meu irmão está me infernizando pra eu levar ele e o seu irmão num parque aquático. Você... Quer ir junto?
- Hum... Não gosto muito de pegar sol.
- Não vamos pegar sol..
- Tudo bem, marquem a data.
- Vou marcar. - Sorriu.
Naoto se sentou próximo ao outro e continuou a comer.
- Você gosta de beber o que?
- Suco. - Sorriu a ele. - Gosto muito de uva.
- Hum... Vou pegar suco pra você. - Naoto se levantou e se encaminhou até a geladeira, pegando dali a jarra de suco de melancia e serviu num copo ao lourinho. - Só não é de uva.
Kazuya sorriu a ele, aguardando pelo suco e logo pegou o copo a experimentar o mesmo.
- Hum... Melancia também é bom.
- Naoyuki gosta bastante. Eu prefiro sucos cítricos ou pêssego.
- Pêssego é bom.
- Eu gosto bastante.
O loiro sorriu.
- Bem, obrigado pelo bolo. Está gostoso, Naoyuki vai gostar.
- Que bom, diga a ele que o Kazuki me ajudou. - Riu baixinho. - Embora ele só tenha pego os ingredientes.
Naoto riu baixinho.
- Está bem.
- Acho que ele vai gostar ainda mais assim.
- Quando ele chegar eu dou pra ele. - O moreno pegou um dos morangos no bolo e o comeu. - Você quer mais bolo? - Ofereceu antes de guardá-lo.
- Não, estou satisfeito. Onde ele foi?
- Saiu com um amiguinho dele.
- Amiguinho é?
- Hum?
- Aposto que o Kazu vai ficar com ciúmes.
- É só você não contar.
- E quem vai me impedir?
- Bem, se quer deixar ele triste, deixe.
- Só estou brincando... Achei que ia brincar comigo também.
- Ah, me desculpe. Então... Quer fazer alguma coisa?
- É, seria legal.
- Quer ver algum filme ou jogar alguma coisa?
- Jogar o que?
- Não sei, tem alguns jogos lá em cima.
- Hum... Seria legal. - Sorriu.
- Então vamos.
O menor dirigiu-se até a escada onde indicava ao outro o mesmo caminho, subindo-as até o andar onde seguiu pelo corredor até o quarto, e deu passagem ao recente namorado. Kazuya seguiu junto dele pela escada e logo adentrou o quarto, observando o lugar a seguir até a cama onde se sentou.
- O que você gosta de jogar? - Dizia o moreno, sentando-se no puff sob o tapete no quarto.
- Ah, não sei...
- Tente ver os jogos que tem e escolha algum.
Kazuya observou os CDS no local, um por um e por fim entregou-o um, que mais parecia ser do irmão pequeno do que dele.
- Vamos jogar esse, uma fase de cada.
- Ah... Ok.
Dizia o menor a selecionar o jogo escolhido por ele e colocar no aparelho. Levantou-se e lhe deu o controle, acomodando-se parcialmente deitado na cama. O loiro sorriu a ele, pegando o controle e deitou-se junto a ele, iniciando o jogo, que já sabia por inteiro.
Naoto se ajeitou na cama, e o observou jogar. E claro, não demorou a dar um cochilo também. O maior desviou o olhar a ele em seguida e abriu um pequeno sorriso nos lábios.
- Nao!
Naoto descerrou as pálpebras, voltando-a a observá-lo.
- Sua vez.
- Hum.
Kazuya assentiu e pegou dele o controle do jogo, fazendo a própria fase até que lhe fosse a vez de jogar.
- Ah, que animo...
Kazuya riu baixinho enquanto continuava no jogo.
- O clima frio me deixa preguiçoso.
- Hum... Se quiser então podemos ficar em baixo do cobertor e eu faço um chocolate quente pra você. - Disse o loiro.
- Depois eu faço chá se quiser. - Passou a ele o controle.
- Ta bem. - Sorriu.
- O Kazuki está sozinho?
- Está. Mas foi ele quem me enxotou de casa.
- Não deveria deixar ele sozinho.
- Está tudo bem.
- Se quiser pode buscá-lo... E dormir aqui.
- Podemos? - Sorriu.
- Sim.
- Então... Vem comigo?
- Vou esperar, Yuki já deve chegar logo e assim pedimos algo pro jantar.
- Hai. Então está bem.
- Irá agora?
- Hai. - Kazuya sorriu a ele e levantou-se.
- Quer comer o que?
- Hum... Sabe fazer o que?
- Eu vou pedir alguma coisa.
- Não sabe cozinhar? - O loiro perguntou.
- Como não saberia quando moro sozinho com meu irmão?
- Hum, então me espere chegar, vamos fazer juntos.
- Por quê? Prefere comida caseira, é?
- Claro.
- Vou te deixar livre na cozinha.
- Livre? Vai arrancar as minhas roupas?
Naoto arqueou levemente a sobrancelha.
- Que desculpa estranha pra tocar no assunto. Está querendo tirá-la?
- Hum... - Riu.
O moreno o tocou no pulso, tornando trazê-lo até a cama, parcialmente deitado mesmo que seus pés continuassem no chão. O fitou de cima, selou-lhe os lábios. O loiro o observou por um pequeno tempo e lhe retribuiu o selo, mordendo-lhe o lábio inferior em seguida. Naoto sentiu o mordisco no lábio, e cerrou os olhos a penetrar-lhe a boca com a língua, o beijando. O loiro levou uma das mãos a face dele, acariciando-o como tinha costume e lhe retribuiu o beijo, devagar, apreciando os lábios dele.
Naoto deu continuidade a seu ritmo brando, roçando a língua com a sua, tal como a massagem entre lábios. O outro levou ambas as mãos a própria camisa, abrindo os botões, um por fim enquanto mantinha o beijo e logo a retirou, jogando-a ao chão. O moreno descerrou as pálpebras, observando seus movimentos mesmo que ainda compartilhasse o beijo. Puxou suavemente seu lábio inferior entre os próprio e sentiu o calor de sua pele tocar o antebraço.
Kazuya sorriu a ele, retirando os próprios sapatos a deitar sobre ele na cama e ambas as mãos levou igualmente a camisa que o maior usava, retirando-a assim como a própria. O moreno o observou no cesso do beijo, e sentiu seu peso sutil sob o corpo assim como sua tentativa de tirar a própria camisa como o fez.
- Quanta pressa.
- E ainda estou devagar... Pressa eu teria se abrisse a sua calça e fosse colocando.
- Mas eu só o beijei, não disse que íamos fazer sexo. - Sorriu de canto. - No entanto já está nos despindo.
- Hum... - Afastou-se e sentou-se na cama. - Desculpe.
- Não disse que é um incômodo.
- Mas pareceu.
- Eu estava brincando com você. Vem pra mim, Kazuya.
- Não, tudo bem, eu interpretei mal.
- Hum...
- Vou buscar o Kazu.
- Perdeu a vontade, hum?
Kazuya segurou uma das mãos dele a levar ao próprio baixo ventre, deixando-o sentir o próprio membro.
- E então?
- Não gostei muito do fora.
- Não te dei fora. Se fosse um fora eu não teria deixado a camisa sair do corpo.
- Mas falou como se fosse "não posso nem te dar um beijo e já quer tirar a roupa".
- Uh. Não vou mais brincar com você.
- Hum... - Murmurou e logo deitou-se sobre ele novamente.
Naoto se ajeitou, acomodando-se novamente e deslizou as mãos em sua cintura, sentindo a suave calidez da pele.
- Não me quer?
- Eu não disse pra vir pra mim?
- Mas parece que foi só por pena.
- Não transaria por pena, idiota.
- Hum...
Naoto deslizou os dedos em suas costas e ainda sentia seu sutil calor. Descansou o rosto na curva de seu pescoço, em apreço silencioso do contato. Kazuya se manteve em silêncio, apreciando o abraço e o apertou entre os braços.
- Não que mais?
- Só estou sentindo sua pele. É gostosa.
- Entendi... Vou... Ficar quietinho então.
- O que há com você, Kazuya?
- Nada.
- Por que está agindo assim?
- Estou inseguro.
- Por quê?
- ... Vi você conversando com a garota na saída do colégio na quinta. Quando abraçou ela e a beijou no rosto.
- Mas beijei-a no rosto.
- E por quê?
- Porque é uma amiga, e é aniversário dela.
- Eu não gostei.
- Ciumento?
- Sim.
- Acho que não precisa disso.
- E se ela for melhor?
- Se eu tivesse que ter algo com ela já teria, porque a conheço desde o fundamental.
- Certo.
Naoto levou uma das mãos em sua nuca, acariciando-a. O beijou na bochecha, na linha da mandíbula onde tinha costume, logo no queixo, testa e por fim seus lábios. Kazuya fechou os olhos ao sentir os beijos dele pela face e suspirou, logo retribuindo-o no beijo. O menor fechou igualmente os olhos, sentindo outra vez a massagem suave entre sua língua em junção a própria. O outro sorriu em meio ao beijo e colou o corpo ao dele, abraçando-o.
Naoto moveu sutilmente o quadril embaixo de si, empurrando para cima a roça-lo sem força e o loiro suspirou, mordendo-lhe o lábio inferior.
- Sua pele é tão gostosa...
- Gosto da sua também...
O moreno deslizou os dedos sob a cútis e roçou seu plano peitoral, sentindo somente a firme elevação de seu mamilo onde o tocou e apertou de levinho. O loiro suspirou ao sentir o toque no mamilo e lhe mordeu o lábio inferior.
- Kimochi...
- Hum? O que? - Indagou baixinho.
- Gosto quando toca aí...
- Hum... - Murmurou e tocou massageá-lo na pequena região.
O loiro gemeu baixo, sutil e mordeu o próprio lábio inferior.
- É bem sensível...
- Hai...
Naoto desviou, a tocá-lo no outro, formulando-o da mesma forma. O loiro suspirou, desviando o olhar ao local e empurrou o quadril contra o dele, roçando-o ao do outro. O moreno sentiu a pressão de seus quadris sob o próprio, tão excitado quanto a si. Tão igualmente firme. O puxou entre os dedos outra vez, e lambeu-o de levinho conforme o alcançou. O loiro gemeu, novamente baixo e suspirou.
- Preciso de você... Nao...
O menor deslizou as mãos no contorno de sua cintura, quadril e pousou nas nádegas, escondidas pela roupa num jeans.
- Tira... Por favor.
O menor deslizou novamente as mãos à frente, desabotoando o botão de sua calça e desceu o zíper. O loiro o ajudou a abrir a própria calça e logo retirá-la. Naoto desabotoou por vez a própria, e deixou a ele que se encarregasse de tirar. Kazuya retirou a calça do outro, jogando-a de lado junto a própria e o moreno sentiu com mais precisão a firmeza atrás de sua roupa íntima.
- Hum...
Kazuya puxou a roupa dele, arrancando-a de seu corpo.
- Hum...
Naoto roçou as pernas as alheias, sentindo a calidez do toque suave. E as mãos levou a adentrar sua roupa íntima, apertando-lhe as nádegas. Kazuya sorriu a ele, selando-lhe os lábios algumas vezes e retirou a própria roupa intima. O menor observou a figura que se desnudava, expondo sua ereção. Permitiu-se se livrar da própria peça íntima igualmente e sentiu o toque inteiro em seu corpo, na junção do próprio.
- Ah... - Gemeu sutil, roçando o próprio corpo ao dele.
- Está bastante sensível hoje...
- Eu quero você...
- Você trouxe camisinha? - Sussurrou.
- Hai. No bolso de trás da calça.
- Então pegue.
O menor falou no mesmo tom e não comentou, embora ainda pensasse na sua prevenção e quisesse provocá-lo por isso. Kazuya se abaixou e alcançou a própria calça, pegando a pequena embalagem no bolso de trás.
- Antes que diga algo, eu sou prevenido.
- É sempre prevenido?
- Quando venho te ver.
- Hum, boa correção.
Kazuya sorriu.
- Quer que eu coloque pra você?
- Quer colocar?
- Hai.
- Então coloque pra mim.
Como estavam as funções vitais de Kaname? Numa imensidão branca e imaculada, não pensava. Não tinha nada em mente. Não respirava, tinha ciência disso e ainda assim, não sentia necessidade de fazê-lo. A dor nos órgãos como se destroçassem todos eles internamente, poderia urrar de dor, mas não conseguia, sequer tinha alguma feição que pudesse expressar a dor. Sentia-se entorpecido, um suor frio que não tocava a pele, era confuso demais. A dor não incomodava, mesmo que quisesse gritar e se dopar para que fosse embora. Sentia-se invadido, como se fios corressem por todo o corpo, como se algo vivo caminhasse por todas as veias. Não podia se mover, não podia fazer nada, parecia morto. Sem tato, sem olfato. Ouvia de longe pequenos ecos de onde quer que estivesse, com quem quer que estivesse, pareciam ferro ou vidro. Sussurros ilegíveis, como se falassem consigo, mas parecia diferente, não o entendia. Era quase trêmulo, era frágil e ao mesmo tempo docilmente firme. Quantas horas estivera daquela forma? Não tinha o poder de pensar sobre isso, apenas sabia debilmente que continuava por muito,
muito tempo.
Shiori andava, de um lado para o outro, observando-o enquanto dormia, naquela imensa solidão que se fazia presente dentro dele, e mais uma vez estava ali a limpar o corpo do outro.
- Só espero que não me odeie quando acordar... Porque... Eu gosto muito de você... Acho que eu... Que eu... Amo você.
Aproximou-se e lhe selou os lábios, acariciando-lhe os cabelos e buscou as roupas confortáveis, o pijama, vestindo-o com as mesmas e apenas manteve-se a observá-lo em silêncio.
- Eu posso dormir com você hoje?
Murmurou a sentir as lágrimas novamente deixarem os olhos, molhando a face como se realmente esperasse uma resposta e manteve-se ali sentado por um bom tempo a observá-lo, segurando uma das mãos do outro e ergueu-a a beijá-la.
Pouco tempo depois, levantou-se a seguir ao banheiro, banhando o corpo de modo rápido a observar a perna machucada que já quase não tinha sinais dos ferimentos, tinha certeza que a havia quebrado na hora do acidente. Voltou ao quarto e deitou-se ao lado dele, cobrindo-se e cobriu a ele também, lhe selando os lábios pela ultima vez, porém permaneceu a observá-lo enquanto tentava de alguma forma, pegar no sono e concentrar-se se ele iria acordar ao mesmo tempo.
Os pés do maior guiaram o vocalista para dentro da boate, acreditava que o vampiro já havia voltado e o sorriso surgiu nos lábios ao vê-lo sentado num dos sofás do local como viu na outra noite. Os passos guiaram a si até o mesmo e observou a vampira ao lado lhe selar os lábios, arqueou uma das sobrancelhas e suspirou, não compreendia porque tinha ciúmes disso, nem sabia se podia chamar de ciúmes, mas afinal, o loiro nem pertencia a si. Sentou-se ao lado dele e colocou os pés sobre a mesa, pedindo uma dose da bebida para si, pigarreou.
- Onde foi hoje que era tão importante, moça?
Ikuma arqueou a sobrancelha conforme observava tais atitudes alheias. Virou a face em direção do outro assim que finalmente concluiu a análise com o olhar.
- Qual é da pose de macho? - A voz como sempre soava zombeteira, ainda mais denotada com o riso à seguir da fala.
- Desculpe, é que eu não posso sentar direito ainda. - Murmurou e riu.
O riso do loiro se tornou ainda mais audível após ouvi-lo, adorava aquela sinceridade, pensou, afinal não tinha realmente orgulho algum.
- Dói, é?
- É dói. Ainda não me disse onde foi. - Acendeu um dos cigarros, levando-o aos lábios e tragando-o vez ou outra.Finalmente os olhos de Ikuma perderam a imagem do rapaz ao desviá-los à frente, observando o grande movimento de pessoas que entravam ou saiam da boate. No palco central, o telão de fundo, expunha com maior proporção a imagem dos vampiros que dançavam de modo ousado sobre ele, aos poucos tirando as peças trajadas, semi desnundando seus corpos. Continuou a fixar a imagem do show, enquanto logo passara a responder o outro homem.
- Nada que seja de seu interesse, Lagartixa.
- Perfeito.
Taa observava as pessoas pelo local igualmente e assim que a bebida foi servida a si levou o copo aos lábios e bebeu de uma vez, tragando o cigarro em seguida. O loiro se proveu igualmente da bebida, a própria, já deixada na mesa, obtendo sua coloração vermelha, e as pequenas frutas em mesma cor. Pegou uma das cerejas e levou aos lábios, e a outra, serviu ao amigo ao lado, levando igualmente a teus lábios, logo retomando a atenção para o show.
O maior negativou e virou o rosto ao ver a fruta, suspirando e os olhos se desviaram ao palco assim como o outro, sem o minimo ânimo. Ikuma deu de ombros e voltou a cereja aos próprios, degustando-a assim como a primeira. Continuou a observar o show, porém os olhos se voltaram ao vocalista ao lado, notando tamanha falta de interesse de sua parte para com o ambiente.
- O que há?
- Não está nem aí pra minha presença aqui, não é?
A sobrancelha loira, quase inexistente, tornou a formar leve arqueação.
- Você está bem?
- Acho que não... - Taa abaixou a cabeça e acendeu outro cigarro.
Os olhos do menor continuaram a fixar a imagem, agora defronte a estes. Levou uma das mãos até o cigarro que o vampiro acabara de acender, roubando-o a si e o tragou. Com a mão livre, proveu-se pouco mais do drinque, e tornou a pousar a taça rasa sobre a mesa.
- O que foi?
A mão do maior que segurava o cigarro permaneceu imóvel por alguns segundos e logo a abaixou.
- Nada, só estou chato..
Ikuma levou o cigarro entre dedos em frente ao lábios do rapaz de madeixas longas, deixando-o tragá-lo. Um dos braços acomodou-se sobre o encosto do estofado, passando em torno o corpo do conhecido, e lhe pousou sobre um dos ombros, puxando-o minimamente para si.
- Está depressiva de novo, Lady.
Taa riu baixo e repousou a cabeça sobre o ombro do outro, ajeitando-se.
- Não estou depressivo.
- Hum... Sei... - Ikuma murmurou, ou não, era impossível murmurar com a música tão alta. - Está querendo um beijo e está com vergonha, verme?
- Não gosto de pedir isso a você...
- ... - Ikuma olhou-o incrédulo, e certamente a incredulidade estava exposta nos traços faciais. - Cara!... Bateu a cabeça? - Gargalhou. - Quem foi que ficou me cutucando pedindo beijo a noite?
- Tá, mas eu não gosto mesmo assim, porra!
O menor riu, tipicamente.
- Só não gosta! não é como se não quisesse, Lady.
O menor voltou a atenção ao palco após o comentário, e logo o olhar a vampiro ao lado seguidamente, comentou algo com a ruiva e riu por fim, desviando os dourados ao outro.
- Transamos aqui.
Taa se assustou e virou-se de lado, fitando o outro.
- O que?!
- É, transamos aqui quando estávamos bêbados..
O maior voltou a se ajeitar, a face levemente corada.
- Aqui...? Ahn...
- É, mas aqui é uma putaria só então... Não há problemas. Tem os red room's no andar de cima, porém, optamos por transar aqui... - Riu, abafando o riso com lábios cerrados, um risinho maldoso, malicioso.
- Uhum... Deve ter sido tão bom.
- Quer fazer de novo, ahn? ...
O menor sussurrou, tomando proximidade da face do outro, conforme lhe segurava o queixo entre dois dos dígitos e guiava os lábios a se juntarem aos dele, roçando-os, antes de beijá-los realmente, introduzindo a língua por segundos e esta voltou aos lábios, delineando-os.
- Uhum... - Taa abriu o sorriso malicioso nos lábios e retribuiu o beijo, a mão deslizou pelo tórax do menor, arranhando-o levemente. - Sabe o que é pior...? Você só pensa em sexo... E eu me viciei no seu corpo... Vamos ficar transando o tempo todo. - Riu.
Ikuma riu baixinho contra a proximidade dos lábios aos alheios.
- Até enjoar...
E voltou ao beijo outra vez, invadindo-lhe a boca com a língua que formou movimentos sugestivos e despudorados sobre a dele, e mordiscou-a, a sugando seguidamente.
- Eu queria me lembrar como foi. - Riu baixo e mordeu o lábio inferior.
- Hum... é ? - O mesmo tom de malícia foi usado na fala.
O maior riu baixinho.
- Eu não vou enjoar, príncipe.
Retribuiu o beijo e deitou-se no sofá, puxando o outro sobre si, as mãos deslizavam pelo corpo dele, alcançando a cintura e apertou o local, rindo baixinho entre o beijo.
- Você é gostoso demais...
Um meio sorriso fora impresso nos lábios bonitos do loiro, em seu canto esquerdo. Cerrou as pálpebras e expôs a língua entre os fartos avermelhados, lambendo os alheios, roçando suavemente sobre estes e os sugou entre próprios, provendo-se da carne macia, da textura suave possuinte. Aliás, suave demais para um homem.
- Não vamos transar, infelizmente, mesmo que eu queira foder até deixá-lo inconsciente...
- Ora ora, se o principezinho não quer que eu desmaie nos braços dele. - Riu e as mãos adentraram a camisa do outro, deslizando pela pele. - Por quê não?
Ikuma se afastou, erguendo-se do corpo anteriormente abaixo. Porém as mãos do outro dentro da peça fizeram com que ele levantasse igualmente. Os braços impunham firmeza em torno a cintura magrela do vocalista e apertou-o entre os robustos, e assim se levantou.
- Caralho... Você é alto, mas é leve demais... Deve estar anoréxica, Lagartixa.
A mão do maior bateu contra a coxa do loiro e suspirou.
- Se você não quer transar não me provoque, mocinha.
- Querer não é poder, Lady... Se eu pudesse a senhorita já estaria cavalgando.. - Riu travesso, mútuo em malícia.
- Ah desculpe, esqueci que o senhor é muito ocupado...
- Hum... - Ikuma tornou a rir, abafando o som do riso sutil sobre a pele qual encontrou com a boca, na região do pescoço e mordeu sem força, roçando os caninos afiados. - Está louco pra transar comigo pelo jeito... Está até mimado demais.
Taa gemeu baixo.
- Hum... Mimado? Não, faça o que quiser, hã...
- Uh.. Se fosse fazer o que quero, estaríamos transando agora... - O menor o mordeu outra vez, sugando a pele entre lábios, certamente formando a marca ali, porém apartado assim que tornou a falar. - Ainda fica chateado... Isso me agrada ainda mais, ahn... Está parecendo uma namorada exigente e ciumenta... - Riu após a provocação.
Taa puxou os cabelos do outro para que soltasse a pele e suspirou.
- Namorada, exigente e ciumenta, é?
O menor riu pela milésima vez, era quase impossível não rir diante das provocações e do efeito causado diante delas.
- Hum?
- Não sou uma garota, Ikuma!
- Tá bom, namorado exigente e ciumento, Lady.
- Melhorou...
- Continua sendo uma Lady.
- Vai tomar no seu cu.
- Não sou eu quem está com sede no cu.
O maior virou um tapa na face do outro, como costumava fazer e pegou outro cigarro sobre a mesa, levando aos lábios. O riso do loiro ficou mudo em meio a curva que tomou posse da linha labial, notado somente com seu som mínimo nasal após ter a face estapeada. Negativou com o manear e levou uma das mãos ao próprio sexo, apertando-o por sobre o traje de couro negro, que marcava seu comprimento desperto.
- Você gosta, eu sei.
- E você, quer me foder, é, bonequinha? - Taa riu debochado e acendeu o cigarro, tragando-o.
- Não, só quero foder alguém, e você é quem está querendo dar.
O maior deu outro tapa na face dele, com mais força dessa vez e arqueou uma das sobrancelhas, tragando outra vez o cigarro.
- Vai comer essas vadias então, vai!
- Não tenho tempo. Tem que ser bem feito, pra gostar igual a você.
Taa se virou e os lábios se entreabriram para xingá-lo quando o ouviu e manteve-se em silêncio, voltando o olhar a frente e tragou o cigarro.
- Está me bajulando... - Murmurou.
O menor se levantou ainda com o sorriso a tomar posse dos lábios, este provocativo que quase não morria diante do amigo.
- Vou indo agora, Lady. - Uma das mãos se encaminhou a própria face, onde havia recebido o tapa. - Agradeço pelas carícias estimulantes, - Abaixou-se, de modo que o rosto estivesse defronte ao alheio em centímetros poucos de distância e sussurrou. - ... eu as adoro.
Taa observou o outro e arqueou uma das sobrancelhas, apagou o cigarro no cinzeiro e o puxou para perto de si, segurando-lhe a face e selando-lhe os lábios.
- ... Tem mesmo que ir?
O mesmo fez o menor, segurando-o pelo queixo e deu-lhe um novo toque com os próprios lábios, unindo-os brevemente.
- Quer minha cama essa noite?
Taa assentiu e a língua tocou os lábios dele, a mão deslizou pelo corpo do menor, apertando-lhe o membro sobre a calça e riu.
- Quero dormir com você...
- Vamos logo e pare de segurar meu pau. - Provocou, e repôs a compostura. - Vem...
Deu as costas após despedir-se das moças de companhia e voltou ao local onde residia, por lá mesmo.
- Hai. - O maior se levantou e acompanhou o outro até o quarto, passando por toda sua casa bonita e bem decorada, que nunca tinha tempo para observar em todos os detalhes ricos. Observou a cama assim que dentro do local e logo deitou-se, fitando-o, chamando-o com um dos dedos.
- Vem cá, hum.
Ikuma observou o rapaz a chamar, porém não atendera de imediato a seu pedido. Tirou a camisa, desnudando o tronco, notando a pele ser eriçada com o toque gélido do vento, que por sinal quase nem sentia sua frieza. Desabotoou a calça e deixou que esta deslizasse sobre as pernas firmes, expondo a peça íntima negra que vestia e caminhou ao banheiro, fazendo a higiene básica da boca e lavou o rosto. Retornando ao quarto seguidamente.
- Banho... Amanhã! - Comentou e finalmente se deitou na cama.
- É você ainda me deve um. E as chupadas também, eu não esqueci.
Taa riu, retirou a camisa e a calça assim como o outro havia feito, jogando ao chão e ajeitou-se, mantendo-se perto dele apenas e a mão acariciou-lhe os cabelos.
- Boa noite, Ikuma...
- Boa noite, Taais. Pode deixar, amanhã antes de sair te acordo com um banho... De língua.
- Hum... - Riu e assentiu. - Hai. - Selou-lhe os lábios e fechou os olhos, cobrindo-se com o lençol.
Ikuma riu em baixo tom, e passou a se acomodar sobre o colchão no modo típico, debruçado, deixava um dos braços a pender ao lado da cama.
- Bom descanso... - Sussurrou.
- Que mania que você tem de dormir assim...
Taa manteve-se perto dele e a mão hesitava em tocá-lo mas manteve a mesma sobre o colchão, deitando-se de lado.
- Hum... - Ikuma murmurou, talvez já um pouco preguiçoso. - Me sinto mais a vontade.
Após o comentário virou-se outra vez e indicou no silêncio, somente com o manear da mão, que o mais alto virasse de costas a si, e assim que obedecido o pedido, encaixou as formas as deles, abraçando-o com um dos braços, sentindo o contato de peles, que pareceu tão agradável. Taa virou-se ao ver o sinal e sorriu com o abraço, levando uma das mãos até a dele, acariciando-a levemente e novamente fechando os olhos.
- ... S-Suki... Suki dayo... Prince.
- Ah, que adorável... - Ikuma riu em provocação, no entanto apartou a risada debochada ao afagar com a própria face os fios longos localizados sobre a nuca do vocalista. - Eu também gosto de você.
Taa assentiu e riu baixinho, entrelaçando os dedos aos dele.
- Obrigado por existir, Ikuma...
- Hum...
Ikuma murmurou somente, já que não sabia o que dizer diante do comentário do outro.
- Durma bem, hum. - Murmurou e manteve-se em silêncio até que o sono chegasse.
- Você também...
O loiro sussurrou e permaneceu em igual silêncio, este que durou... O Sono sempre viera bem rápido, adormeceu.
Kazuto adentrou o quarto dele como era de costume e observou o ambiente a volta, a cama estava arrumada e não havia nem sinal do vampiro. Sentou-se na cama, observando a taça vazia sobre o móvel e o olhar se moveu em direção a porta do banheiro que se abriu, observando com um sorriso nos lábios o maior que acabara de sair do banho.
- Oi Yuuki.
A expressão facial do loiro maior não fora das mais agradáveis, se é que algum dia teve alguma que fosse agradável.
- Hum...
Murmurou e continuou a tirar o excesso de água dos cabelos, afagando a toalha branca sob os fios claros.
As sobrancelhas do pequeno se uniram ao fitar a face dele.
- Ahn... Como está?
Os olhos do vampiro se direcionaram a ele, porém não dera uma resposta. Desviou a atenção em seguida, pegou a peça íntima ajeitada sobre o móvel onde prontamente estava preparadas as roupas. Deixou despudoradamente a toalha se encontrar ao chão, despindo completamente o corpo, até vestir a roupa íntima e voltar a esconder a região recentemente despida. Os olhos do menor o seguiram conforme seus movimentos e suspirou, arregalando os olhos assim que a toalha caiu no chão, fitando com atenção o corpo dele em cada detalhe.
- Ahn... Yuu-Yuuki... Fale comigo...
- O que tenho pra falar com você?
Yuuki perguntou. Apoiou um dos braços a parede, e voltou a fitar o outro, esperando por uma resposta convincente.
- Hum... Nada... Mas... Eu senti sua falta... Não nos falamos direito aquele dia... Kazuto se levantou e caminhou até o outro, permanecendo próximo, mas sem o tocar, apenas o observando.
- O que foi?
O maior o observou se aproximar, e debochou conjunto ao riso ao notar aquele olhar "estranho" vindo do mais novo.
- Está com fome, por acaso?
- Fome? - Riu - Não, estou bem...- O menor apoiou um braço na parede ao lado do outro e aproximou-se, hesitante. - Me deixa te beijar... - Murmurou contra os lábios dele e os selou.
O maior suspirou e cerrou as pálpebras conforme sentira o toque dos lábios alheios nos próprios, deu algumas mordidas suaves no lábio inferior do mais baixo e roçou a língua sob o mesmo, retribuindo o selo dado a poucos segundos atrás. Os olhos do pequeno fitaram a face dele e abriu um pequeno sorriso, a mão livre foi até a face do menor, acariciando-a e selou os lábios dele mais algumas vezes para assim iniciar um beijo lento, saboreando os lábios do maior enquanto deslizava a outra mão pelo ombro dele numa leve caricia.
Yuuki retribuiu atipicamente àquele beijo. De modo como era mantido o ritmo iniciado pelo outro. Uma das mãos permanecia apoiada a parede, enquanto a outra pendia ao lado do corpo. Kazuto mordeu a própria língua, deixando que um pouco de sangue escorresse da mesma, sujando os lábios dele e deixando que o outro sentisse o sabor em meio ao beijo.
A pele do vampiro mais velho eriçou suavemente devido o primeiro contato sanguíneo do dia. Deu continuidade ao beijo que inicialmente era lento, porém tomou maior intensidade gradualmente, até que apartado com a forte mordida que deu no inferior de Kazuto. O outro gemeu baixo e abriu os olhos devagar, fitando-o e lambendo o pouco sangue que havia nos lábios, porém o sangue que escorria na língua os mancharam novamente.
Indelicadamente, Yuuki fez com que as costas do louro estivessem encostadas contra a parede. As próprias mãos se apoiavam ao concreto, a cada lado do corpo menor que o próprio, sendo pressionado a parede e por si mesmo. Sutilmente abaixou o olhar e pouco acima, fitava a face alheia, rudemente como sempre. O menor se assustou e o fitou, as mãos ao lado do corpo tremiam sutilmente, suspirando ao ser pressionado contra a parede.
- Y-Yuuki...
O maior se afastou de modo com que tivesse o espaço livre e assim a mão tocasse bruscamente a face defronte, dando-lhe um tapa que ecoou no cômodo, porém tal afastamento fora quebrado seguidamente e logo se teve como a minutos atrás, com mãos a cada lado do corpo pequeno de Kazuto, e novamente pressionando a parede, aproximou a face a dele e roçou a bochecha à alheia, virando-se pouco teve os lábios a fazer o mesmo, roçando sob o local na qual dera o tapa e fora roçando a língua, até que esta estivesse novamente sobre os lábios do vocalista.
O pequeno deixou um pequeno grito soar pelo susto que levou com o tapa, o corpo tremia, a face queimando no local onde ele havia batido e fechou os olhos ao vê-lo se aproximar, sentindo a face dele tão próxima e assim abriu os olhos devagar, a língua passou pelos lábios dele e o beijou novamente, as mãos foram até a cintura do outro, envolvendo-o.
Ambas as mãos do vampiro mais velho foram aos ombros do mais baixo, passou a retribuir o beijo, as mãos se guiaram as costas e entre as omoplatas o dedo indicador desfez a veste, a unha tão cortante quanto o vidro, rompera o tecido em sua extensão, rasgando-o, e as mãos voltaram a subir por toda a coluna até alcançar os ombros novamente e arrastou a peça rasgada, tirando-a do corpo alheio.
O menor se manteve parado ao sentir as mãos dele pelas costas e logo retirar a camisa. Encostou-se ainda mais contra a parede e o puxou consigo, fazendo-o pressionar novamente o corpo contra o próprio, rompeu o beijo e deixou um gemido baixo escapar, os lábios beijaram-lhe o queixo e desceram até o pescoço, distribuindo alguns beijos pelo local, deixando a língua tocá-lo algumas vezes.
As mãos de Yuuki desceram dos ombros pelo comprimento do braço, arrastando-as indelicadamente sobre a pele, deixando que as unhas estivessem presentes, mas não suficiente para que formassem marcas, e guiou-as até a cintura, apertando-o sobre a pelve, pressionando-o mais consigo, movimentos sutis eram feitos com as mãos, de modo com que pudesse sentir e fazê-lo sentir as regiões íntimas roçando, mesmo escondidas por tecidos e aspirou sonoramente o ar, dando um leve impulso com o quadril, pressionando-o ainda mais a parede.
Uma das mãos do menor foi até o ombro do maior, apertando-o e deixava que os gemidos baixos escapassem contra a pele dele ao sentir o corpo dele tão próximo. Mordeu-lhe levemente o pescoço, com cuidado para que não perfurasse a pele e deu mais alguns beijos pelo local, deixando que a outra mão deslizasse pelas costas dele, arranhando-o, embora as próprias unhas não fossem nem a metade das dele. Levou as mãos até a calça, retirando-a antes que o vocalista a rasgasse e logo as mesmas voltaram ao local onde estavam, selando os lábios dele algumas vezes.
Yuuki apoiou o antebraço em altura ao lado da face do outro, na parede. A mão direita, buscou a esquerda alheia e guiou-a até o próprio sexo, forçando-a sobre o local e a arrastava numa carícia indelicada. Afastou a face minimamente, de modo com que pudesse olhá-lo com as íris chamativas, rosnou de modo suave e acabou por expor um riso inaudível, único, sem deixar o lado cínico e a típica expressão áspera que transmitia através do olhos que atentamente fitavam os alheios.
Kazuto apertou o local como ele desejava, repetindo o mesmo algumas vezes em meio a "caricia" que fazia, os olhos fitavam os dele com atenção e um sorriso surgiu nos lábios ao ouvi-lo rosnar, arrepiando-se e apertou ainda mais o membro do outro. Ambas as mãos foram até o cós da roupa intima que ele usava, abaixando-se para retirá-la e subiu novamente, beijando-lhe a barriga e o tórax, sugando um dos mamilos dele para logo encostar a cabeça a parede e o fitar com o sorriso malicioso nos lábios.
O maior o observou por alguns instantes assim que voltou a tê-lo em vista após livrar-se da peça íntima que quase acabara de vestir.
- Uh... - Debochou. - Essa sua cara infantil não muda mesmo, pirralho.
As mãos voltaram a segurá-lo sobre a pelve e virou-o de costas, é claro que normalmente não seria simplesmente virá-lo, usaria o termo obrigá-lo, senão fosse tão satisfatório ao menor estar ali. As mãos se guiaram ao abdômen magro do outro e estas deslizaram por todo o comprimento até chegar a roupa íntima que passara a ser invadida, e com ambas as mãos contornava o sexo, postas sobre a virilha antes de tocá-lo diretamente e apertá-lo em meio aos dedos, massageando-o com determinada força e pressionava-o contra si, expondo a ereção que por momento, somente roçavam contra as nádegas, talvez estímulos mentais com tal ato.
As mãos do pequeno apoiaram-se na parede ao lado da face e fechou os olhos, sentindo as mãos do outro adentrar a roupa que usava e logo os estímulos, abaixou a cabeça e uma das mãos foi até os lábios, mordendo o dedo médio, os gemidos soando baixos pelo local, os olhos ainda fechados, arrepiando-se ao lembrar-se da sensação de ter o outro dentro de si.
- Yuuki... - Murmurou.
- Hum...?
O vampiro murmurou, atipicamente atendendo ao chamado, mesmo que soubesse o quão desnecessário era. Apertou-o entre os dedos, o dígito indicador buscou a pequena fenda localizada na glande, friccionando-a, sentindo a sutil umidade que tocava a ponta do dedo conforme o provocava.
- Hum... Me fode...
O menor murmurou, a mãos deslizando pela parede, arranhando a mesma e desceu até o próprio membro onde a mão dele estava, apertando o local.
As mãos do maior deslizaram sobre o quadril alheio, ainda se encontravam por dentro da peça íntima e guiaram-se para trás, apertando as nádegas do menor com as unhas e abaixou o tecido em seguida, minimamente, suficiente para que deixasse exposta a região. Aproximou-se, roçando o falo sobre a pele do mais novo, encaixando-o entre as nádegas de Kazuto, no entanto não o invadia. As mãos voltaram a pousar frente ao corpo menor, segurando-o no quadril o apertava contra si, fazendo-o sentir. Uma das mãos deu retorno ao próprio sexo, ajeitando-o e pressionou o suficiente para que somente a glande o corrompesse e ela voltou ao membro alheio, envolvendo-o com os dedos, enquanto o outro braço, enlaçou-o pela cintura, e completou a invasão ao empurrar-se contra ele, enquanto o puxava para si através do enlace na cintura. Sem delongas deu inicio aos movimentos, e imitava-os com a mão, estimulando o outro.
O corpo do menor se arrepiava cada vez mais ao sentir as provocações do outro, os olhos fitaram a parede por alguns segundos e logo voltaram a se fechar ao sentir-lo invadir o próprio intimo, dos lábios escapou um gemido alto, a mão que mordia foi até a parede, apoiando-se, embora trêmula, e a outra novamente foi sobre a dele, ajudando-o nos estímulos que fazia, tentando ignorar a dor. Movia levemente o quadril, acompanhando-o nos movimentos, retirou alguns fios de cabelo que cobriam o pescoço e inclinou pouco o corpo para trás, deixando livre para os lábios e as presas dele, um pedido para que ele mordesse a si.
Yuuki se afastou, dando mais liberdade aos próprios movimentos. Puxou-o pela cintura, e o fez formar leve inclinação com o corpo. Segurou-o pelo quadril e passou a estocá-lo novamente diversas vezes. Uma das mãos subiu sob a lateral direita, marcando presença sobre a pele assim que as unhas vieram a se tornar dolosas no modo habitual, e rasgou-o como se fossem lâminas, colorindo os dedos com o tom rubro que acendeu o tom mais forte das íris e roçou a mão sobre as aberturas que expeliam o sangue, sujando a curva sutil da cintura fina a frente.
- Ah!
Soltou um gemido que mais soou como um grito contido devido o impulso feito com o corpo ao se encontrar ao do mais novo. Ambas as mãos do menor foram até a parede, apoiando-se e uma delas bateu contra a mesma ao sentir as unhas cortando a pele, os gemidos altos deixaram os lábios, inclinou pouco o pescoço para trás, na face, estampada a expressão de dor e prazer. Ouviu o gemido do outro e sentiu todo o corpo se arrepiar, chamando o nome do maior em tom baixo, quase inaudível. Segurou a mão dele sobre a cintura, levando aos lábios e lambeu o sangue que havia por ali, sugando o dedo médio do vampiro.
- Não precisa ficar chupando meu dedo, chupa logo meu pau se quer tanto... Ah, é, bebês gostam de chupar dedo...
O maior riu cínico e apartou os movimentos. Virou-o de frente para si e segurou-o pelas coxas, erguendo-o no colo, apoiando-o junto a parede e retomou as investidas. Kazuto estreitou os olhos e assim que ficou de frente ao vampiro levou uma das mãos ao ombro dele, apertando-o, não podia bater nele, nem conseguiria, mas ele deixava a si com raiva falando daquele modo, apenas suspirou e relaxou, fechando os olhos e novamente deixou que a cabeça encostasse na parede atrás de si, gemendo baixo com os movimentos, lambendo os lábios ainda sujos pelo sangue que escorreu da língua antes. Mordeu o lábio inferior com certa força, perfurando-o e o pouco do sangue escorreu pelo queixo até o pescoço, manchando a pele.
O maior o segurou- com firmeza pela cintura, e sem deixar de estar dentro dele, caminhou até a cama, sentou-se e deitou-se em seguida, deixando-o sobre si.
- Comece.
O pequeno abriu os olhos devagar, fitando-o e sorriu, lambendo os lábios de modo sugestivo. Logo iniciou os movimentos de sobe e desce, apoiando-se na cama com uma das mãos, a outra segurou a mão dele, levando-a até o tórax e forçando as unhas contra o local, cortando a pele. O gemido alto soou pelo local e sorriu, levando a mão dele até os lábios para que pudesse lamber o sangue que havia nos dedos.
Yuuki afundou o dedo na boca do menor, e perfurou a língua com a unha, rasgando-a. Após o feito, puxou a mão e tornou a dar um tapa no rosto do garoto, assistindo a pele pálida se tornar rubra abruptamente. Firmou as mãos na cintura dele e jogou-o na cama, agilizando ainda mais as investidas, a ponto de que prendera a respiração e soltou-a pesadamente em seguida, rosnou a ele de um modo mais violento que o primeiro e franziu o cenho conforme dera um leve grunhido.
Kazuto gritou ao ter a língua machucada e afastou a mão dele de perto dos lábios, gemeu alto com o tapa e logo foi de encontro a cama, o sangue escorria pelo canto dos lábios sujando os cabelos e o lençol, gemia baixo ainda ao sentir as investidas do maior, os olhos abertos fitando-lhe a face, uma das mãos foi até a mesma, acariciando-a, arranhando-a levemente e mordeu o lábio inferior ao vê-lo rosnar. Os olhos se fecharam, os gemidos ficavam mais altos ao sentir o suor escorrer pelo corpo, molhando as feridas abertas pelas unhas dele. Engasgou com o sangue que possuía nos lábios e virou a face de lado, tossindo para logo engolir o restante do liquido que tinha nos lábios. O corpo estremeceu novamente, e fora quando chegou ao ápice, mesmo tão rápido, sujando o corpo do vampiro a frente. A mão sobre a face desceu até o ombro dele, apertando-o, deslizando pelo braço e arranhando-o, deixando escapar dos lábios um gemido sôfrego.
Assim que Yuuki sentiu também o próprio prazer a quase ser desfeito, afastou-se depressa e deixou que o ápice fosse derramado, sujando o lençol vinho sobre a cama. O menor suspirou, tentando recuperar a respiração e os olhos se abriram aos poucos, fitando o vampiro.
- P-Porque não me deixa sentir..?
- Não faz diferença.
Disse o outro no tom típico e limpou-se com a mão, limpando-a no lençol já sujo em seguida.
- Hum...
Kazuto suspirou e fechou os olhos, tossindo ao engasgar novamente com o sangue. Yuuki se levantou e através do interfone, pediu a empregada que viesse trocar as roupas de cama. Logo a ruiva estava no cômodo, sem pudor, mesmo que ambos estivessem nus, ou quase isso. O menor fitou a moça e logo depois o maior, confuso, porém nada disse.
- Yuuki... Está doendo...
O maior arqueou uma das sobrancelhas enquanto voltava a atenção ao mais novo.- Tá, eu sei, você não da a minima... - Levantou-se, apoiando-se na parede.
- O que está doendo, criança?
- Os cortes... A minha língua não para de sangrar...
- Logo para, você é vampiro... E homem, não é uma moça. Beba sangue.
- Hum, hai... - Abaixou a cabeça.
- Porque não vai embora agora que terminamos, hum?!
O maior exclamou de modo indagativo e pegou a peça íntima deixada no chão.
- Porque eu não venho aqui transar com você e ir embora... Posso dormir com você...? Não vou atrapalhar...
- Saia logo daqui, criança, ou eu vou te jogar daqui de cima.
Kazuto uniu as sobrancelhas, buscando as roupas no chão, embora ainda tentasse conter o sangramento da língua e vestiu-se a observá-lo.
- Eu...
- Você nada, saia.
Em silêncio, o pequeno se guiou em direção a janela, onde pulou.
A igreja estava mais calma naquela noite, todos já haviam ido para a cama cedo e Asahi, estava sentado num dos bancos, pensando no que havia se tornado, também pensava em como seria maravilhoso se o visse entrar por aquela porta, desde aquele dia não havia voltado e sentia sua falta, apesar de não parecer. Suspirou e levantou-se, seguindo para o andar de cima onde cobriu o corpo, que estava sem a batina, apenas com a camisa e calça, por um manto preto, cobrindo até a cabeça e logo saiu da igreja, não precisava de um carro, se viraria. Os guardas na frente, haviam se retirado por um tempo, o que fora bom para que pudesse passar e logo, fora caminhando pela rua, embora tentasse andar nas sombras. A cidade era praticamente escombros jogados, então podia ver a base ao longe, iria até lá.
Passou por alguns soldados parados ali, por sorte, não eram inimigos e nem viram a si. Logo se fazia em frente aos portões e como os soldados iam e voltaram durante a noite, conseguiu um espaço para que pulasse o muro, embora depois que já estivesse dentro, achasse isso um pouco de idiotice, já que quase havia se quebrado inteiro. Seguiu em direção ao alojamento dele, já conhecia, só não sabia como iria adentrar. Suspirou, observando a porta sempre vigiada por soldados e por fim, ouviu o barulho da porta, um soldado havia saído aparentemente, mas era diferente, tinha os cabelos curtos e raspados, e claro, o conhecia de longe. Principalmente pela falta do quepe na cabeça. Sorriu e aproximou-se por trás, antes que algum soldado visse a si, por sorte, ele havia caminhado a distância para fumar um cigarro, e estava nas sombras esperando.
- Psiu.
Asahi fechou a porta atrás das costas, puxando o batente a deixar para trás o próprio alojamento alguns metros de distância, suficiente para estar sozinho, suficiente para um cigarro sem acompanhante. Tirou o fumo do bolso do uniforme militar que vestia, levou o pequeno cilindro de cor escura até os lábios e acendeu a ponta em brasa, o qual proveu os pulmões de um longo e intoxicante trago. A noite estava calma, o tempo estava bom, não tinha chuva, frio ou calor, era só um tempo bom para se sentir na pele, muito melhor para senti-lo sem algum ataque ou defesa. Podia sentir no rosto um vento estável, não era forte, mas era demasiado fresco. Havia enviado os mantimentos à igreja, ainda que houvesse estado ocupado demais nos últimos dias, e aquele era um dia bom para ter ido até lá, mas não iria, já havia mandado o que precisava, não tinha motivos para ir até lá, não iria como um mero militar procurando um buraco para enfiar o pau, mas talvez devesse saber se eles estavam bem, o que fora constado pelas palavras do soldado responsável pela entrega, logo, seria inútil indo até lá. Fitou-de soslaio a base atrás de si, os soldados distantes, sentindo-se acompanhado ainda que não fosse visto, bom, era comum, talvez houvessem muitas vidas tiradas e perdidas por lá. Mas certamente o ruído não vinha de alguma alma penada, senão de um monte num manto preto que causou um leve arqueio na sobrancelha.
- Mas que porra...
Asahi sorriu ao notá-lo se assustar, não queria fazê-lo, mas pareceu enraçado na hora, o problema fora que ele já estava levando a mão à arma presa na cintura e negativou, unindo as sobrancelhas e caminhou em direção a luz rapidamente, retirando o manto preto dos cabelos a deixar a face a mostra para ele.
- Não atire!
Kazuma levou a mão até a cintura, na arma portada no coldre e no movimento hábil do rapaz, o mesmo fizera ao erguer a mão e mirar em sua direção que no entanto logo afrouxou e tornou abaixar.
- Enlouqueceu, Padre?!
- Iie, eu vim te ver. - Uniu as sobrancelhas. - Desculpe pelo susto.
- Não me assustou, só ia morrer por ser alguém encapuzado no escuro.
- Eu imaginei. - Murmurou e abaixou a cabeça, logo desviando o olhar a ele. - Por que não veio me ver?
- Como entrou aqui? - Retrucou no entanto, cruzando sua própria pergunta.
- Eu pulei o muro... É uma longa história. Seus soldados estavam dormindo no portão.
- Poderia ter sido morto no caminho até aqui. O quão irresponsável você pode ser, Padre?
O moreno indagou e o pegou pelo braço. Jogou o cigarro num canto qualquer em algum momento que não soube qual era, levando-o caminho ao próprio dormitório, onde passou pelos soldados em guarda, que sem perguntas dera passagem suficiente para colocá-lo para dentro. Asahi uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e seguiu com ele para dentro do local, observando o próprio braço segurado e dolorido devido ao puxão.
- Itai...
Kazuma soltou somente quando o colocara dentro do próprio escritório, onde daria passagem aos demais cômodos de lá, onde ele já havia conhecido antes, mas não tinha certeza.
- Não devia ter vindo, por que não esperou?
- Ai... - Murmurou e segurou o pulso, apertando-o entre os dedos. - ... Porque senti sua falta.
O moreno fitou o menor, realmente parecia um garoto apaixonado, mas era contraditório demais, talvez ele mesmo não entendesse o que fazia. Asahi desviou o olhar, sabia que estava errado, mas precisava vê-lo, saber se estava bem, e talvez fosse um tolo por fazê-lo.
- Vou embora... Já constei o que queria.
- Não seja tolo. Você pode ficar, mas não saia a essa hora, poderia ter sido morto lá fora. Poderia ter sido morto por mim.
- Ninguém se importa, Kazuma.
- O que, a guerra está te pondo em depressão?
- Não, estou constando o óbvio. Quem se importaria com um clérigo numa igreja abandonada no meio do nada?
- Ora, o quão crente em Deus você é, Padre? Está perdendo sua fé? As pessoas daquele lugar não vivem com você?
O loiro suspirou, e de fato, estava perdendo a fé, mas não diria a ele.
- Vamos, talvez esteja um pouco de cabeça quente. Você pode ficar por aqui por hora.
- Iie. Vou embora.
- Por quê?
- Porque sim, você não liga.
- Se não ligasse não te daria sermão sobre sua saída irresponsável.
- Hum. - Falou a observá-lo. - Você se quer vai me ver.
- Eu vou quando posso, Asahi. Preciso cuidar de muitas coisas, não posso me dar ao luxo de ficar indo fazer visitas.
O menor uniu as sobrancelhas e assentiu.
- Vamos, tire esse seu capuz estranho.
O loiro assentiu e logo se desfez do manto, deixando ao lado.
- Quer beber alguma coisa, Padre?
- Por favor.
- Vinho, uísque, água?
- Vinho, por favor.
Embora surpreso pelo pedido, Kazuma não esboçou. Seguiu até a pequena copa onde serviu ao religioso a taça com o vinho tinto que levou a ele onde se acomodou por hora.
- Fique à vontade.
- Hai. Com licença. - Falou e sentou-se logo no sofá, recebendo o vinho e bebeu um gole. - Hum, oishi.
O moreno serviu-se numa igual dose e se sentou noutra poltrona, observando o rapaz.
- Como tem passado, Padre?
- Bem. Me sentindo meio estranho desde aquele dia.
- Estranho como?
- Meio frustrado, com medo de morrer.
- Não acredita mais nos planos de Deus, Asahi?
- Acreditar ou não, não me faz ter menos medo de morrer. - Disse e bebeu alguns goles de vinho. - Agora sei que não vou pro céu.
- Numa de nossas primeiras conversas disse que não temia a morte.
- Pois agora, que eu sei que vou direto para o inferno eu temo.
- Deus não é perdão?
- Acha que ele perdoaria um padre que fez seus votos e se deita com outro homem?
- Você realmente não serve para ser um padre, Asahi.
Kazuma disse e deu um único trago que esgotou o vinho da taça, e que deixou de lado, sobre a mesa do escritório deixou o recipiente vazio e caminhou ao louro, segurou-o pelos braços a o fez se levantar.
- Vamos, tome um banho, deite-se. Pode pernoitar por aqui.
O loiro bebeu mais alguns goles do vinho, porém, fora forçado a deixá-lo de lado ao senti-lo puxar a si.
- Ah... C-Calma...
- Estou calmo.
O moreno retrucou e deu uma apertadinha em seus ombros, onde o segurava. O loiro uniu as sobrancelhas e sentiu um arrepio percorrer o corpo, não sabia se tinha medo dele ou se sentia atração.
- Eu... Temo estar perdendo a fé, Kazuma...
- Não está aqui para falar de fé, não é?
Asahi negativou, embora tivesse lágrimas nos olhos.
- Então banhe-se, vai saber que estou aqui, vai poder dormir longe da sua realidade atual, embora eu não garanta que não vá ouvir alguma explosão tão logo.
O loiro sorriu meio de canto e assentiu, aproximando-se dele e lhe selou os lábios. Uma das mãos, tomou a dele e entrelaçou os dedos aos do outro, nunca pensou que ficaria assim tão perto de um homem, de qualquer outra pessoa na verdade, mas se sentia a salvo com ele.
Kazuma sentiu seu leve beijo, superficial e ingênuo como era habitual, ou talvez não fosse tão ingênuo como imaginava. Sentiu o toque de sua pequena mão, não demasiado pequena, mas era menor do que a própria, e ao dedilhar seus dedos pelo desvencilho do contato, levou os braços em torno de seus ombros, o abraçou, num gesto deveras atípico, porém pensava que aquele simples gesto talvez tirasse toda sua melancolia.
Asahi sentiu o abraço dele ao redor do corpo e arregalou os olhos por um instante, de fato era estranho mesmo, mas tão confortável que não pôde reclamar. Aconchegou-se ao peito dele e fechou os olhos por um pequeno tempo, apreciando o abraço.
O moreno sentiu seu aninhar entre os braços, confortando-se com o que ganhava. O permitiu algum tempo por lá, talvez pudesse faze-lo esquecer o que vira alguns dias atrás. O menor suspirou, nunca havia sido abraçado, nunca havia tido aquele conforto que os outros homens tinham, e estar ali com ele era tudo para si. Permaneceu por vários minutos daquela forma e ao invés de soltá-lo, ergueu a face, observando-o. Kazuma voltou-se para baixo a fitá-lo.
- Se sente melhor?
- Hai... Obrigado.
- Vá para o banho, fique algum tempo.
- Hai... Aqui mesmo?
- Em meu quarto tem o banheiro. Você já sabe o caminho.
-Ta bem.
Os passos calmos do menor soaram pelo local, tinha um enorme sorriso nos lábios e o quimono cobria os ombros e as costas, ajeitado, estranhamente. Os cabelos soltos caíam sobre os ombros, quando o moreno abaixou-se, sentando-se na ponte do pequeno lago e fez uma pequena careta ao se sentar, gemendo baixo, observando o maior que fumava ali.
- Oi Fei.
Num trago, Fei expeliu a grande quantidade de fumaça que acobertava e nublava as vistas no tom de cinzas e cheiro de menta. Voltou-se ao outro mediante seu tom de voz, nem havia visto o mesmo caminhar até ali e analisou sua figura, não corporal e sim o semblante ameno, que há tempos não o via.
- Ora, mas parece que alguém está de ótimo humor.
- Hai, de muito bom humor... Levei uma surra, mas nunca estive tão feliz.
O menor riu e selou-lhe os lábios, roubando a cigarrilha das mãos dele e levou aos lábios, tragando-a.
- Levou surra, ah? E qual é a do bom humor? - Concedeu-lhe a cigarrilha.
- Hai... Eu gostei da noite, ora...
Hazuki riu baixinho e abaixou o quimono na região dos ombros, mostrando as marcas nos mesmos e nas costas, vermelhas e grandes, desde o inicio ao final das costas.
- Hum.
- Hum, o que é isso?
- Katsuragi... - Suspirou.
- E o que ele fez, ah?
- Me bateu, ora. Com aquela varinha. - Vestiu o quimono novamente e virou-se, observando-o.
- E por que você deixa?
- Vou fazer o que...? Ele é mais forte que eu.
- Se você simplesmente se cala e não tenta fazer nada, ele continuará fazendo isso.
- Ele é meu "dono"... Ele vive dizendo isso. Se eu falo algo, ele me bate mais. Mas eu não ligo. Desde que eu possa ficar contigo. - Selou-lhe os lábios.
- Se for assim ele é meu dono, e não me bate por isso. Não o deixe bater da próxima vez.
- Ele gosta de você. - O menor murmurou, deitando-se com cuidado no colo do outro.
- Não tenho medo dele, é por isso.
- Mas eu tenho.
- Como é medrosa, Gong Zhu.
- Ele é forte.
- Pff, é uma bichinha.
- ... Não sou.
- Não você, Katsu. - Riu. - Mas você também.
- Ah... - Riu. - Não sou.
- É sim.
Hazuki fez bico.
- Bichinha adorável, Hazu.
O moreno riu baixinho.
- Eu te amo.
- Ai ni tai.
- Muito?
- Ya.
O menor sorriu. Fei o retribuiu de mesma forma, e levou uma das mãos em teus longos cabelos escuros, os penteando entre os dedos. Hazuki abriu os olhos, observando o céu azul e sorriu.
- Não é lindo?
- Não sei, não estou vendo, mas estou vendo a cor dele refletida nos teus olhos.
Hazuki abriu um pequeno sorriso e desviou o olhar a ele.
- Uh... - Murmuriou num novo e igual sorriso que lhe deu.
- Seus olhos são tão lindos...
- Os seus é que são.
- Os meus são normais...
- Está longe de ser normal. Asiáticos de olhos claros, não tem como sê-lo.
Hazuki riu.
- Mas você também tem olhos claros.
- Não fui eu quem disse que tinha olhos normais.
- Eu sei que são estranhos. - Riu baixinho.
- Você está distorcendo o assunto.
- Perdão. Quer ir a algum lugar.
- Onde deseja ir?
- Não sei... Vamos passear.
- Se me disser o que gostaria de ver ou fazer, posso pensar no lugar.
O menor uniu as sobrancelhas.
- Vamos ver aquela arvore no jardim que fomos aquela vez. - Riu baixinho. - Brincadeira.
- Hum... Vamos comprar algo doce, ah? Estou com vontade.
- Hai. - Levantou-se devagar.
Fei segurou a mão dele, e aos poucos seguiu caminhando pelo local, levando o menor machucado com ele, e queria distraído do que havia ocorrido, se não fosse o dono do bordel que viera caminhando em uma marcha em direção a ambos e estreitou os olhos ao moreno, segurando-o pelo pulso, provavelmente só porque estava em frente ao loiro, ou teria sido pelos cabelos.
- Hazuki! Vá para dentro, eu já te avisei!
- K-Katsuragi? M-Mas... Eu só vou dar uma volta com o Fei.
- Não vai sair com o Fei, vamos para dentro.
- Katsuragi, eu só vou dar uma volta com ele, não vou raptá-lo.
- Pra dentro, os dois.
- Você não é o meu dono.
- O que você disse?
- Você ouviu. Vamos voltar logo, se começar a surtar, você nunca mais vai me ver.
Katsuragi cerrou os dentes ao ouvir o loiro, o arrepio percorrendo a espinha ao ouvi-lo, e o que seria pior? Vê-lo sair com o garoto ou ficar sem ele? Apertou o pulso do garoto entre os dedos até ouvi-lo gemer e por fim o soltou, irritado, e virou-se, seguindo em direção a casa.
- Você me paga Hazuki.