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maio 2016
- Ah, Miya... Que feio, matando aula.
Sayuki falou e riu baixo, adentrando a sala a carregar a prancheta com a ficha de alguns alunos que estiveram ali mais cedo. Observou a garota sobre a cama, era o primeiro dia trabalhando ali, e teve sorte de não ter muitos alunos com ida ao local, apenas alguns que queriam cabular a aula. Usava a própria roupa típica e cor de rosa bem claro, não muito comprida, expondo as coxas e a meia branca rendada. Aproximou-se dela e abaixou-se a lhe selar os lábios.
A outra cruzou as pernas dobradas sobre a cama. Assim como no travesseiro, descansava a nuca sobre os braços atrás da cabeça. E descontraidamente balançava a perna, esperando-o regredir à sala, enquanto fitava o teto, ou vez outra a porta. Sorriu sem olhá-lo ao ouvi-lo falar, assim como a denuncia do curto salto pelo chão límpido da enfermaria. A vista do teto se desfez quando as mechas onduladas de seus cabelos abaixaram-se consigo, e retribuiu-o no selar.
- Por que será? Será que é porque me disseram que tem uma enfermeira linda mostrando as coxas com quase uma cinta-liga?
O loiro riu.
- Foi é? Quem disse?
- Alguém por aí.
- Aposto que foi a Miya... Hum, ela não tem jeito.
- Hum, qualquer um repara nessas coxas pervertidas de fora.
- Ah, está com ciumes?
- E se eu estiver?
- Nada, é fofo. - Riu.
- É fofo? Quando você sente ciúme quase me mata, até na cama. E eu, fofo?
- Você é.
- Ahn... Espertinha.
O outro sorriu.
- Ah, não esta interessada no que estou usando por baixo?
- Hum, eu já sei o que tem aí embaixo. Tem algo que não deixou minha mão parar quieta noite passada.
- Hum...- Riu. - Ainda lembro.
- Acho que alguém tomou viagra ontem.
- Não preciso dessas coisas.
- Comeu muito doce?
- Não. - Riu.
- Viu filme pornô?
- Não, Miya. - Riu novamente.
- Ah sim, Sensei. Me diga, se formos assistir filme pornô juntos, que gênero seria?
- O que? - Riu.
- Gay, lésbico, hetero.
- Ah... Acho melhor não vermos nada. - Riu.
- Hum... ficamos sem um afrodisíaco.
- Você é meu afrodisíaco, meu amor.
- Ah, mas eu queria ver algo pra te excitar.
- Bem, pode ser... Escolha algo.
- Não, quero algo que te faça me pedir, implorar, pra fazer com você.
- Ora, é só escolher. - Riu. - Sabe do que eu gosto.
- Não, quero que me procure pra isso.
- O que?
- Quero que me procure pra pedir algo novo, Sensei. - Sorriu a ele.
- Hum...
- Entende, baby? Tem que estimular a mente do seu homem de vez em quando.
- Entendi. - Riu. - Mas... Como eu poderia?
- Não sei, bonitona.
- Hum...
- Não quer me surpreender, gatinha?
- Claro que quero.
- Então faça.
- Eu vou. - Sorriu.
- Antes disso vem cá. Coloque suas coxas gostosas em cada lado da minha cintura, e sente aqui em cima. Essa saia justinha deve ficar um tesão por trás.
- Hum... O que quer fazer hein? Me diga...
Sayuki sorriu a ela e subiu no local, sentando-se sobre o corpo dela, de frente a outra.
- Uh... Fica justinha nas coxas também. - Dizia a outra deslizando as mãos em suas coxas apertadas pela saia. - Você não quer virar de costas pra mim ver como fica atrás, hum?
O menor riu e assentiu a ela, virando-se, devagar a sentar-se, deixando-a observa a si.
- Assim?
Miya soltou-o, deixando virar-se a acomodar-se sob o colo novamente.
- Hum... Agora abaixa um pouco, curve-se pra frente.
O maior assentiu e abaixou-se a curvar o corpo sobre ela.
- Hum...
A morena grunhiu de satisfação e deslizou as ambas mãos em suas nádegas, apalpando-as.
- Está bom aí atrás?
- Aqui está, e aí?
Miya tornou apalpá-lo, resvalando os dedos a subir parcialmente a saia. Sayuki riu baixinho.
- Poxa... Estou observando seus pés.
- E você quer observar o que, Sensei?
Ela riu, uma das mãos resvalou entre suas pernas, e roçou no volume de sua roupa íntima, mesmo sem vê-la diretamente.
- Hum... - Murmurou num suspiro.
- Hein safadinho? - Pressionou-o com os dedos.
Sayuki gemeu sutil e moveu de leve sobre ela.
- Gosta assim?
- Assim como, gatinha? Mexendo devagarzinho, hum?
- Uhum.
- Fala pra mim o que queria agora, Sensei.
- Você dentro de mim, se movimentando bem devagar.
- Como? Quer meu Miya jr, quer?
- Não... Eu quero você.
- Hum, quer? Então quer assim mesmo ou quer ficar de frente?
- Quero ficar aqui.
- Quer olhar meu calçados de colegial? Hum... Fetichista, sensei?
- Não... - Riu. - Quero que veja bem onde colocar esses dedinhos.
- Hum...Isso soa bem.
- Soa é?
- Mostra pra mim onde por os dedos, sensei.
- Bem aí onde você esta roçando os dedos mesmo... Embaixo do tecido.
- Mostre-o.
O loiro sorriu a ela e levou a mão até as próprias nádegas, afastando a roupa intima.
- Aqui.
- E agora, sensei? - Tornou indagá-lo, observando sua intimidade.
- Coloque os dedinhos, Miya.
- Então me dê espaço, Sayuki.
O maior riu baixinho e levou as mãos sobre as próprias nádegas, espaçando-as.
- Isso.
A morena deslizou os dedos em suas nádegas, insinuando-os sugestivamente e resvalou superficial na zona mais íntima. O loiro suspirou, abriu um sorriso nos lábios a virar sutilmente a face e observá-la.
Miya o observou, voltando-se do ponto onde focava anteriormente, à seu rosto. Sorriu-lhe de canto, e pressionou-o na região. O outro gemeu sutil ao senti-la pressionar o local e moveu o quadril sutilmente novamente.
- Hum, entra Miya.
Ela empurrou-os para dentro, num pequeno impasse pela forma estreita. Sayuki gemeu pouco mais alto e mordeu o próprio lábio inferior, apertando o lençol abaixo de si onde se apoiava.
- Hum.. Dói, é?
Ela indagou e tornou investi-lo para dentro. O loiro assentiu e outro gemido deixou os lábios ao sentir a investida dela.
- Ah... Quer ver como dói? - Riu.
- E você quer me mostrar, é? - Investiu num solavanco maior que anterior.
Ele riu baixinho e negativou a ela.
- É gostoso assim... - Gemeu novamente a agarrar o lençol.
- Eu sou maldosa, eu faço doer. Sensei é todo garotinha cuidadosa.
Ela o provocou, e riu baixinho. O espaço que exigiu em seu corpo fez acompanhar noutro dígito, penetrando-os simultaneamente.
- Claro, não quero te machucar. - Riu e abaixou-se, levando agora ambas as mãos a se apoiar sobre a cama. - Ai, Miya..
- Eu gosto de machucar você. - Empurrou-os ambos para dentro, iniciando ritmo alternado.
- Eu sei que gosta.
Sayuki mordeu o próprio lábio inferior para conter o gemido e empurrou o quadril sutilmente para trás.
- Mas de um jeito gostoso.
Miya sussurrou e ergueu o tronco, o mordeu de levinho no pescoço e tornou a se deitar, o estimulando sem impasse. O maior sentiu o arrepio percorrer o corpo com a mordida e suspirou.
- Hum... Não faz assim.
Riu baixinho e moveu sutil o quadril novamente, rebolando sobre ela.
- Por que não, se você adora?
Ela murmurou e deslizou outra das mãos em sua nádega, acariciando-a enquanto entrava e saia de seu corpo, devagarzinho.
- Hum... Kimochi. - Ele murmurou e sorriu, mesmo sabendo que ela não poderia ver. - Mais, Miya.
- Mais como, baby? Forte ou rápido.
- Forte... - Murmurou.
- Hum... Por que não senta mais forte como quer então?
Miya indagou e empurrou firme para dentro dele. Sayuki gemeu e mordeu o lábio inferior.
- Hum, então vou ficar de frente.
- Por que? - Riu.
- Quero ver a sua carinha.
- Minha carinha, é? Quer me usar como estimulo mental?
- Claro.
- Então vem cá ver.
O loiro assentiu e com cuidado virou-se sobre ela, ficando de frente para a outra. Ela sorriu de canto.
- Oi gata.
- Não faça palhaçada. - Riu.
- Mas só chamei de gata.
Ela resmungou forjado e deslizou as mãos em suas coxas. Sayuki riu baixinho novamente e abaixou-se, selando-lhe os lábios.
- Sensei está me fazendo perder aula ainda mais.
- Hum, então vou levantar.
- Vai, é?
- Vou sim, senhorita.
- Ah, totalmente sem graça você, rapaz.
Ele riu.
- Perdi o tesão.
- Ah, é?
- É!
Sayuki abriu um sorriso nos lábios, malicioso e levou a mão até a camisa do uniforme da outra, puxando-a a abrir rapidamente os botões, a retirando numa puxada, mas cuidadosa.
- Dane-se.
Miya fitou-a, encarando seu rosto e uma das sobrancelhas arqueou a abruptidão do gesto.
- Wow, e voltou. Me senti abusada pela enfermeira da escola.
- Não gostou? Vai reclamar pro diretor. Eu entro no seu quarto a noite e te estupro de novo.
O loiro falou a abrir a calça da outra, puxando-a para baixo.
- Nossa, quanta violência.
- É, acostume-se, não se perde o tesão por alguém tão lindo.
- Hum, que bom que você sabe, senhorita estupradora.
- Bom mesmo. - Riu.
- Me estupre mais, pode continuar. Tó, tó minhas mãos.
O loiro estreitou os olhos.
- Sh.
Ajeitou-se sobre o corpo dela e segurou uma das mãos da outra, guiando-a até as próprias nádegas. Miya mordeu o lado direito do lábio, fitando-o enquanto a mão guiada e sentiu novamente a zona antes invadida.
- Entra. - Mandou a observá-la.
- Me obrigue.
Sayuki empurrou a mão dela.
- Vamos, seria boazinha.
Guiou um dos dedos dela entre as próprias nádegas, tocando a si no ponto intimo.
- Pervertida. - Sussurrou e penetrou-a.
O loiro gemeu sutil a observá-la.
- Bom mesmo, hum.
- Querendo que eu te coma, hum?
A morena ditou e moveu os dedos, em punho ligeiro, forte.
- É claro. - Sayuki gemeu a apoiar-se na cama, apertando o lençol entre os dedos. - Ah... Miya...
- Hum, como você é sensível, sensei.
Miya tornou empurrar o mesmo ponto, friccionando-o.
- Ah, mas é tão bom... - Murmurou entre o gemido.
- É?
A menor indagou baixinho e voltou-o para cama, postando-se sobre ele, ainda com a calça baixa, e camisa aberta por seu gesto anterior e teve maior liberdade em penetrá-lo, em movimentos mais rápidos. O liro assentiu e riu baixinho e se deitar, levando ambas as mãos ao redor do corpo dela a apertá-la contra si.
- Viu só como deixou minhas roupas, sua safada...
A morena grunhiu a ela, e mordiscou seu lábio inferior, puxando-o entre os dentes. E sem impasse cedeu mais dos vigorosos movimentos, investindo no mesmo delicioso ponto em seu corpo.
- Você é tão macia, tão quente.
O outro riu baixinho.
- Ah é?
Deslizou uma das mãos pelo próprio corpo a encontrar o membro abaixo da roupa e puxou a roupa intima de lado, segurando-o entre os dedos a estimular a si. Miya seguiu o caminho de sua mão, até que seu músculo fosse envolto pelos dedos e sorriu de canto.
- Aí não é macio.
Brincou e deu-lhe uma piscadela, estimulou-o por trás, seguindo seu mesmo ritmo.
- Ah, não acha? - Riu e apertou a si no local. - Um dia ainda vou ser demitida por isso.
- Não, nada macio. Pelo que? Por estuprar sua aluna?
- Sim, se alguém ver a claro.
- Sensei já se relacionou com algum aluno antes?
Miya abaixou-se, dispondo leves beijos em seu pescoço, subindo a orelha e saboreou-a no lóbulo adornado pelo brinco.
- Só com você, meu amor.
Sayuki suspirou ao sentir os estímulos dela e deslizou a mão livre pelo corpo da outra por dentro da blusa, acariciando-a.
- Sensei já havia beijado uma mulher antes? Quando menino. Ou antes de decidir querer seguir como mulher?
Ela indagou baixinho e mordiscou o lóbulo, puxando-o e ao soltá-lo, o lambeu regredindo posteriormente ao pescoço, onde manchou pela sucção branda, e logo sairia. O maior suspirou e sorriu a ela.
- Não, Miya. Aliás, nunca beijei uma mulher.
Ele riu baixinho e piscou a ela, prestando atenção aos estímulos que dava a si mesmo.
- Hum...
A menor murmurou contra sua pele e lambeu-o até o queixo, onde o mordeu. E sem cessar manteve o mesmo ritmo, alternado vez outra na força que impunha.
- Ah... Miya... Eu quero gozar.
Ele murmurou a observá-la e mordeu o próprio lábio inferior.
- Mas já, baby?
Ela grunhiu rouco contra seu ouvido ao retornar até ali, e penetrar parcialmente sua orelha, contornando-a na cartilagem.
- Hai... Na verdade já faz tempo, eu estou segurando... - Riu baixinho.
- Uou, o que te excitou tanto? Ser agressiva?
- Não, você mesmo...
- Então goze.
O maior assentiu e segurou a mão livre da outra a levá-la sobre o próprio membro.
- Me ajude...
- Acho que esse garoto adora minha mão, ou ele ou você. Tenho mão de ouro, acaso?
Ela o provocou e riu baixinho. Compassou ambas as mãos, estimulando atrás e agora na frente. Sayuki riu baixinho e fechou os olhos, repousando a cabeça no travesseiro sobre a maca ali, apreciando os movimentos dela até que não pudesse mais segurar e atingisse o ápice.
Miya agilizou movimentos que consequentemente se faziam iguais com ambas as mãos. O toque morno atingiu os dedos, enfatizado com seu grunhido de prazer, denunciando o ápice, assim como contraiu seu corpo em espasmo. A loira suspirou a abrir os olhos aos poucos e observá-la.
- Ah... Miya....
A morena o observou até que seu êxtase dispersasse. Sorriu-lhe quando seus olhos retrucaram os próprios e abaixou-se, novamente sussurrando em seu ouvido.
- Satisfeito?
- Hai... Kimochi... - Murmurou.
- Recomponha-se, enfermeira.
Sayuki riu baixinho.
- Estou bem.
- Está?
Miya sentou-se na cama, ainda entre suas pernas e abaixou-se, mordiscando-o na coxa, uma após a outra em sua região interna e roçou a língua em sua virilha, num único lado exposto. O loiro suspirou e desviou o olhar a observá-la.
- Você... Precisa voltar...
- Hum, estava tão excitada, ah? Cheira forte sensei.
Ela o provocou e riu, levantou-se e inclinou-se a lhe selar os lábios enquanto puxava a calça, ajeitando-a. Sayuki retribuiu o selo dela e riu baixinho.
- Hum, espero que não esteja dizendo que estou fedendo.
- Quis dizer que está com cheiro de sexo. - Riu.
- Melhor. - Riu.
Miya deu-lhe uma piscadela.
- Queria ficar aqui com você pra sempre.
- Aqui?
- Uhum.
- Acho que tem um outro lugar melhor, e só nosso.
- Nossa cama, hum?
- Uhum, nossa casa toda.
Sayuki sorriu.
- Te vejo em casa. - Sussurrou e piscou a ele.
- Vai, meu anjo. - Riu baixinho.
- Anjo?
- Ué, você é.
- Caído. Arrancaram minhas asas porque eu era muito arteiro.
- Own... Você ainda é meu anjinho.
- Tchau, baby. - Riu. - Te vejo em casa, pra jantarmos juntas.
O loiro sorriu e selou-lhe os lábios, assentindo.
Havia um ensaio marcado para o dia seguinte, era óbvio que o baterista não queria ir, o olho direito estava tão inchado que quase não conseguia enxergar, o lábio, havia sido cortado, então estava tão ruim quanto, sentia dores pelo corpo e os analgésicos não faziam efeito. Não tinha nem vontade de levantar da cama, estava tudo tão cinza, o sol estava coberto pelas nuvens e haviam tantas que pareciam dizer para se preparar para a chuva que viria mais tarde.
O baterista deslizou pela cama, preguiçoso demais para levantar, na verdade, completamente sem vontade de sair de casa e pensou em pegar o telefone e ligar avisando que não iria, porém lembrou-se da última vez que o fizera e de como gravaram a música sem ele, e não gostou nem um pouco dessa notícia quando a recebeu. O banho fora rápido, a água quente era difícil de ser suportada naquela condição, principalmente com respingos sobre o rosto machucado, e se olhando no espelho logo após, achou melhor colocar um tapa-olho, isso se não parecesse um pirata ou algum personagem de filme de terror. Suspirou, estava realmente deplorável e para piorar, não achava que o amigo fosse voltar a falar com ele depois do ocorrido, a porta havia se fechado com toda a precisão necessária para saber disso, talvez nem o visse hoje.
A toalha preta fora substituída por roupas simples como costumava usar, uma calça de mesma cor, camisa branca de botões, sempre com dois botões abertos e os cabelos longos e loiros foram somente penteados, não estava com ânimo para arrumá-los como queria realmente e o caminho para fora parecia ser mais doloroso do que para se levantar da cama.
Com facilidade encontrou a própria vaga no estacionamento da gravadora e ao sair do carro, deu de frente com o baixista de cabelos azuis e curtos, aparentemente havia pintado recentemente e por um momento o baterista quis que o short que ele usava por cima da calça preta justa fosse um pouco maior.
- Meu Deus, Shin... O que diabos aconteceu com você?!
E com o jeitinho calmo de sempre, segurou os ombros do baterista e quase virou-o do avesso, observando seu rosto milímetro por milímetro com tanto cuidado que o outro pensou em perguntar se ele precisava de uma lupa.
- Nada, eu caí da escada.
- Ah sim, porque a escada tem mãos.
- Quase isso.
- Acho melhor cancelar por hoje então...
- O que? Não, eu posso tocar.
- Até parece que pode, e tem mais, o Kyo não apareceu também.
- O que? Por quê?
- Não sei, o Die disse que ele ligou avisando que não viria, disse que estava doente, mas eu nunca acredito no Kyo, deve estar bêbado por aí.
- Ele não é um bêbado, Toshiya.
- Ora, está até defendendo já? Pelo jeito o relacionamento está ficando sério.
O baterista fechou a cara por um instante e estreitou os olhos ao amigo.
- Calma loira, relaxa, é só brincadeira.
- Não me chame de loira.
- Deus, pelo jeito hoje ninguém está querendo brincar. Vou avisar o Die que gravamos outro dia, ok?
- Vou atrás dele pra saber o que houve.
- Acho melhor você não se meter muito nisso, Shinya. Sabe muito bem que ele não gosta que se metam nos problemas dele.
- Ele é meu amigo!
- Todos nós somos, e seu rosto está aí pra lembrar você de que é melhor ficar na sua! Acha que eu não sei o que aconteceu? Eu vi vocês pela janela.
- Você não sabe de nada Toshiya! Acho que você está é com ciúme!
A expressão de Toshiya se alterou quase imediatamente, parecia que Shinya havia pisado exatamente sobre um calo, e ajeitando a bolsa em um dos ombros, seguiu para o próprio carro, não olhou para trás, a porta fez o serviço de avisar ainda mais que não havia gostado do comentário, pela batida alta que deu.
Shinya observou o estacionamento em volta, com uma dor estranha no peito, estava sozinho, havia brigado com seus dois melhores amigos, e havia gritado com o outro guitarrista da banda no dia anterior, então, o que estava fazendo? Não era do tipo que arranjava confusão por pouca coisa, não estava nem se reconhecendo mais, havia jogado dez anos de amizade fora em menos de um mês, realmente, deveria escrever um livro com o título “como perder todos os seus amigos em dez dias” e o primeiro tópico seria “seja um idiota”.
Bem, já estava na porta da gravadora, então achou que talvez devesse entrar e falar com alguém para saber se ao menos poderia gravar a própria parte, já que pensava em fazer uma viagem e desaparecer por uns tempos, talvez fosse para Hokkaido visitar os pais, é seria agradável e tranquilo, longe dessas loucuras que aconteciam.
- Die, e aí como vai tudo?
- Bem, o Toshi disse que já estava chegando, viu ele... Meu Deus do céu, o que aconteceu com o seu rosto?!
Shinya fez uma pausa para tentar se recordar o que de fato havia acontecido, já que se esquecera do rosto inchado, apesar do corpo não se esquecer da dor, o que era irônico.
- Ah, eu caí. – Disse usando a mesma desculpa esfarrapada.
- Foi o Kyo, não é?
- Por que ninguém acredita em mim?
- Porque sua desculpa é ridícula.
Ele assentiu, mais para si mesmo do que aos outros, era ridícula mesmo.
- Certo, foi o Kyo. Toshiya foi embora.
- Por que? Íamos gravar mesmo sem o Kyo, o que anda acontecendo com essa banda?
- Bom, eu gritei com ele, aparentemente sem motivo nenhum, e ele foi embora. E eu sou um idiota.
- Está de TPM, é Shin?
Shinya estreitou os olhos.
- Vamos gravar ou não?
- Bom, eu até queria, mas estamos em três somente, e realmente precisamos do baixista, que foi espantado aparentemente. É melhor deixar pra outro dia.
- Hum. Alguém sabe o que aconteceu com o Kyo?
- Nós só sabemos depois que ele volta, sabe disso. Ele não atende o celular.
O loiro assentiu novamente, já sabia disso, mas quis confirmar mesmo assim.
- Bom, acho que eu preciso de um tempo. Eu vou viajar pra casa dos meus pais, quando eu voltar nós gravamos.
- Okay, quando você volta?
- Segunda.
- Certo, boa viagem. E vê se relaxa.
“Vê se relaxa”, ele repetiu baixinho, era fácil falar, queria ver fazer. Sabia que não ia ficar em paz indo viajar com as coisas deixadas daquele jeito, mas tudo ia se resolver aos poucos, talvez Die até falasse com Toshiya e quando voltasse as coisas já estivessem melhores.
Kazuya seguiu sozinho o próprio rumo e não demorou muito para que chegasse em casa, bateu a porta ao entrar e jogou a mochila no chão, sentou-se encostado na porta e suspirou, levando ambas as mãos a face.
Naoto observou no aparelho o horário marcando o canteiro do visor. Uma hora, era o tempo que tinha até a chegada do irmão. E suspirou desgostoso pela vontade que teve, e pelo caminho que agora traçava. Não era longe afinal, e logo tocou o interfone, que ressoou de dentro de casa o toque da companhia, denunciando a chegada. O maior se levantou ao ouvir o barulho, pensando ser o irmão e logo abriu a porta, observando o outro parado ali.
- Vim averiguar... Se vai cuidar desse machucado.
- Não há problema.
- Não, depois fica escondendo na sala.
- Foi só um corte, não é como se eu tivesse quebrado um osso.
- O osso seria menos aparente.
Kazuya estreitou os olhos.
- Nem esta doendo.
Naoto o observou e deu um único passo a frente, este que levou a figura a se fazer fronte a alheia, e tornou tocar a ferida de seus lábios com a língua, porém o pressionou.
- AH! - Afastou-se sutilmente. - Naoto!
- Hum, achei que não estivesse doendo.
O loiro uniu as sobrancelhas e aproximou-se do outro novamente, selando-lhe os lábios. Naoto sentiu o novo selar, e silenciou-se indagativo, sem entender o gesto. Kazuya sorriu a ele e virou-se, adentrando a casa e dando passagem a ele.
- Deixe a mochila onde quiser.
- Não vou ficar muito tempo.
O menor entrou, porém permaneceu com a mochila num dos ombros.
- Posso ligar pro Kazuki e pedir pra trazer o Naoyuki com ele.
- Hum... Tudo bem.
Kazuya assentiu e pegou o telefone.
- Pode pegar gelo pra mim?
- Hum...
Naoto murmurou outra vez e caminhou até a cozinha, pegando no congelador os cubinhos de gelo, que envolveu num lenço de bolso e levou ao outro, encostando-o em seu lábio, mesmo enquanto ao telefone. O loiro sorriu a ele ao sentir o toque gelado e gemeu sutil, dolorido.
- Hum... Kazuki? Você ainda esta com o Yuki? - Sorriu. - Sabia. Então, traga ele pra cá, sim? O Nao esta aqui.
- Devem estar praticando beijinhos no fundo da escola.
- Também acho.
Naoto sorriu e dispôs o lenço com o gelo em sua mão. O loiro pegou o lenço e segurou-o contra o lábio.
- Hum...
O menor o observou num período silencioso, e logo que elevou a mão, o deslizou sutilmente sob seus cabelos louros, sem um toque firme, porém logo abaixou-a. Kazuya sorriu e segurou a mão dele, acariciando-a sutilmente.
- Não vou deixar nada de mal acontecer com você.
- Você não precisa me proteger de nada.
- Claro que preciso.
- Não precisa. Eu posso fazer isso.
- Mas eu quero cuidar de você.
- Você é um chatinho insistente.
Naoto pressionou-o na ponta do nariz e Kazuya sorriu.
- Onii-chan... Tadaima. - O pequeno falou a adentrar a casa junto do amiguinho e seguir o caminho da cozinha, observando ele junto do outro. - Nossa... Onii... Sua boca está machucada, o que aconteceu?
- Não foi nada, Kazu, estou bem. Só machucou um pouquinho.
Naoto caminhou até o irmão e lhe afagou os cabelos escuros.
- Mas o que aconteceu? - Virou-se. - O que ele fez pra você, Nao?
- Eh? Não fui eu quem fiz isso.
- Mas então quem foi?
- Foi um menino na escola, Kazu.
- Sabe, seu irmão é um pouco notável demais naquele colégio.
- Eu sei, mas ele não é assim... - Murmurou. - Ele te ama, Nao. - Sorriu.
- Amar? É um termo forte. E, se ele não é assim, por que age?
Kazuya desviou o olhar ao irmão e uniu as sobrancelhas.
- Ah... Não sei dizer.
- Uh. Pessoas carentes.
- Ah, eu não gosto quando fala assim, Naoto.
- Mas é a verdade. Pessoas carentes tendem a buscar atenção demais. Não que o monte de pessoas vá preencher o vazio que há dentro dela. É uma teoria. Sempre há algo que a preenche.
O loiro suspirou e levantou-se a seguir para fora da cozinha, subindo as escadas ao quarto. O pequeno loirinho caminhou em direção ao maior e lhe segurou a mão.
- Não fala assim dele não, Naoto-kun... Ele só esta melhor agora desde que a mamãe morreu.
Naoto se abaixou junto ao pequenino, pondo-se em nível de altura.
- Você vai crescer, você vai entender. Aliás, não precisa crescer, você já deve saber. Um lugar cheio, o monte de pessoas, conversas ou sorrisos, nunca valerão, por um único de sua mãe. Não adianta buscar na quantidade, a qualidade de um.
- Sim, mas não seja mal com ele... Acho que ele só quer a atenção que não tem mais... Ele e a mamãe eram muito próximos, ela sempre ensinava muita coisa pra ele...
- Não estou sendo mal, eu só disse a verdade. Não gosto desse tipo de coisa.
- Mas ele não tem culpa... E ele tem vergonha, nunca vai dizer pra você.
- Hai hai. Já entendi. Vocês precisam comer?
- Hai.
- Querem pedir alguma coisa?
- Comida chinesa!Após o pedido, Naoto deixou o dinheiro com o irmão e subiu pela escadas, com indicação do pequenino. Traçou o rumo parcialmente conhecido, buscando o quarto do louro, onde o encontrou visualmente.
Kazuya ouviu o barulho da porta e desviou o olhar a mesma, secava os cabelos com a toalha branca, havia saído do banho, e já estava vestido.
- Veio me ofender de novo?
- Como se isso fizesse alguma diferença. O que mudou? Antes você só tentava me dizer para conhecê-lo e ria.
- Se não se importa, eu quero ficar sozinho.
- Está me expulsando?
- Não, só pedindo.
- Certo.
O loiro uniu as sobrancelhas e sentou-se na cama.
- Vem.
- O que quer afinal?
- Pode ficar.
Naoto entrou no quarto e encostou a porta, assim como se encostou contra ela.
- Preciso fazer o almoço pra eles.
- Pedimos comida chinesa.
- Ah, hai. Você, quer tomar um banho?
- Iie, quando chegar em casa eu tomo.
- Ta bem.
Naoto caminhou até sua cama, onde se sentou previamente e após, se deitou. Kazuya desviou o olhar ao outro que deitou ao próprio lado e uniu as sobrancelhas.
- O que há com as sobrancelhas?
- Nada.
- Não quer que eu deite na sua cama?
- Claro que quero.
- Então por que olhou assim?
- Nada, só porque deitou por espontânea vontade.
- É porque geralmente me deito ao chegar em casa.
- Ah sim, então fique a vontade.
O maior sorriu a ele e levou a mão aos seus cabelos, acariciando-os.
- Uhum, obrigado.
Naoto fechou os olhos, permitindo-o tocar a si nos cabelos. O loiro assentiu e continuou com as caricia, abaixando-se para lhe selar os lábios. O menor sentiu a menção de movimentos na cama, até que fosse denotado com o beijo superficial que recebeu sobre eles. Vagarosamente levou a mão em suas costas, pousando-a ali. Kazuya sorriu a ele e se deitou, devagar a ajeitar-se do lado dele.
- Beija. - Naoto sussurrou.
- Hum? - Aproximou-se e lhe selou os lábios.
O menor virou-se, e inclinou-se com sutileza em sua figura, beijando-o num encaixe que iniciou somente com os lábios e logo penetrou a língua. Kazuya sorriu a ele entre o beijo e o retribuiu no toque, deslizando uma das mãos pelos cabelos dele enquanto apreciava o toque dos lábios.
Naoto passeou vigorosa a língua em sua boca, sem impasse ou delicadeza, ainda assim sem sê-lo rude. E ao fim do beijo, puxou devagarzinho sua língua, sugando-a e soltou-a num estalo leve, ao que se voltou a porta e observou os pequeninos.
- Ah.. A... Comida chegou.
O loiro se separou dele igualmente ao ouvir o barulho da porta e sorriu ao irmão junto de seu namoradinho.
- Tudo bem, pequenos, nós já vamos comer.
Naoto se virou na cama e pôde observar o sorrisinho vindo do irmão caçula do outro.
- Vamos, vamos.
O loiro segurou-o consigo e uniu as sobrancelhas.
- Não...
O menor sentiu o pequeno bloqueio conforme segurado e se voltou ao outro.
- Hum...
- Logo nós vamos.
Naoto se voltou aos meninos que já sorriam e fechavam a porta.
- Hai, não demore muito, vai esfriar hein. - E ouvia-se risinhos.
- Não vamos, pervertidinhos.
O menor virou-se a ele conforme a saída dos pequenos. Kazuya sorriu e o abraçou, selando-lhe os lábios e foi retribuído em seu toque breve.
- Quero fazer amor.
- Hum...
Naoto murmurou e com sutileza mordeu o lábio inferior pela parte interna.
- Vamos fazer?
- Eu preciso tomar banho antes...
Kazuya sorriu a ele.
- Deixe o banho pra depois, hum?
Aproximou-se e lhe beijou o pescoço algumas vezes.
- Mas estou sujo... Estou suado.
- Vai ficar ainda mais. Mas e quiser ir... Eu espero.
- Quer fazer... no banho?
O loiro sorriu a ele ao ouvi-lo e assentiu. Naoto se levantou logo da cama e caminhou até seu banheiro. Kazuya se levantou junto dele, seguindo o caminho ao banheiro e retirou a própria regata que a pouco havia vestido.
O menor levou a mão ao laço da gravata, o desfazendo afim de livrar-se logo após da camisa de escola, tal como o cinto e a calça social preta. Kazuya observou-o por um pequeno tempo e sorriu consigo mesmo, retirando a própria calça e a roupa intima.
- O que há?
Naoto indagou diante seu sorriso que fitou de esguelha e logo, fez-se inteiramente desnudo.
- Nada, só estou vendo você. E você é lindo. - Murmurou.
- Hum... Entendi. - Disse ele com um sorrisinho de canto. - Você já foi... Ativo?
- Não.
- Você tem vontade? - Falou baixo, receoso sobre a resposta.
O maior negativou e virou-se a lhe selar os lábios.
- Hum... Você gosta que eu o faça?
Naoto indagou ainda baixinho e moveu-se pouco, roçando o sexo agora na posição como antes ele estava. Kazuya assentiu e suspirou, dando pequenos passos a encostar-se na parede.
- Gosto...
- Hum...
Naoto tornou murmurar e o beijou no pescoço, ombro, mordendo-o de leve.
- Hum... Kimochi. - Sussurrou e suspirou em seguida.
O menor deslizou as mãos, ambas na lateral de seu corpo, percorrendo a cintura, e uma permaneceu na altura do osso pélvico, enquanto a outra, deslizou devagar, sutil, até sua zona íntima frontal. Kazuya desviou o olhar a observar a mão dele e suspirou, apoiando-se firme na parede.
- Hum... Naoto...
O menor tomou posse de sua região íntima, deslizando suavemente a mão envolta na ereção que já passava a firmar. O maior gemeu baixo, apreciando o sutil estimulo dele e empurrou o quadril para trás, devagar, tocando-lhe o membro com as próprias nádegas.
Naoto empurrou-se a ele conforme empurrado para si. Tal como apertou de leve sua região nos dedos e tornou corrê-la. O outro mordeu o lábio inferior e suspirou.
- Ah... Naoto. - Virou-se a lhe selar os lábios.
- Você é tão sensível... - Falou baixinho e pressionou sua fenda.
- Você também seria se eu estivesse te tocando.
- Não assim.
Naoto falou novamente em tom mínimo e passou agilizar o movimento, assim como continuava a insinuar-se a seu quadril. Kazuya desviou o olhar ao próprio membro e suspirou, mordendo o lábio inferior a conter os gemidos.
- Hum...
A mão do menor antes inerte em seu quadril, levou à nádega, massageou-a com apertos leves, sentindo seu corpo de tal forma. Logo, dirigindo-a na zona mais íntima, com a típica hesitação. O outro desviou o olhar a ele, sutilmente ao senti-lo deslizar a mão pelo próprio corpo e empinou pouco o quadril, deixando-o livre para os toques no local.
- Quer que eu coloque agora?
- Hai...
Naoto levou a mão ao próprio sexo, e beirou-o em seu corpo. Roçou-se, diversas vezes, sensibilizando sua região contraída, até que esta mesmo pedisse por um alívio. O maior uniu as sobrancelhas, abaixando a cabeça e fechou os olhos a esperar pelo movimento dele.
- Hum...
O menor levou ambas as mãos em suas nádegas, afastando-as, dando passagem ao membro e aos poucos, passou a penetrá-lo, até o fundo. Kazuya gemeu, em tom pouco mais alto e apoiou-se firme no local a fechar os olhos com certa força, sentindo os fios de cabelo que se colavam a face.
- Dói?
O menor sussurrou e numa vigorosamente investida, fez-se inteiramente dentro. O maior gemeu novamente e assentiu, sutil apenas, sem dizer nada a ele. Naoto cessou o movimento, permanecendo de tal forma, apenas a sentir seus espasmos. O outro suspirou e contraiu o intimo a apertá-lo em si.
- Quer tentar de frente?
- Hum?
- Você é quase da minha altura, mas devo conseguir te pegar no colo...
- Ah, hai.
Kazuya sorriu a ele e virou-se a ficar de frente ao outro. O menor retirou-se de seu corpo, permitindo-o se virar defronte a si, e com as mãos, ambas em suas coxas, deu impulso em seu físico de mesma estatura e o acomodou contra a parede. O loiro levou ambas as pernas ao redor da cintura dele e levou ambos os braços ao redor de seu pescoço, abraçando-o.
Naoto suspirou e o ajeitou no abraço. Sentia as gotas de água pesarem sob os cabelos molhados e fechou os olhos a aspirar o cheiro de sua pele recém banhada. Deslizou a língua em seu queixo e subiu até a boca, o beijando, não sem antes formular o pedido.
- Me coloque dentro.
Em sutis espasmos, Kaname encarou seu corpo no êxtase, enquanto gozava em prazer e adornava seu abdômen nu pelo próprio gozo. Na feição nublada pelos estímulos causados por si mesmo, numa tênue linha de prazer que aos poucos se esvaía, deixando apenas o tremor em seu corpo excitado. Passeando com seus finos dígitos no contorno de sua intimidade, com a leve camada do prazer que ejaculou, lubrificando sua entrada já estreita por seu corpo reconstruído em tal, e fazia-se novamente virgem. A taça pendeu e derramou do vinho em seu plano tronco, correndo em uma fina linha da bebida em seu umbigo, onde acumulou a leve poça com álcool, o qual sugou à boca visto que se abaixou para seu corpo. Sentia seu cheiro, de pele, de sexo.
Shiori o observou e uniu as sobrancelhas ao senti-lo derramar a bebida em si, aspirando o cheiro forte da mesma, sentindo o corpo estremecer sutilmente ao senti-lo sobre si.
- K-Kaname...
Levou uma das mãos aos cabelos dele a acariciá-los e segurou os fios entre os dedos.
O maior passeou com a língua em seu tronco, desde a zona onde ingerido o vinho até o pescoço, onde o mordeu um tanto doloso, porém sem que fosse ferido. Pesou com o corpo em sua figura menor, sentindo no choque de temperaturas, quando a própria tão cálida, e seu estado frígido e eriçado. Acomodado em suas pernas receptivas, tal como suas nádegas tocadas por seu próprio prazer e assim o beirou com o início do falo já ereto há tempo. Pulsou contra seu corpo, denotando excitação e assim resvalou impulsivo para dentro, inteiro.
O menor gemeu ao sentir a mordida no próprio pescoço, sentindo o corpo estremecer sutilmente e desviou o olhar a ele. Pela primeira vez, sentiu o calor do corpo dele junto do próprio, e estava bem mais quente que de costume, pensando que por um segundo ele pudesse queimar o próprio corpo. Suspirou ao senti-lo roçar em si e o gemido alto deixou os lábios, levando uma das mãos ao braço dele e apertou-o com certa força, sem medir a mesma, e certamente poderia machucá-lo, afinal, era mais forte que ele.
- Tsc...
Kaname murmuriou no toque inconsciente e doloso, como único protesto que formulou. O firme aperto de suas paredes íntimas, quase chegavam a machucar o próprio sexo em si penetrado. No entanto, afastou-se e tornou impor-se a seu corpo, dando início vago ao vaivém, investindo vagarosamente, a degustar seu corpo. O menor soltou-lhe o braço ao ouvi-lo e uniu as sobrancelhas.
- D-Desculpe...
Levou a mão ao próprio intimo novamente a senti-lo adentrar o corpo e deslizou os dedos pelo local, deixando escapar o gemido mais alto com o movimento dele contra si.
- Ah! Kaname...
As mãos firmes do médico lhe foram à cintura, tomou-a, desenhando-a pela curva das costelas por cintura e quadris. Apalpando suas nádegas através das laterais porém deu fim ao gesto na coxa, onde tomou apoio a impulsioná-lo para baixo. Ergueu novamente o torso, separando o contato que tinha de seu tronco, e nas pernas conforme o segurava empurrava para si a medida em que retomou abruptos movimentos, se empurrando para ele.
Shiori ajeitou as pernas ao redor da cintura dele, apertando-o sutilmente entre as mesmas e deslizou ambas as mãos pelas costas dele a acariciá-lo, arranhando-o sutilmente com as unhas a deixar pequenas marcas pelo local, gemendo baixo a cada movimento dele.
O maior desceu outra vez em seus quadris, firmando os dedos num toque rígido e que o trazia para si, criando o vigoroso atrito entre o próprio e seu corpo, de modo que estalava notório. E com bom grado, recebido em seu corpo já lubrificado, com resquícios de seu prazer.
- K-Kimochi?
Murmurou próximo ao ouvido dele, mordendo-lhe sutilmente a orelha e gemia baixo tão próximo ao local.
- Não me toque na orelha.
Kaname retrucou. Uma das mãos abandonando o posto, subiu em seu peito e dele ao pescoço logo à nuca onde entrelaçou os fios de cabelo e os agarrou engrenhados aos dedos. Shiori Assentiu e uniu as sobrancelhas.
- Desculpe... - Inclinou pouco o pescoço para trás e gemeu sutil ao senti-lo segurar os próprios cabelos. Deslizou a mão pelo tórax dele a acariciá-lo e suspirou. - Está tão quente...
O maior encarou-o no rosto, num mútuo breve olhar. Levou uma das mãos entre suas pernas e mesmo na zona frontal de seu corpo, o tocou na nádega, afastando-a a expor sua entrada, encarando-a enquanto penetrada, alternando os movimentos, vez mais devagar, vez mais depressa.
Shiori desviou o olhar ao corpo dele e deslizou uma das mãos por sua pele a acariciá-lo sutilmente, alcançando-lhe o quadril e apertou-o sutilmente no local, apreciando os movimentos que ele fazia contra si.
- G-Gosta da vista?
O maior tornou o desvio dos orbes cinzentos a seu rosto, e para sua resposta apenas deslizou a língua pelos lábios a delineá-los com exatidão. Shiori sorriu a ele, mordendo o lábio inferior e moveu o quadril a rebolar sutilmente, apreciando cada uma das investidas dele no próprio corpo.
- Hum... M-Mais forte...
Kaname se afastou, e ao contrário do que pedido, foi devagar, abandonando seu corpo. E a rapidez viera conforme o virou de costas num gesto hábil e tornou lhe agarrar os quadris o trazendo para trás, enquanto empurrava-se para ele, o penetrando inteiro outra vez.
O menor se assustou com os movimentos do outro e virou-se, agarrando o lençol da cama com ambas as mãos. Os gemidos altos deixaram os lábios a cada movimento dele contra si, ajeitando-se na cama a empinar pouco o quadril.
O médico o apertou nas nádegas, formulando a marca certeira dos dedos em sua pele pálida num tom escuro. Afastou-as outra vez, e tornou a visar sua abertura preenchida pelo falo duro, roçando ao tecido sensível em movimentos contínuos. Cerrou os dentes não vistos pelos lábios cerrados, enrijecendo o maxilar e investiu num solavanco, abandonando um gemido leve, rouco. O menorzinho quase gritou no susto com o tapa e uniu as sobrancelhas, virando a face a observá-lo.
- N-Não me bate...
Observou-lhe a face concentrada nos movimentos e levou uma das mãos ao local, tocando a si no ponto tão intimo a senti-lo adentrar o corpo. Suspirou a deixar escapar o gemido baixo.
- Você é tão grande...
- É? Você que é apertadinho. Me pergunto se era mesmo virgem.
O tom era baixo, ainda, porém suficiente para ele, um pouco ofegado com o fôlego, mas sem afrouxar o gesto, o maior tomou abruptidão.
- Por que eu mentiria?
Shiori murmurou e ao sentir os movimentos mais firmes levou novamente a mão a apoiar-se na cama.
- Não faz... Diferença.
Kaname iniciou e entrecortou a frase até seu fim conforme os movimentos ligeiros que lhe provia, e provia igualmente a si mesmo de tal. De prazer, sentindo a sensibilidade do sexo, prestes ao ápice e não precisou de muito. Firmou os dedos em suas nádegas e deslizou pesado em sua cintura, agarrando-a a trazê-lo a si, o qual manteve parado e bem fundo em seu corpo, gozou.
- Pra mim... Faz.
O menor murmurou junto dele e uniu as sobrancelhas a apreciar os últimos movimentos do maior em si, deixando escapar o alto gemido a senti-lo atingir a si no local tão sensível e gozou junto a ele, fechando os olhos com certa força a apertar o lençol.
O maior permaneceu em seu corpo, enquanto o êxtase corria vagarosamente pelo corpo, e finalmente esvaído. Um gemido leve deixou os lábios, misto ao prazer e cansaço. Devagar saiu de si e o soltou em permissão de se acomodar na cama, assim como fizera igualmente, ao seu lado.
Shiori suspirou ao senti-lo se retirar de si, soltando o corpo sobre a cama, porém permaneceu a apertar o lençol entre os dedos, recuperando a respiração. O maior suspirou, deitando-se na cama e puxou o travesseiro com a posição em que estava, onde descansou a nuca a dispersar as vistas em direção ao teto, compassando a respiração.
O menor suspirou e virou pouco a face em direção a ele, unindo as sobrancelhas a observá-lo e aproximou-se, abraçando-o. Kaname o observou conforme o mesmo o fizera consigo, notando sua proximidade discreta até então estar abraçando a si. Apenas puxou o lençol da cama, cobrindo a ambos os corpos sem roupas.
Ao ser puxado, a calça aberta, movimentos tão bruscos trouxeram a aceleração do oxigênio inalado. A camisa rasgada do menor foi audível no cômodo e seus botões arrancados pularam em qualquer canto do quarto. A mão ao lado da face alheia, tocava o concreto e ao contato entre corpos, o leve roçar entre peles frias, acertou sem força o punho contra a parede e a mesma deslizou os longos cabelos do vocalista de maior estatura, entrelaçando-os, e tão brusco quanto seus movimentos afobados, lhe beijou os lábios com violência, puxando-o da parede, conjunto a troca de salivas não rompida o guiou para a cama, caindo ambos sobre ela, sem perde o contato entre bocas, saliva e o novo complemento, sangue. Enquanto continuou aquelas dança forçada, uma briga em exigir espaço em bocas alheias, apoiava o equilíbrio do corpo sob joelhos no colchão e terminava de tirar a camisa, expondo os braços fortes e robustos, quais voltou a lhe entrelaçar os fios longos com uma das mãos e a outra tratou e abaixar a calça, dando passagem ao membro já ereto em que somente aquele abaixar de quadril, entre as pernas alheias encaixou o sexo entre sua intimidade e forçou-se, corrompendo-o inteiramente numa vez só. Impiedoso, sem delongas passou a estocá-lo, com tanta pressa quanto todos os movimentos de ambos, já arrancando gemidos arfados por entre lábios que continuavam, porém vagamente, seu beijo.
As mãos tremulas do maior envolveram o corpo dele e apertou entre os braços, retribuindo o beijo rude do outro, mordendo-lhe os lábios e puxando entre os dentes, cortando-os e sentia os próprios sendo igualmente cortados em meio ao beijo. Ajeitou-se na cama, a respiração ofegante, buscando ar entre o beijo e as pernas foram ao redor da cintura do outro, enquanto as unhas se cravarem nas costas dele, o beijo foi cessado e o gemido alto deixou os lábios ao senti-lo penetrar o corpo, a expressão de dor na face e deixou mais alguns gemidos baixos soarem pelo local, voltando a tomar os lábios dele e sugá-los, sugando o sangue, deixando que o próprio escorresse e manchasse o pescoço, gemendo alto a cada investida, abafado pelos lábios dele e a dor era extremamente prazerosa para si, ainda mais tendo o corpo dele daquele modo.
Ikuma fechou os olhos finalmente, e franzira o cenho, sentido o aperto da região a qual se estocava. Os gemidos, fluíam igualmente entre o beijo, a voz aguda e rouca, abandonando igualado o sentir do prazer através dela. Forçava-se a entrar cada vez mais, por mais que sentisse todo o sexo engolido o tocando em seu fundo, impossibilitado de entrar mais, a próstata atingida, trazendo apertos fortes do íntimo contraído.
Uma das mãos do outro foi até o lençol da cama, apertando-o entre os dedos e os olhos se fecharam com certa força, deixando uma lágrima escorrer pela face. Cessou o beijo e o grito deixou os lábios ao sentir as investidas, sentindo-o machucar o íntimo ainda mais e as unhas se cravavam de mesmo modo na carne do outro.
Ambas as mãos do loiro se colocaram sobre as coxas do outro, apertando-as em meio aos dedos, afundando os dígitos, e certamente tais apertos estariam denotados mais tarde. A voz continuava a preencher o ambiente com sua rouquidão, e o membro continuava a entrar e sair, sendo úmido com os movimentos diversos e frequentes.
Uma das mãos de Taa foi até os cabelos dele, agarrando-os e puxando-os, mantendo os olhos fechados e gemia alto ainda a cada investida, apertando o lençol entre os dedos com a outra mão, arrastando as unhas por ele.- Mais... Mais, Ikuma! - Falou alto, mordendo o lábio inferior em seguida.
Ikuma soltou-lhe as pernas e as mãos deslizaram sobre o fino e limpo lençol na cama, até alcançar os cabelos longos do outro, firmando-os entre dedos.
- Você me odeia, ahn?
A voz ofegante, ainda rouca do vocal o indagava, enquanto as investidas continuavam constantes e incessantes. Tornando capaz de misturar junto a suspiros de ambos, o toque de corpos tão rápidos e bruscos.
- Não...
Taa negativou, a voz soava baixa e trêmula, quase inaudível em meio aos gemidos e a mão deslizou pelo corpo dele até o próprio membro, apertando-o, masturbando-se no ritmo das investidas, apertando o sexo como fazia a ele, contraindo o intimo.
- Diz que me odeia.
O menor dizia com a voz arfante. Abaixou o rosto e os lábios tocaram a pele em que roçou e acariciou com os fartos, sentindo o calor da pele, que devia ser contrário de tal temperatura, e saboreou-a com teu sabor de cansaço sexual, seu frio transpiro, não diferente da própria. A língua deslizou sobre a tez até chegar a orelha com aços e sussurrou outra vez.
- Diz que me odeia...
E rápido chegou com uma das mãos sobre o local tocado e anteriormente abandonado, desferindo-lhe um tapa na coxa. Taa mordeu com força o lábio, fazendo-o sangrar devido a tamanha força usada e gemeu alto ao sentir o tapa na coxa, deslizando a mão livre sobre o tórax do outro, acariciando-o.
- Eu... N-Não... Não posso, Ikuma...
Murmurou e apertou novamente o sexo, arranhando-lhe a pele e a mão foi sobre o mamilo dele, puxando-o entre os dedos.
- Hum... Eu... Eu te odeio...
Murmurou baixinho, no mesmo tom quase inaudível novamente. Ikuma estremeceu com o pequeno estimulo do mamilo. Aspirou ar aos pulmões e continuou com os rudes movimentos, buscando bel-prazer e cada vez o tocava em tal parte repetidamente, insistindo naquele ponto de trazia mais apetite à ambos. Outro tapa foi audível, e a mão ardeu com toque tão indelicado entre peles. Gemeu outra vez, enchendo o cômodo com a própria voz.
- Me aperta! me engole! Fala mais alto, eu não ouvi... Sinta raiva, sinta ódio e diga pra mim... Me bata! Me corte, me faz sangrar em tuas mãos! É isso o que quer, hum? - Descerrou as pálpebras os olhos buscaram os alheios, escondidos por suas pálpebras. - Olhe pra mim. - Sussurrou.
Taa apertou o mamilo do outro e gemeu novamente mais alto com o tapa, ouvindo atentamente a voz do outro mesmo que aqueles movimentos acabassem com a própria sanidade e só fazia a si querer senti-los cada vez mais. Os olhos se abriram aos poucos ao ouvir o pedido dele, mostrando os olhos vermelhos, criados por ele mesmo e a mão foi até a face do outro, batendo contra a mesma, fraquejando ao senti-lo tocar o ponto sensível interior com o movimento brusco e estremeceu.
Ao ter a atenção alheia sobre a face, Ikuma acabou por sorrir, teria rido se fosse possível, no entanto os movimentos engoliam o riso e era capaz somente de expor os gemidos, agora mais fracos. Abaixou a cabeça, tendo os louros fios de cabelo a tapar o rosto. Mordera o inferior ao sentir o espasmo no corpo, e tornou a fechar os olhos, liberando o prazer no corpo alheio, mesmo antes de um prévio aviso.
O gemido soou alto pelo quarto ao sentir o líquido gelado invadir o intimo e o maior acabou atingindo o ápice logo depois do outro, sujando o corpo dele com o próprio prazer. Dos lábios um gemido alto escapou e repousou a cabeça sobre a cama apenas, recuperando a respiração e as mãos passavam pelo corpo dele, acariciando-o, apreciando o corpo do outro.
Ikuma suspirou. Algum tempo permaneceu sob o apoio dos braços nas laterais do rapaz abaixo, e sentia as mãos com toques gentis na pele, porém jogou-se ao lado, deitando-se na cama, buscando todo ar perdido, embora não necessário. Taa se virou de lado, aproximando o corpo do dele e o abraçou, sentindo a pele suada do outro e acariciava-lhe o abdômen.
O menor fechou os olhos, e não comentou sobre a aproximação alheia para consigo. Um dos braços, passou abaixo, em torno ao corpo alheio, e de algum modo retribuiu o abraço, pousando a mão nos cabelos lisos do oriental, as vezes somente, afagava sutil. Os olhos do maior se fecharam e suspirou, cansado para dizer alguma palavra ao outro e ajeitou-se, a face encostando sobre o tórax do menor. Ikuma suspirou mais uma vez, e, aquele carinho atípico e sutil sobre madeixas alheias, morreu somente quando apagou, caindo no sono.
Taa permaneceu desse modo, a face sobre o tórax do outro, a mão deslizando pelo corpo dele em algumas caricias e sutilmente tentava ouvir as batidas do coração do vampiro mas não ouvia nada. Ergueu a face, fitando-o e acariciou-lhe o rosto, inclinando-se sobre ele e selou-lhe os lábios.
- Eu não odeio você...
Murmurou e levantou-se, as lágrimas novamente deixando os olhos. Pegou o edredom sobre a cama e cobriu o corpo do loiro, ajeitando-o sobre ele do modo que pôde, embora soubesse que ele não sentia frio, não queria deixá-lo daquela forma. Pegou as roupas no armário dele, certamente achando que o vampiro não se importaria, limpou o corpo com o roupão, livrando-se do suor e do sangue e vestiu-se. Encostou-se na parede em frente a cama e ficou ali, a observá-lo num sono tão profundo e não queria parar de olha-lo, trazia tanta tranquilidade a si, como se tudo fosse extremamente fácil, como se pudesse ficar ali por toda a eternidade, apenas junto dele, e mais nada importava.
Os passos guiaram-no para fora do quarto e fechou a porta, passando por todas as pessoas, as ignorando e ao sair dali, caminhou para a própria casa que há dias não via, esperando que ele não sentisse raiva de si e pudesse ver o vampiro novamente, se tomasse coragem para voltar ali após tudo que fora dito e feito.
Era cedo quando Kazuto adentrou o quarto do outro novamente e apenas queria ficar um pequeno tempo que seja observando-o, já que ao acordar não conseguiu conter a vontade enorme de vê-lo. Deitou-se com cuidado ao lado dele na cama e uma das mãos foi até os cabelos do vampiro, acariciando-o levemente, observando-o com um pequeno sorriso nos lábios.
As pálpebras do vampiro levemente se descerraram, e os olhos claros passaram a fitar o rapaz deitado ao lado. E é claro, já havia acordado no momento em que sentira o aroma exalado dos poros do vampiro menor.
- Quer morrer?
A voz rouca e apática, soou baixa, porém suficientemente audível. Kazuto riu e retirou a mão dos cabelos dele.
- Bom dia, Yuuki.
- Bom dia o caralho...
- O que foi, hum?
- Você é irritante.
- Obrigado. E você é lindo dormindo.
- Ah, cala boca e vai embora, vai.
- Não quero.
Yuuki suspirou e cerrou as pálpebras, desenhou nos lábios um pequeno sorriso conforme abria os olhos e fitava o garoto. Uma das mãos fora a face alheia e tocou-a com a ponta dos dedos, descendo da altura dos olhos até chegar ao pescoço, e o tocou com a mão, passando a apertá-lo aos poucos.
- Por que você é tão chato, ahn?
O menor fechou os olhos, sentindo os toques dele e voltou a abri-los, fitando-lhe a face e uma das mãos foi a mão dele no pescoço, a outra segurou a outra mão do maior, entrelaçando os dedos aos dele e fitando os olhos dourados do vampiro.
- Hum? Não ouvi a resposta, tente novamente!
O maior apertou ainda mais o pescoço alheio, sentindo os dedos do outro a tocar a própria mão e entrelaçar os dedos aos próprios, e esta, igualada ao pescoço, passou a ser apertada entre os dedos. Kazuto estreitou os olhos, puxando a mão dele do pescoço, sem sucesso ao tentar se soltar.
- Porque... Porque eu te amo e só quero ficar junto com você... Não é... Ser chato... Ah... Solta.
- Ah, que adorável. Crianças...
Yuuki riu. As unhas foram pressionadas a pele do louro, na região da nuca e continuava a apertá-lo no pescoço, no entanto, sem aumentar ou diminuir a intensidade do aperto.
- E por quê? Você é por acaso um masoquista? Você sabe o que eu sinto por você? Hum.
O menor desviou o olhar para o colchão e gemeu ao sentir as unhas afiadas do outro.
- Eu... Eu sei que me odeia...
- Oh não! Eu não o odeio, criança. Eu tenho mais o que fazer. - Sorriu do modo típico. - Aliás, amor ou ódio, são sentimentos que eu desconheço.
Kazuto acariciou levemente a mão do outro com o polegar.
- Yuuki... Está me machucando...
- Eu sei disso. - Riu baixinho.
- Pare, por favor... - Murmurou.
- Não, eu não tenho pena também. Pense em mim como um robô, Cinderella. - O maior apertou-o ainda mais entre os dedos, até que ouvisse a tosse dificultada e o soltou em seguida.- Você está bem, meu filho?
Riu baixo novamente, e voltou a acariciar a face alheia, assim como havia feito anteriormente. O menor tossiu e respirou fundo logo após, tentando recuperar a respiração tipicamente humana e não necessária.
- Yuuki...
Levou a mão dele até o peito, deixando-a sobre o local onde o coração estava, aproximou-se do maior e a face repousou em seu tórax.
- Não acredito que seja um robô...
O maior suspirou. Levou o antebraço sobre a face, tapando as orbes, as pálpebras cerradas e tornou a suspirar.
- Cansei de você, moleque. Que seja, eu não posso matar você mesmo, inútil.
Kazuto suspirou e acariciou novamente a mão do maior.
- Eu não faço mal pra você, Yuuki... Porque é tão mau comigo?
- Por que eu simplesmente não preciso de ninguém perto de mim.
- Mas eu... - Apertou a mão dele contra o peito. - Poderia mesmo me dar uma chance não é?- Poderia, mas é algo desnecessário, não vai adiantar em nada.
- Como sabe, hum?
- Somente sei. Não queira debater comigo, pivete.
- Não pode saber se não tentar...
- Eu não quero tentar. Eu não preciso disso.
- Mas Yuuki... Eu estou aqui só por você, eu preciso de você...
- Não me importo com o que você precisa. E por que acha que precisa de mim? É um bastardo que se apegou com o primeiro que te comeu.
- Pare de falar isso. E eu fui atras de você, fiquei naquele mesmo lugar bem antes de você me comer, você só diz a desculpa mais conveniente para você mesmo. Porque não aceita isso logo, hum?
- Aceitar o que? Aceitar que há um pirralho que insiste em uma coisa chamada... Amor? -Riu.
- Não é porque você não acredita que ninguém mais possa acreditar. Ou sentir...
- Eu não disse que não poderia sentir, criança. Sinta o que quiser, só não coloque a culpa no que for mais... Como você mesmo disse, conveniente.
- Está sendo um idiota. - Murmurou.
- Que criancinha atrevida. Idiota pelo que, ahn? Por estar melhor comigo mesmo?
- Não, você apenas fala como se eu realmente não gostasse de você. Eu não gosto disso. Pense... Qualquer outra pessoa poderia me comer, Yuuki... Mas eu não quero outra pessoa.
- Eu não disse que você não sente, criança. Mas estou cansado de lhe dar explicações que não devo. Já sou amável o bastante com você e nem deveria. Foda-se, me ame, me idolatre, faça o que quiser.
O menor o abraçou, fechando os olhos e a face ainda repousando sobre o peito dele, ouvindo as batidas fracas do coração do vampiro.
- Obrigado...
- Tsc...
- Desculpe por te incomodar tanto... - Riu.
- Não ria, isso me irrita.
- Hai.
Kazuto suspirou e permaneceu em silêncio. Estava quase pegando no sono e logo abriu os olhos, voltando a fazer uma leve caricia na mão dele que segurava.
- Yuuki... Um dia... Você vai me amar...? - Murmurou.
Yuuki estava prestes a adormecer igualmente quando passou a sentir novamente a carícia e conjunto a mesma, ouvira a voz do mais novo, somente riu entre os lábios cerrados.
- Acho que... Isso é um não...
- Ainda me surpreendo com sua pergunta. - Falou em tom baixo.
- A esperança é a ultima que morre...
O menor beijou o tórax do outro e voltou a repousar sobre o mesmo.
- Eu não vou amar você, ainda mais agora, que é como um filho subordinado.
- Tá bem, papai. - Riu.
- Não me chame de pai, não quero criar laço algum com você.
- Ah Yuuki, não fale assim...
- É, que seja, sou seu pai, e então te amo como filho e não te amarei como companheiro. - Esboçou um sorrisinho maldoso nos lábios.
- Mas porque...? - O fitou.
- Somos vampiros, mas não somos animais que comem até as mães.
- Mas eu... Yuuki...
- Não foi minha intenção virar vampiro.
- Não precisa chorar, pirralho, estou te enchendo o saco.
- Que bom...
- Mesmo assim, não vou amar você.
- Um dia, vai.
- Hum... Não se decepcione.
- Um dia vai me amar, hum, Eu sei que vai. Tanto quanto eu amo você.
- Você é ridículo.
- Não sou ridículo. - Riu.
- É ridículo. Eu não vou amar você. Posso passar um eternidade ao seu lado e eu sei que não vou te dizer que eu o amo. A não ser que seja proposital.
Uma das mãos do maior fora ao queixo do menor e puxou-o de modo atipicamente delicado para que talvez sua face estivesse diante dos olhos e encarou os alheios com os próprios.
- Eu te amo, Kazuto.
A voz soara sussurrada, porém nítida no tom típico. Soltou-o do toque simples da mão em seguida e tornou a pousar a cabeça sob o travesseiro.
- Palavras...
Kazuto desviou os olhos dos dele ao ouvi-lo dizer e sentou-se na cama, a cabeça baixa e as lágrimas escorrendo pelo rosto.
- Ah, o que foi agora? Magoei você, donzela?
- Como sempre... - Uma das mãos do pequeno ele guiou ao rosto, limpando as lágrimas.
- Oh, sinto muito. - Ironizou. - Por que diz amar quem faz isso com você, uh?
- Você é um idiota! E eu não sei porque eu amo você, mas eu amo. Dói... Mas eu preciso de você, eu preciso dos seus olhos, eu preciso do seu sorriso, mas você me trata como se fosse lixo... Por que, Yuuki? O que eu fiz pra você?
- Lixo? Hum, compreendo. E por que eu deveria lhe tratar melhor que isso?
- Yuuki... Eu não sei! Eu não sei... Você é tudo pra mim... Queria que pudesse entender isso.
- Tudo? - O vampiro riu, um riso que passara a ser mais audível aos poucos e logo cessado, sem deixar morrer aquele ar risonho na face, ou talvez debochado. - ...Você não sabe o que diz. Mas e o que você quer que eu faça, ahn?
- Não sei... Eu não sei o que dizer pra você... Eu não sei mais o que fazer... - O menor soluçou, as lágrimas novamente escorrendo pelo rosto. - Eu quero que você me ame...
- Deste modo, parece mesmo uma criança.
Yuuki se sentou na cama e após alguns segundos se levantou. Caminhou até o barzinho do quarto e saceou pouco da sede com alguns goles de água e não sangue desta vez. Fora a cozinha e deixou o garoto no quarto, ah... Idiota! pensou, afinal não conseguia entender o motivo de todo aquele choro sentido ou talvez das palavras sentimentais do mais novo, apenas o achava criança demais para tudo aquilo. Com a xícara de chá voltou ao quarto e noutra das mãos, levou a bebida ao garoto, e é claro, sem perder o deboche, lhe entregando a xícara com leite quente e riu, desenhando nos lábios aquele sorrisinho maldoso e cínico. O menor o fitou.
- Eu tenho uma vontade de te bater... Tão grande. Mas eu não vou fazer isso, eu vou mesmo apanhar se fizer.
Ele pegou a xícara e levou ao nariz, sentindo o cheiro do leite e apertou a porcelana entre os dedos, quebrando-a com tamanha força e derramou o liquido no chão.
Yuuki se virou ao ouvir o leve barulho da porcelana se trincar e virar cacos entre os dedos do garoto. Caminhou próximo a cama, havia tomado ligeira distância a pouco e apoiou um dos pés sobre a mesma, inclinando levemente o corpo e apoiou o cotovelo sobre a coxa, enquanto observava o menor.
- Hum... Por que não começa a usar a língua pra limpar, ahn?
Kazuto estreitou os olhos para o outro.
- Não quero! - Aumentou o tom de voz e fitou o leite no chão, irritado.
- Chega, pivete! Fala baixo comigo, entendeu? Não acha que estou sendo tolerante o bastante? É assim que quer conquistar alguém, seu mimado! E depois ainda diz que está apaixonado, sai das fraldas primeiro, seu porra! Tsc.
A esta hora, certamente os olhos dourados deram ênfase ao fim da paciência, ao pigmentar pequenas gotículas do rubro nas íris claríssimas.
- Chame a empregada pra que limpe isso, vai!
O menor se levantou rapidamente.
- Desculpe...
Fez um pequena reverencia e saiu do quarto, chamando a moça da cozinha e avisando que havia quebrado a xícara no quarto. Caminhou de volta e sentou-se ao lado dele, uma das mãos foi ao rosto dele, fazendo uma leve caricia e viu a face dele ficar rubra devido ao próprio sangue que escorria já que havia cortado a mão com os cacos.
- Desculpe.
Foi até o banheiro e limpou a mão com a água, pressionando a marca na mão para que parasse de sangrar e voltou ao quarto, sentando-se em sua cama novamente, não sabia como se sentir ou se portar diante dele, podia parecer de fato uma criança confusa, mas talvez estivesse apenas enlouquecendo em querer algo que não poderia ter.- Me perdoe...
- Que porra você tem na cabeça, moleque?
Disse o maior, por vez mais ameno que o tom anterior. A empregada já terminava de tirar os estilhaços do copo e sair do quarto, voltando logo para limpar o chão perfeitamente.
- Fiquei irritado, só isso...
- Irritado com o que? Estou cansado de tudo isso. Você é só uma criança mesmo. Irritado por um copo de leite. Quer o que? Que eu te trate como adulto? Então se porte como tal!
- Estou tentando... - Suspirou.
Yuuki pousou a xícara que tinha nas mãos, sobre o pequeno balcão do barzinho no quarto e voltou para a cama assim que a empregada deixara o quarto.
- Vá embora.
- Não... Me... Me deixe ficar hoje...
- Como quiser. Não me encha o saco.
- Yuuki, me perdoe pelo que eu disse... Eu só queria que entendesse e não me fizesse as mesmas perguntas. Eu quero sempre estar com você. Eu não quero perder seus olhos, seus lábios... Mas eu não sou uma criança, não gosto quando me trata assim... Eu sei que você diz que não sente nada... Mas quando eu estou longe de você, cada suspiro parece vazio, cada batida que escutava do meu coração... Eu preferia que nem batesse algumas vezes. E bem... Você não escuta o que eu digo, isso me desespera, mas só posso esperar que chegue o dia seguinte para eu poder ver seu rosto de novo e escutar você me xingar e ser indiferente. Isso dói... Mas é melhor do que... Não ter você comigo... Eu não vou incomodar você, só me deixe ficar, quero dormir com você...
- Eu já disse que pode ficar.
O menor sorriu e observou a mão e o sangue que escorria pelos dedos, suspirou e pressionou pouco mais o corte, gemendo baixo. Caminhou até a cama e deitou-se, observando o outro, e nada diria a mais, não o incomodaria.
Yuuki deitou-se de barriga para cima, colocando um dos braços atrás da nuca dando apoio. Cerrou as pálpebras e respirava normalmente, no entanto aspirava o aroma do sangue alheio que escorria entre os dedos do garoto. Levou uma das mãos até a mão do menor e levou-a aos lábios, deixando que a língua limpasse os rastros do liquido vermelho, pressionando a língua sobre a pequena fenda que expelia o sangue e sugou o local brevemente, fez o mesmo com cada um dos dedos sujos e soltou após estancar o sangue.
O menor observou o outro a limpar aos dedos com um sorriso nos lábios e assim que o soltou, a mão foi a face dele, limpando o sangue que havia pela mesma quando foi acariciá-lo e deslizou pelo tórax do maior, acariciando-o para logo retirar a mão do local e colocar sobre o próprio peito junto a outra, observando o rosto dele em silêncio e o deixou dormir.